ARTIGO ORIGINAL

LETRAMENTO EM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS USUÁRIAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

HEALTH LITERACY AND QUALITY OF LIFE OF OLDER PEOPLE USERS OF PRIMARY HEALTH CARE

ALFABETIZACIÓN EN SALUD Y CALIDAD DE VIDA DE LOS ANCIANOS USUARIOS DE ATENCIÓN PRIMARIA DE SALUD

https://doi.org/10.31011/reaid-2025-v.99-n.Ed.Esp-art.2309

 

Cintia Sampaio Abreu1

Victoria Laura Facin2

Fabiana de Souza Orlandi3

 

1Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil: https://orcid.org/0000-0002-9083-6877

2Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil: https://orcid.org/0000-0002-5760-9226

3Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil: https://orcid.org/0000-0002-5714-6890

 

Autor correspondente

Cintia Sampaio Abreu

Rodovia Washington Luís, km 235 - CEP: 13565905; São Carlos-SP. Brasil. Telefone: +55 (16) 982640659

E-mail: cintia.abreu@estudante.ufscar.br

 

Submissão: 30-06-2024

Aprovado: 13-01-2025

 

RESUMO

Introdução: O Letramento em Saúde (LS) está associado aos cuidados de saúde, promoção e prevenção de doenças, sendo que o processo do envelhecer pode impactar no uso dos serviços de saúde e na Qualidade de Vida (QV).  Objetivo: Avaliar o nível de Letramento em Saúde de pessoas idosas usuárias da Atenção Primária à Saúde e sua relação com a Qualidade de Vida. Método: Estudo correlacional, de corte transversal com abordagem quantitativa, utilizando os instrumentos Euroqol-5 Dimensions (EQ-5D), European Health Literacy Survey Questionnaire short-short form (HLS-EU-Q6) e ficha de caraterização. Resultados: Das 100 pessoas idosas avaliadas, a maioria eram do sexo feminino, na faixa etária de 65 a 69 anos, com 12 ou mais anos de escolaridade, possuíam renda per capita de até 1 salário mínimo, apresentavam alguma doença e utilizavam medicamento. Com relação ao nível de LS, verificou-se na amostra LS problemático (87%). Quanto a relação entre o Letramento e a percepção da Qualidade de vida dos participantes, obteve-se coeficientes de correlação de Spearman negativos e significativos estatisticamente com os domínios mobilidade (r= -0,257), dor/mal-estar (r= -0,337) e ansiedade/depressão (r= -0,312). Além disso, evidenciou-se correlação positiva e significante com a escala analógica do estado de saúde (r= 0,377). Conclusão: A QV e o LS são variáveis correlacionadas no público idoso e que podem evidenciar as fragilidades das ações de promoção de saúde e prevenção de agravos.

Palavras-chave: Letramento em Saúde; Qualidade de Vida; Idoso; Atenção Primária à Saúde.

 

ABSTRACT

Introduction: Health Literacy (HL) is associated with health care, disease promotion and prevention, and the aging process can impact the use of health services and Quality of Life.  Objective: To evaluate the level of Health Literacy of older people using Primary Health Care and its relationship with Quality of Life. Method: Correlational, cross-sectional study with a quantitative approach, using the instruments Euroqol-5 Dimensions (EQ-5D), European Health Literacy Survey Questionnaire short-short form (HLS-EU-Q6) and characterization form. Results: Of the 100 older people evaluated, the majority were female, aged 65 to 69 years, with 12 or more years of schooling, had a per capita income of up to 1 minimum wage, had some illness and used medication. Regarding the level of HL, problematic HL was found in the sample (87%). Regarding the relationship between LS and the participants' perception of QoL, negative and statistically significant Spearman correlation coefficients were obtained with the domains mobility (r= -0.257), pain/malaise (r= -0.337) and anxiety/depression (r= -0.312). Furthermore, there was a positive and significant correlation with the analogue health status scale (r= 0.377). Conclusion: QoL and LS are correlated variables in the older population and can highlight the weaknesses of health promotion and disease prevention actions.

Keyword: Health Literacy; Quality of Life; Aged; Primary Health Care.

 

RESUMEN

Introducción: La Alfabetización en Salud (AS) está asociada con la atención de la salud, la promoción y prevención de enfermedades, y el proceso de envejecimiento puede impactar el uso de los servicios de salud y la Calidad de Vida. Objetivo: Evaluar el nivel de Alfabetización en Salud de personas mayores que utilizan la Atención Primaria de Salud y su relación con la Calidad de Vida. Método: Estudio correlacional, transversal, con enfoque cuantitativo, utilizando los instrumentos Euroqol-5 Dimensions (EQ-5D), European Health Literacy Survey Questionnaire short-short form (HLS-EU-Q6) y formulario de caracterización. Resultados: De los 100 ancianos evaluados, la mayoría eran mujeres, con edades entre 65 y 69 años, con 12 o más años de escolaridad, tenían un ingreso per cápita de hasta 1 salario mínimo, tenían alguna enfermedad y utilizaban medicamentos. En cuanto al nivel de AS, se encontró AS problemática en la muestra (87%). En cuanto a la relación entre la AS y la percepción de calidad de vida de los participantes, se obtuvieron coeficientes de correlación de Spearman negativos y estadísticamente significativos con los dominios movilidad (r= -0,257), dolor/malestar (r= -0,337) y ansiedad/depresión (r= -0,312). Además, hubo una correlación positiva y significativa con la escala análoga de estado de salud (r= 0,377). Conclusión: La Alfabetización en Salud y Calidad de Vida son variables correlacionadas en la población anciana y pueden resaltar las debilidades de las acciones de promoción de la salud y prevención de enfermedades.

Palabras clave: Alfabetización en Salud; Calidad de Vida; Anciano; Atención Primaria de Salud.

 

INTRODUÇÃO

A transição epidemiológica é um acontecimento global causado pelo aumento da expectativa de vida e baixos índices da taxa de natalidade, resultando no crescimento exponencial do número de idosos(1). O Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2022 indicou que existem cerca de 32 milhões de pessoas idosas residentes no Brasil, fato que representa um acréscimo de 56% em relação ao censo de 2010, sendo que o estado de São Paulo ocupa o 4° lugar com o maior índice de envelhecimento no ano 2022(2).

Em consonância com a definição da Organização Mundial de Saúde, o Estatuto da Pessoa Idosa define que, no Brasil, todo indivíduo com idade igual ou maior que 60 anos é considerada pessoa idosa. Esta lei ainda garante todos os direitos constitucionais da pessoa idosa, sendo eles: saúde, esporte, lazer, moradia e segurança(3).

Dada a heterogeneidade do processo do envelhecer, nem sempre este vem acompanhado de qualidade de vida (QV). Fatores como perdas sociais, existência de doenças crônicas e menor apoio social podem afetar negativamente a QV das pessoas idosas(4).

A Qualidade de Vida (QV), por sua vez, é um conceito amplo e definido pela percepção dos indivíduos sobre a satisfação de suas necessidades, sem a sensação de que estão sendo negadas as oportunidades de alcançar a felicidade e a realização. Esse conceito entende que a percepção individual independe das condições de saúde física, econômica ou sociais(5).

Visto que o público idoso apresenta múltiplas condições médicas e utilizam frequentemente os serviços de saúde, tais situações exigem também tratamentos complexos(6). Estudos apontam que pessoas idosas apresentam letramento baixo(7,8).

O Letramento em Saúde (LS) é conceituado como a capacidade de acessar, compreender, avaliar e aplicar informações no contexto da saúde, com a finalidade de tomar decisões assertivas sobre o cuidado, prevenção e promoção da saúde(9). Sobretudo, o LS é um conceito relacionado com a QV, a partir do entendimento de que a primeira variável pode afetar a utilização dos serviços de saúde, conduzir o prognóstico das doenças e modificar as taxas de hospitalização(10).

Deve-se considerar que o LS é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento do autocuidado e para a adesão dos tratamentos em saúde. A partir disso, é fundamental que o profissional de saúde perceba o nível de LS dos indivíduos, realizando a estratificação entre as categorias de LS problemático, inadequado e suficiente, pois algumas pessoas idosas podem necessitar de um auxílio maior na interpretação das instruções de saúde, fornecendo assim um cuidado equitativo e singular(10,11).

Neste cenário, a Atenção Primária à Saúde (APS), é considerada porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), configurando-se como um espaço essencial para abordar o LS, além de ser o acesso inicial para o cuidado e o rastreio de doenças, comorbidades e fragilidades dos indivíduos. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), instituída em 2006, tem por objetivo recuperar, manter e promover a autonomia e a independência da pessoa idosa, utilizando da APS para aplicar essa estratégia(12, 13, 14).

A partir disso, observa-se que os profissionais de saúde têm papel relevante na manutenção da QV e no nível de LS da população adscrita pela APS, isso porque as atividades de promoção de saúde e prevenção de agravos devem ser elaboradas na tentativa de proporcionar QV pelo aumento de informações sobre saúde, gerando assim maior conhecimento e amplitude dos índices de LS(15). A literatura aponta ainda que o baixo nível de LS pode interferir na autonomia do sujeito e alterar a resolutividade da APS(16, 17).

Diante disso, torna-se primordial avaliar o LS em pessoas idosas, visto que fatores como o baixo nível de escolaridade e déficits cognitivos podem ser um desafio ao se comunicar com este grupo(6), implicando no não entendimento das informações(7).

O objetivo desta pesquisa foi avaliar o nível de Letramento em Saúde de pessoas idosas usuárias da Atenção Primária à Saúde e sua relação com a Qualidade de Vida.

 

MÉTODOS

Trata-se de um estudo correlacional, de corte transversal e de abordagem quantitativa.

            A amostra deste estudo foi composta por 100 pessoas idosas que frequentam a Unidade Básica de Saúde (UBS) São José -“Dr. Luiz Valentie de Oliveira”, localizada no interior do estado de São Paulo. Como critérios de inclusão foram considerados ter idade igual ou superior a 60 anos e ser usuário da UBS São José. Já como critério de exclusão: apresentar alteração cognitiva que dificulte a compreensão das perguntas.

Para identificar possíveis alterações cognitivas, utilizamos dois instrumentos validados: o Teste do Desenho do Relógio (TDR) e a Fluência Verbal. O TDR avalia a capacidade do indivíduo em desenhar um relógio completo, com números e ponteiros. Os resultados são analisados com base nos erros cometidos, e a pontuação varia de zero a cinco, sendo a menor pontuação atribuída ao pior desenho e a maior, ao desenho perfeito(18,19).

O teste de Fluência Verbal, por sua vez, tem como objetivo avaliar o desempenho na fluência verbal. Para isso, o examinando é instruído a enunciar, em voz alta, o maior número possível de palavras pertencentes à categoria “animais” dentro de um intervalo de 1 minuto. A pontuação é ajustada conforme a escolaridade do participante: analfabetos devem listar ao menos 9 animais, indivíduos com 1 a 7 anos de escolaridade devem listar 12 animais e aqueles com 8 anos ou mais, devem alcançar 13 animais (20,21).

            A coleta de dados ocorreu no período de junho de 2023 a junho de 2024. Foram realizadas entrevistas individuais com as pessoas idosas em uma sala privativa da unidade. Inicialmente, o convite foi feito às pessoas que estavam aguardando atendimento. Todos os indivíduos participantes da pesquisa aceitaram-na de forma voluntária e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram explicados os objetivos e sanadas todas as dúvidas da pesquisa, sendo utilizados os seguintes instrumentos: Ficha de caracterização, Euroqol-5 Dimensions (EQ-5D) e European Health Literacy Survey short-short form (HLS-EU-Q6).

A ficha de caracterização foi utilizada com o objetivo de levantar informações sociodemográficas como idade, sexo, escolaridade e renda familiar/per capita. As características clínicas incluíram a existência de doença e uso de medicamentos para o tratamento.

A qualidade de vida foi avaliada através do Euroqol-5 Dimensions (EQ-5D) que engloba cinco domínios de saúde: mobilidade, cuidados pessoais, atividades habituais, dor/mal-estar e ansiedade/depressão. As opções de resposta variam em três níveis: sem problemas, alguns problemas e problemas extremos. Além disso, tal instrumento é constituído pela Escala Analógica Visual (EAV), onde os indivíduos dão notas de zero a 100 ao seu estado de saúde atual, sendo 0 o pior estado e 100 a melhor condição de saúde(22,23).

O European Health Literacy Survey short-short form (HLS-EU-Q6), validado no Brasil(24), avalia o nível de letramento em saúde. O instrumento é composto por seis questões, com as seguintes opções de resposta: muito fácil, fácil, difícil e muito difícil, pontuando de um a quatro respectivamente em cada item. Para se obter a pontuação final individual, soma-se as seis questões e divide-se pelo número de itens respondidos. Diante disso, maiores valores indicam melhores níveis de letramento. Este instrumento permite classificar o letramento em saúde em três níveis: inadequado (≤ 2); problemático (> 2 e ≤ 3); e suficiente (>3)(24,25).

Os dados foram codificados e organizados em banco de dados de dupla entrada e comparação dos valores, utilizando-se o programa Microsoft Excel® versão 2013. O tratamento estatístico dos dados foi realizado com o apoio do Software Statical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0. Foram realizadas análises descritivas com confecção de tabelas, incluindo-se dados de  tendência central (média) e medidas de dispersão (desvio padrão).

Após a confirmação de ausência de normalidade dos dados através do Teste de Kolmogorov-Smirnov, foi calculado o coeficiente de correlação de Spearman. Para interpretação da magnitude dos coeficientes de correlação foram utilizados critérios que consideram correlações próximas de 0,30 como satisfatórias; entre 0,30 e 0,50 de moderada magnitude; acima de 0,50 de forte magnitude e abaixo de 0,30, de pouco valor prático, mesmo que estatisticamente significativas(26).

Para a comparação da percepção da QV, segundo o nível de letramento em saúde, utilizou-se o Teste de Mann-Whitney e o Teste de Kruskal-Wallis. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5% (p ≤ 0,05).

O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de São Carlos (CAAE: 67900623.2.0000.5504) e consentido pela Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos/SP.

 

RESULTADOS

Com relação à classificação do nível de letramento, observou-se que a maioria dos participantes apresentaram LS problemático (87%), suficiente (8%) e inadequado (5%).

Nos itens do letramento em saúde, verificou-se que nas questões 1 e 2, os participantes consideraram difícil avaliar a necessidade de uma segunda opinião de outro médico (69%) e usar as informações fornecidas pelo médico para tomar decisões (73%).

Nas questões 3 e 4, respectivamente, os entrevistados consideraram difícil encontrar informações sobre como lidar com problemas de saúde mental (70%) e consideraram fácil avaliar a confiabilidade das informações sobre riscos à saúde disponíveis na mídia (53%).

Já nas questões 5 e 6, os participantes consideraram difícil encontrar informações sobre atividades que são benéficas para o bem-estar mental (85%) e entender as informações disponíveis nos meios de comunicação sobre como ficar mais saudável (82%) (Tabela 1).

 

Tabela 1 - Itens do letramento em saúde de pessoas idosas usuárias da Atenção Primária à Saúde, São Carlos/SP (n= 100)

Itens do letramento em saúde

Muito fácil

Fácil

Difícil

Muito difícil

Em uma escala que vai de muito fácil a muito difícil, com que facilidade você consegue:

N(%)

N(%)

N(%)

N(%)

1. Avaliar quando você precisa de uma segunda opinião de outro médico?

2(2,0)

25(25,0)

69(69,0)

4(4,0)

2. Usar as informações que seu médico passa a você para tomar decisões sobre a sua doença?

1(1,0)

21(21,0)

73(73,0)

5(5,0)

3. Encontrar informações sobre como lidar com problemas de saúde mental, como o estresse ou depressão?

1(1,0)

25(25,0)

70(70,0)

4(4,0)

4. Avaliar se as informações sobre os riscos à saúde disponíveis nos meios de comunicação são confiáveis?

-

53(53,0)

46(46,0)

1(1,0)

5. Encontrar informações sobre as atividades que são boas para o seu bem-estar mental?

2(2,0)

13(13,0)

85(85,0)

-

6. Entender as informações disponíveis nos meios de comunicação sobre como ficar mais saudável?

1(1,0)

15(15,0)

82(82,0)

2(2,0)

Fonte: Elaboração própria (2024).

Observa-se na tabela 2 que os domínios mobilidade (p=0,006), atividades habituais (p=0,019), dor/mal-estar (p<0,001) e ansiedade/depressão (p=0,004) de QV do EQ-5D apresentaram diferenças estatisticamente significativas quanto ao nível de letramento em saúde das pessoas idosas avaliadas, confirmando-se que as pessoas idosas sem problemas relacionados a mobilidade, atividades habituais, dor/mal-estar e ansiedade/depressão apresentavam maior nível de LS comparativamente aos que apresentavam problemas moderados ou extremos nos domínios supracitados.

 

Tabela 2 - Comparação entres os domínios do EQ-5D segundo o nível de letramento em saúde de pessoas idosas usuárias da Atenção Primária à Saúde, São Carlos/SP (n= 100)

Domínios EQ-5D

N

Média

p-valor*

 

 

Mobilidade

 

 

 

 

 

 

 

 

Não tenho problemas em andar

77

2,77

0,006*

 

Tenho alguns problemas em andar

23

2,56

 

Cuidados pessoais

 

 

 

 

 

 

 

 

Não tenho problemas com os meus cuidados pessoais

99

2,73

0,210

 

Tenho alguns problemas para me lavar ou me vestir

1

2,30

 

Atividades habituais

 

 

 

 

 

 

 

 

Não tenho problemas em desempenhar minhas atividades habituais

86

2,76

0,019*

 

Tenho alguns problemas em desempenhar minhas atividades habituais

14

2,53

 

Dor/mal-estar

 

 

 

 

 

 

 

 

Não tenho dores ou mal-estar

38

2,82

<0,001**

a,b

 

Tenho dores ou mal-estar moderados

42

2,76

 

Tenho dores ou mal-estar extremos

20

2,47

 

Ansiedade/depressão

Não estou ansioso(a) ou deprimido(a)

58

2,80

0,004**c

 

Estou moderadamente ansioso(a) ou deprimido(a)

28

2,68

 

Estou extremamente ansioso(a) ou deprimido(a)

14

2,49

 

 

*Teste de Mann-Whitney; ** Teste de Kruskal-Wallis; a = diferença estatística entre pessoas idosas sem dor ou mal estar comparativamente a indivíduos com dores ou mal estar extremos; b = diferença estatística entre pessoas idosas que apresentavam dores ou mal estar moderados comparativamente aos que apresentavam dores ou mal estar extremos; c = diferença estatística entre pessoas idosas sem ansiedade ou depressão comparativamente a respondentes com ansiedade ou depressão extremas.

Fonte: Elaboração própria (2024).

 

Na tabela 3 verifica-se que todos os domínios, exceto a escala analógica visual, apresentaram correlações negativas, sendo de fraca magnitude no domínio mobilidade (r=-0,257; p=0,010) e de moderada magnitude nos domínios dor/mal-estar (r=-0,337; p=0,001) e ansiedade/depressão (r=-0,312; p=0,002). Além disso, evidenciou-se correlação positiva moderada com a escala analógica do estado de saúde (r=0,377; p<0,001).

 

Tabela 3 - Coeficientes de correlação de Spearman entre o letramento em saúde e os domínios do EQ-5D de usuários da Atenção Primária à Saúde, São Carlos/SP (n =100)

Domínios EQ-5D

R

p-valor

Mobilidade

-0,257

0,010

Cuidados pessoais

-0,146

0,148

Atividades habituais

-0,193

0,054

Dor/mal-estar

-0,337

0,001

Ansiedade/depressão

-0,312

0,002

Escala analógica visual

0,377

<0,001

Fonte: Elaboração própria (2024).

 

 

Já na tabela 4, evidencia-se que, dentre os indivíduos entrevistados, houve predomínio do sexo feminino (64%), na faixa etária de 65 a 69 anos (30%), com 12 ou mais anos de escolaridade (36%). A maioria dos participantes possuíam renda per capita de até 1 salário mínimo (68%), destes, 89% apresentavam alguma doença associada e 87% utilizavam medicamento (Tabela 4).

 

Tabela 4 - Características sociodemográficas e clínicas das pessoas idosas usuárias da Atenção Primária à Saúde, São Carlos/SP (n= 100)

Características sociodemográficas e clínicas

N

%

Sexo

 

 

Feminino

64

64

Masculino

36

36

Faixa etária

 

 

60 – 64

28

28

65 – 69

30

30

70 – 75

25

25

76 – 79

11

11

80 ou mais

6

6

Escolaridade

 

 

Até 4 anos

26

26

5 - 8 anos

20

20

9 - 11 anos

18

18

12 ou mais

36

36

Renda per capita

 

 

Até 1 salário mínimo

68

68

1,1 a 2 salários mínimos

26

26

2,1 a 3 salários mínimos

6

6

Doença associada

 

 

Sim

89

89

Não

11

11

Uso de medicamento para o tratamento

 

 

Sim

87

87

Não

13

13

Fonte: Elaboração própria (2024).

 

DISCUSSÃO

Com relação às características demográficas, houve predominância do sexo feminino, aspecto também encontrado em outros estudos(8,27,28). Esse dado reflete a atual realidade brasileira, onde há uma maior proporção de mulheres idosas(2).

A faixa etária verificada assemelha-se ao estudo encontrado na literatura que examinou o medo do coronavírus e os níveis de letramento em saúde de pessoas idosas durante a pandemia, na Turquia. Os autores verificaram a prevalência de indivíduos idosos com idade entre 65 a 69 anos(29).

No que se refere à escolaridade, aponta-se que a maioria dos entrevistados apresentavam 12 ou mais anos de estudo. Este achado corrobora com o estudo presente na literatura, que tinha o objetivo de analisar o nível de Letramento Funcional em Saúde (LFS) dos usuários da Unidade de Saúde da Família na área urbana de Altamira, Pará, encontrando que a maioria da amostra apresentava escolaridade equivalente ao ensino médio completo(30). Em contrapartida, estudos constataram o predomínio de pessoas idosas que possuíam de um a quatro anos de escolaridade(8,27).

Observamos uma prevalência de pessoas idosas com doença(s) associada(s). Este fenômeno está diretamente relacionado ao processo de envelhecimento, que envolve mudanças orgânicas que aumentam a suscetibilidade ao desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)(31). Além disso, a população idosa utiliza frequentemente serviços de saúde, o que pode facilitar o diagnóstico de doenças(32).

O percentual de indivíduos em uso contínuo de medicamentos também foi elevado no presente estudo. Este achado pode estar relacionado ao aumento da prevalência de DCNT, que requer acompanhamento contínuo e adesão medicamentosa para um tratamento eficaz(32). Somado a isso, o acesso fácil e gratuito de medicamentos para o tratamento de doenças crônicas pode explicar essa observação. Vale ainda destacar o papel da APS, que, por meio das equipes multidisciplinares, podem desenvolver ações e incentivar mudanças de hábitos que melhorem o autocuidado, resultando em um melhor estado de saúde e qualidade de vida(33).

O nível de letramento em saúde (LS) identificado nas pessoas idosas foi problemático (87%) e apenas (8%) suficiente. Em estudo realizado com 107 pessoas com o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2 e com idade a partir de 18 anos, em um ambulatório no Rio de Janeiro, observou-se que mais da metade dos entrevistados apresentaram LS problemático (53,1%). Os autores verificaram que pessoas do sexo feminino, idade mais avançada e escolaridade menor que oito anos, apresentaram menor chance de ter LS suficiente. Entre os participantes idosos, aqueles com 65 anos ou mais, tiveram chance 76% menor de ter LS suficiente comparativamente aos indivíduos com idade até 45 anos(34).

Uma pesquisa de revisão sistemática da literatura apontou que o contexto sociodemográfico, econômico, social e estado de saúde são os fatores associados ao baixo LS em pessoas idosas. A partir disso, aponta-se que o baixo nível educacional, o desfavorecimento econômico e a baixa aderência ao tratamento de doenças são as variáveis mais correlacionadas com o LS, identificadas pela literatura científica(35).

Em contrapartida, em um estudo que analisou a correlação entre LS e QV, em indivíduos com Hipertensão Arterial, pelo Mini-Cuestionario de Calidad de Vida en Hipertensión Arterial (MINICHAL), não encontrou associação estatística significativa entre LS e QV. Esse achado, aparentemente contraditório, pode ser explicado pelo contexto crônico da hipertensão, que pode reduzir o impacto da condição nos aspectos de bem-estar material, físico e emocional, elementos centrais do conceito de QV (36).

Em um estudo que avaliou a população idosa hipertensa, verificou-se que a maioria dos participantes apresentaram LS inadequado (59,5%). O instrumento utilizado foi o Brief Test of Functional Literacy (B-TOFHLA - versão breve). Neste estudo, o LS esteve associado com menor escolaridade e renda menor que um salário mínimo(8).

Em um estudo conduzido no Irã, com o objetivo de examinar o nível de LS e sua relação com a QV de pessoas idosas no momento da alta hospitalar, ao utilizar o Health Literacy for Iranian Adults (HELIA), identificou-se uma média de 48,22 (de um total de 100) com LS inadequado, entretanto a correlação entre as variáveis de LS e QV foi positiva e apresentaram significância estatística com (p<0,05)(28).

No contexto brasileiro, em um estudo realizado com adultos hipertensos atendidos pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Piauí, apresentou resultados que convergem com os apresentados nesta pesquisa, revelando níveis inadequados/marginais de LS (82,1%). Estes aspectos podem ser explicados pela diferença na faixa etária do público da pesquisa (18 a 59 anos) e pelo uso do Test of Functional Literacy in Adults (S-TOFHLA - versão curta), instrumento que avalia o letramento funcional(36).

Em um estudo que avaliou adultos e idosos com disfagia de um hospital público em Minas Gerais, verificou-se um nível inadequado de LS (53,1%)(37). Em outro estudo realizado com pessoas idosas com o diagnóstico de Doença Renal Crônica (DRC), em Recife, o LS encontrado foi insuficiente (71,7%)(38). Os autores ainda encontraram associações significativas com dados sociodemográficos, tais como menor escolaridade e raça não branca.

Neste estudo, tem-se que na escala analógica visual do EQ-5D, os indivíduos que auto avaliaram melhor o seu estado de saúde, indicando maiores níveis de LS com significância estatística, embora a amostra apresentasse prevalência de doenças. Em concordância com o exposto, um estudo realizado na China com idosos da comunidade, indicou que os fatores de personalidade em saúde, alfabetização em saúde e QV estão significativamente relacionados(39). Por outro lado, em um estudo realizado com 6.183 pessoas idosas da comunidade, na China, identificou por meio do instrumento SF-36, que houve significância negativa entre as doenças crônicas e o LS(40).

Observa-se que indivíduos sem problemas nos domínios mobilidade, atividades habituais, dor/mal-estar e ansiedade/depressão apresentaram maior nível de LS comparativamente aos que apresentaram problemas moderados ou extremos. Em similaridade com os resultados expostos, um estudo verificou correlação positiva entre LS e QV em idosos da comunidade, na Coreia do Sul, utilizando o EQ-5D, bem como a importância da alfabetização na mediação entre a fragilidade e a QV(41).

Um estudo realizado na Coreia do Sul demonstrou que maior LS influenciou positivamente a QV das pessoas idosas com idade acima de 65 anos(42). Em um estudo realizado em um hospital no Irã, constatou-se correlação significativa e positiva entre LS e QV das pessoas idosas(25). Na Turquia, em uma pesquisa com 981 pessoas idosas, identificou-se que o nível de capacitação em saúde tem correlação significativa com a QV, ou seja, pode ser considerada como uma variável dependente do LS(43).

Uma pesquisa realizada com o objetivo de associar QV e LS entre adequado e inadequado, em trinta pessoas idosas, por meio do 12-Item Short-Form Health Survey (SF-12), encontrou significância entre as variáveis quando questionados sobre o quanto se sentiam calmos e tranquilos, e quanto à limitação física para realização de atividades diárias. Referente às outras questões do instrumento de LS não se verificou significância estatística(44)

Embora a maioria dos estudos abordem e avaliem o Letramento Funcional em Saúde (LFS), que incluem a compreensão de leitura e habilidades numéricas, nota-se a prevalência de um nível de LS inadequado/marginal ou insuficiente na população brasileira. Posto isso, tais níveis podem resultar em complicações na saúde, é relevante que os profissionais de saúde facilitem a transmissão de informações, usando uma linguagem clara e adequada, promovendo também ações de educação em saúde na atenção primária, a fim de que os usuários sejam responsáveis pelo seu autocuidado(15).

 

Limitações do estudo

Como limitações do estudo tem-se a impossibilidade de previsão de relação de causa e efeito, por conta do delineamento transversal. Outro aspecto a indicar refere-se ao instrumento de avaliação do LS que não é específico para pessoas idosas, porém até o momento inexiste um questionário específico para este público.

 

CONCLUSÕES

O LS foi identificado como problemático em uma parcela significativa da população idosa estudada, apresentando correlação negativa com os domínios de mobilidade, dor/mal-estar e ansiedade/depressão no instrumento que avaliou a QV. Entretanto, a avaliação do estado geral de saúde apresentou correlação positiva com o LS, pois, em ambos, quanto maior a pontuação, melhor o nível de LS e autopercepção sobre o estado geral de saúde. Isso indica que a dificuldade em compreender e utilizar informações de saúde pode limitar a capacidade destas pessoas gerir a saúde de maneira eficaz, impactando negativamente sua percepção de bem-estar físico e emocional.

Diante disso, é relevante que as equipes de saúde considerem as necessidades de compreensão do público idoso em relação às informações de saúde, promovendo ações que favoreçam o protagonismo no cuidado e melhoria da QV. Ademais, os achados reforçam a importância de estudos de intervenção direcionados a melhorar os níveis de LS entre as pessoas idosas.

 

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Fomento e Agradecimento:

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Critérios de autoria (contribuições dos autores)

Cintia Sampaio Abreu contribuiu com a concepção e planejamento do estudo, coleta de dados, redação e aprovação final da versão.

Victoria Laura contribuiu com a interpretação dos dados, redação e aprovação final da versão.

Fabiana de Souza Orlandi contribuiu com a concepção e planejamento do estudo, análise e interpretação dos dados, revisão crítica e aprovação final da versão final.

Declaração de conflito de interesses:

Nada a declarar, uma vez que o estudo não apresenta conflito de interesses.

Rev Enferm Atual In Derme 2025;99(Ed.Esp): e025011                  

 Atribuição CCBY