ARTIGO DE REVISÃO
PRACTICAL AND CLINICAL EVIDENCE FOR NURSING CARE IN INTENSIVE CARE: INTEGRATIVE REVIEW
EVIDENCIA PRÁCTICA Y CLÍNICA PARA LOS CUIDADOS DE ENFERMERÍA EN CUIDADOS INTENSIVOS: REVISIÓN INTEGRATIVA
https://doi.org/10.31011/reaid-2025-v.99-n.4-art.2474
1Bruna Lima dos Santos
2Ana Ofélia Portela Lima
3Cesario Rui Callou Filho
4Francisca Andrea Marques de Albuquerque
5Pâmela Campêlo Paiva
1Enfermeira. Centro Universitário Christus - UNICHRISTUS. Fortaleza – Ceará Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9755-7056
2Doutora em Saúde Coletiva. Enfermeira. Docente do Centro Universitário Christus - UNICHRISTUS. Fortaleza – Ceará, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6447-7121.
3Doutor em Saúde Coletiva. Fisioterapeuta. Docente do Centro Universitário Ateneu- UniAteneu. Fortaleza – Ceará Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0390-2830.
4Mestra em Ensino na Saúde. Enfermeira. Docente do Centro Universitário da Grande Fortaleza – UNIGRANDE. Fortaleza – Ceará Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7067-1569.
5Mestra em Saúde Coletiva. Docente do Centro Universitário Faculdades Nordeste- FATENE. Fortaleza – Ceará, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-0701-2846.
6Doutora em Ciências da Saúde. Docente da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro / Faculdade São Leopoldo Mandic/Araras. Fortaleza – Ceará, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4168-4333.
Autor correspondente
Ana Ofélia Portela Lima
Avenida Senador Virgilio Távora, 30. CEP 60.170-250 – Fortaleza – CE, Brasil. contato: +5585 99909.6300. E-mail: anaofelia.pl@gmail.com.
Submissão: 22-01-2025
Aprovado: 22-08-2025
RESUMO
Introdução: Gasometria Arterial é um exame invasivo realizado com frequência nos pacientes críticos, e avalia a função pulmonar, a ventilação alveolar, a oxigenação sanguínea e os distúrbios ácidos-básicos, através da análise dos gases presentes no sangue arterial. Objetivo: analisar as evidências científicas acerca do conhecimento, habilidades e atitudes dos enfermeiros que atuam na Unidade de Terapia Intensiva na realização e interpretação da gasometria arterial. Método: Trata-se de uma revisão integrativa. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados: ScIELO, LILACS, BDENF e MEDLINE, entre os meses de janeiro a março de 2024. Os critérios de inclusão utilizados foram publicações em texto completo, disponível na íntegra, gratuitamente, nos idiomas português, inglês e espanhol. Utilizou-se os descritores: gasometria arterial; enfermagem; e unidade de terapia intensiva. Foram incluídos 09 artigos para compor a amostra. Resultados: Dentre os artigos analisados, 04 são estudos descritivos com abordagem quantitativa; 01 é pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa; 01 é pesquisa de campo observacional com abordagem quantitativa; 01 é estudo longitudinal; 01 é descritivo observacional; e 01 é observacional analítico. Emergiram três categorias: 1. Conhecimento dos enfermeiros sobre gasometria e interpretação dos resultados; 2. Cuidados de enfermagem relacionados à gasometria arterial; e 3. Efeitos da dor durante a punção arterial e diagnósticos de enfermagem identificados. Conclusão: Muitos enfermeiros ainda demonstraram fragilidades na coleta da amostra de sangue arterial e na interpretação do resultado e a ausência da realização do teste de Allen pode estar relacionada à falta de compreensão sobre sua relevância.
Palavras-chave: Gasometria Arterial; Cuidados de Enfermagem; Enfermagem; Unidades de Terapia Intensiva.
ABSTRACT
Introduction: Arterial blood gas analysis is an invasive test frequently performed on critically ill patients and assesses lung function, alveolar ventilation, blood oxygenation, and acid-base disorders by analyzing the gases present in arterial blood. Objective: to analyze the scientific evidence about the knowledge, skills, and attitudes of nurses working in the Intensive Care Unit when performing and interpreting arterial blood gas analysis. Method: This is an integrative review. The search for articles was carried out in the following databases: ScIELO, LILACS, BDENF, and MEDLINE, between January and March 2024. The inclusion criteria used were full-text publications, available in full, free of charge, in Portuguese, English, and Spanish. The descriptors used were: arterial blood gas analysis; nursing; and intensive care unit. A total of 09 articles were included to compose the sample. Results: Among the articles analyzed, 04 are descriptive studies with a quantitative approach; 01 is descriptive field research with a qualitative approach; 01 is observational field research with a quantitative approach; 01 is a longitudinal study; 01 is descriptive observational; and 01 is analytical observational. Three categories emerged: 1. Nurses' knowledge about blood gas analysis and interpretation of results; 2. Nursing care related to arterial blood gas analysis; and 3. Effects of pain during arterial puncture and identified nursing diagnoses. Conclusion: Many nurses still demonstrated weaknesses in collecting arterial blood samples and interpreting results, and the absence of Allen's test may be related to a lack of understanding of its relevance.
Keywords: Arterial blood Gas Analysis; Nursing Care; Nursing; Intensive Care Units.
RESUMEN
Introducción: La gasometría arterial es una prueba invasiva que se realiza frecuentemente en pacientes críticos y evalúa la función pulmonar, la ventilación alveolar, la oxigenación sanguínea y los trastornos ácido-base, a través del análisis de los gases presentes en la sangre arterial. Objetivo: analizar la evidencia científica sobre los conocimientos, habilidades y actitudes de las enfermeras que trabajan en la Unidad de Cuidados Intensivos en la realización e interpretación del análisis de gases en sangre arterial. Método: Se trata de una revisión integradora. La búsqueda de artículos se realizó en las bases de datos: ScIELO, LILACS, BDENF y MEDLINE, entre los meses de enero a marzo de 2024. Los criterios de inclusión utilizados fueron publicaciones de texto completo, disponibles íntegramente, de forma gratuita, en portugués, inglés. y español. Se utilizaron los siguientes descriptores: análisis de gases en sangre arterial; enfermería; y unidad de cuidados intensivos. Se incluyeron 09 artículos para componer la muestra. Resultados: Entre los artículos analizados, 04 son estudios descriptivos con enfoque cuantitativo; 01 es una investigación de campo descriptiva con enfoque cualitativo; 01 es una investigación de campo observacional con enfoque cuantitativo; 01 es un estudio longitudinal; 01 es descriptivo observacional; y 01 es observacional analítico. Surgieron tres categorías: 1. Conocimiento de las enfermeras sobre el análisis de gases sanguíneos y la interpretación de los resultados; 2. Cuidados de enfermería relacionados con el análisis de gases en sangre arterial; y 3. Efectos del dolor durante la punción arterial y diagnósticos de enfermería identificados. Conclusión: Muchas enfermeras aún demuestran debilidades en la recolección de muestras de sangre arterial e interpretación de los resultados, y la ausencia de la realización de la prueba de Allen puede estar relacionada con una falta de comprensión de su relevancia.
Palabras clave: Análisis de Gases en Sangre Arterial; Atención de Enfermería; Enfermería; Unidades de Cuidados Intensivos.
INTRODUÇÃO
A Gasometria Arterial (GA) é um exame invasivo realizado com frequência nos pacientes críticos, no qual é avaliado a função pulmonar, a ventilação alveolar, a oxigenação sanguínea e os distúrbios ácidos-básicos, através da análise dos gases presentes no sangue arterial. Na prática clínica é importante no diagnóstico e acompanhamento da evolução de doenças pulmonares e na avalição do equilíbrio ácido-básico. Tem como objetivo a mensuração dos valores do pH sanguíneo, da pressão parcial de gás carbônico (PaCo2), oxigênio (pO2), do íon bicarbonato (HCO3) e saturação da oxi-hemoglobina (Sp02), sendo os parâmetros considerados normais o pH de 7,35 a 7,45, pO2 de 80 a 100 mmHg, pCO2 de 35 a 45 mmHg e HCO3 de 22 a 26 mmHg 1,2. Este exame pode ser realizado em clínicas, unidades de emergência e Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
A coleta e a análise da GA dos pacientes internados em UTI são intervenções do enfermeiro e da equipe médica. Contudo, baseado na resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº 703/2022, a punção arterial para a coleta da gasometria, bem como para a monitorização da pressão arterial invasiva é uma das atividades consideradas privativas do enfermeiro dentro da equipe de enfermagem, pois este deve ser dotado de conhecimentos, competências e habilidades que possam assegurar o seu rigor técnico-científico3.
Conforme a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem Nº 7.498 de 25 de julho de 1986, regulamentada pelo Decreto n° 94.406 de 08 de junho de 1987, o enfermeiro é o profissional responsável por executar os cuidados de enfermagem em alta complexidade com técnicas que exigem amplos conhecimentos técnicos e científicos dos profissionais. Sendo assim o enfermeiro que atua na UTI deve deter-se de conhecimentos técnicos bem como de habilidades específicas para a tomada de decisões em tempo hábil, garantindo qualidade e efetividade na assistência prestada ao paciente crítico4.
A internação de pacientes críticos é frequente na UTI, pois trata-se no âmbito hospitalar de um local destinado ao tratamento de pessoas graves e/ou de alto risco de alterações hemodinâmicas. As disfunções do equilíbrio ácido básico, das funções metabólicas e pulmonares são os principais fatores que causam essas alterações e tais disfunções são analisadas de acordo com os parâmetros obtidos na GA. Portanto, a sua realização é fundamental no contexto da monitorização do indivíduo crítico, tendo em vista que a avaliação desses distúrbios indica o diagnóstico e o prognóstico5,6.
A punção arterial deve ser realizada por profissional capacitado usando a técnica adequada, prevenindo complicações, tornando o procedimento menos doloroso e mais preciso, para que não haja alteração no resultado e não cause danos ao cliente. As alterações nos resultados podem estar relacionadas à coleta, armazenamento, encaminhamento da amostra e alterações relacionadas ao gasômetro. Portanto, requer do enfermeiro, além do conhecimento técnico-científico, a realização do teste de Allen para avaliar o fluxo de sangue colateral antes da tentativa de punção, dentre outros cuidados1.
Diante do exposto, tendo em vista que a punção arterial para fins de coleta de amostra para realizar a GA é uma atividade privativa do enfermeiro, faz-se necessário que os profissionais estejam habilitados tanto na realização do procedimento quanto na interpretação dos seus resultados2. Para tanto, este trabalho teve por objetivo analisar as evidências científicas acerca do conhecimento, habilidades e atitudes dos enfermeiros que atuam na Unidade de Terapia Intensiva na realização e interpretação da gasometria arterial.
MÉTODOS
Trata-se de uma revisão integrativa e para a elaboração desta revisão foram utilizadas as seguintes etapas: delimitação do tema e elaboração da pergunta norteadora, estabelecimentos de critérios de inclusão e exclusão dos artigos para a busca na literatura, consideração das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, busca nas bases de dados, avaliação com análise crítica dos estudos incluídos na revisão, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa7.
Após a definição do tema, usou-se a estratégia PCC para nortear a pergunta de partida, sendo: P: enfermeiros; C: gasometria arterial; C: contexto. A partir dessa estratégia, pode-se construir as seguintes questões norteadoras: Os enfermeiros das Unidades de Terapia Intensiva possuem conhecimento técnico-científico para a realização da gasometria arterial? Os enfermeiros interpretam os resultados de forma correta e em tempo hábil para realizar alguma intervenção imediata?
Para a fundamentação da pesquisa, foi realizada uma busca de artigos científicos em bancos de dados eletrônicos: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados Específica da Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE). Foram utilizados os termos contidos nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), seguidos do operador booleano “AND”, que seguiu a seguinte cadeia: “gasometria arterial” AND “enfermagem” AND “Unidade de Terapia Intensiva”, entre os meses de janeiro a março de 2024.
Os critérios de inclusão utilizados foram publicações disponibilizadas em texto completo, disponível na íntegra, gratuitamente, nos idiomas português, inglês e espanhol. Por se tratar de uma temática pouco abordada nas publicações científicas, optou-se por não delimitar um recorte temporal. E excluídos os artigos em duplicidade, editoriais, teses, artigos de revisão, comentários, notas prévias, manuais, livros, capítulos de livros, manuscritos e estudos que não abordaram o tema ou que não evidenciaram resposta à questão norteadora (Figura 1).
Utilizou-se o Sistema de Avaliação para Hierarquia de Evidências definido por Melnyk e Fineout-Overholt (2005), que é uma ferramenta importante para classificar e avaliar a qualidade das evidências em pesquisa. Tais níveis são: nível 1, evidências oriundas de revisão sistemática ou metanálise de relevantes ensaios clínicos randomizados controlados ou de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controlados; nível 2, evidências derivadas de pelo menos um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado; nível 3, evidências obtidas de ensaios clínicos bem delineados sem randomização; nível 4, evidências provenientes de estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; nível 5, evidências originárias de revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; nível 6, evidências derivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo; nível 7, evidências oriundas de opinião de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas8.
Por fim, após a leitura dos artigos na integra e verificando quais iriam compor este artigo de revisão, usou-se uma planilha para ser inserida com as informações que posteriormente iriam nortear os achados desta revisão. E, durante por todo esse processo buscou-se respeitar os preceitos éticos que envolvem estudos de revisão e manteve as boas práticas em pesquisa cientifica.
Figura 1 – Fluxograma do processo de seleção dos artigos que compõem a amostra. Fortaleza, Ceara/2024.
Fonte: Adaptado e traduzido de PRISMA (2024).
RESULTADOS
Os nove artigos foram selecionados, analisados e organizados em quadros que destacam os principais aspectos dos estudos. As informações de cada artigo incluem: identificação, título, autoria, periódico, ano de publicação, tipo de estudo e nível de evidência (Quadro 1).
Entre os artigos analisados, 04 (44,4%) são estudos descritivos com abordagem quantitativa; 01 (11,1%) é pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa; 01 (11,1%) é pesquisa de campo observacional com abordagem quantitativa; 01 (11,1%) é estudo longitudinal; 01 (11,1%) é descritivo observacional; e 01 (11,1%) é observacional analítico. Todos os artigos analisados foram publicados em português.
Quadro 1 - Apresentação das publicações selecionadas conforme o título, autoria, periódico/ ano/ tipo de estudo e nível de evidência. Fortaleza, CE, Brasil, 2024.
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Título |
Autoria |
Periódico / Ano / Tipo de estudo
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Nível de Evidência |
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A1 |
Conhecimento do enfermeiro na interpretação de gasometria arterial em unidade de terapia intensiva |
Lopes et al.9 |
Medicus. 2023. Estudo de campo, descritivo, analítico com abordagem qualitativa. |
Nível 5 |
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A2 |
Conhecimento dos enfermeiros sobre a coleta da gasometria arterial em unidades de terapia intensiva de um hospital público da Amazônia ocidental |
Krause et al.10
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Brazilian Journal of Development. 2022. Estudo de campo observacional transversal com abordagem quantitativa. |
Nível 5 |
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A3 |
Avaliação de dor do recém-nascido durante punção arterial: estudo observacional analítico
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Alberice et al.11 |
Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais. 2021. Estudo observacional analítico. |
Nível 5 |
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A4 |
Conhecimentos dos graduandos do curso de Enfermagem na interpretação da gasometria arterial em um centro universitário do interior de Pernambuco |
Costa et al.12 |
Research Society and Development. 2020. Estudo descritivo, de corte transversal com abordagem quantitativa. |
Nível 5 |
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A5 |
Alterações dos valores gasométricos decorrentes do tempo de exposição da amostra |
Malheiros et al.13 |
Revista Nursing. 2019. Estudo descritivo, exploratória com abordagem quantitativa. |
Nível 5 |
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A6 |
Prevalência dos diagnósticos de enfermagem respiratórios em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal |
Sousa et al.14 |
Revista Eletrônica de enfermagem. 2018. Estudo transversal com abordagem quantitativa. |
Nível 5 |
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A7 |
Avaliação da dor durante coleta de sangue em crianças sedadas e submetidas à ventilação mecânica |
Dantas et al.15 |
Revista Brasileira Terapia Intensiva. 2016. Estudo descritivo e observacional. |
Nível 5 |
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A8 |
Alterações nos parâmetros fisiológicos dos recém-nascidos sob oxigenoterapia na coleta de gasometria |
Barbosa; Cardoso16 |
Acta Paul Enfermagem. 2014. Estudo longitudinal. |
Nível 4 |
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A9 |
Conhecimento do Enfermeiro de Unidade de terapia intensiva sobre Gasometria Arterial |
Rolim et al.6 |
Revista de enfermagem UFPE online. 2013. Estudo descritivo com abordagem quantitativa. |
Nível 5 |
Fonte: Os autores, 2024.
Os artigos foram selecionados de acordo com a pergunta de pesquisa, lidos e organizados com os principais resultados dos estudos (Quadro 2), a seguir:
Quadro 2 - Apresentação dos resultados dos estudos selecionados. Fortaleza, CE, Brasil, 2024.
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Art. |
Resultados |
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A1 |
Conhecimento sobre a GA: 11,1% dos enfermeiros relataram ter pouco conhecimento; 66,7% conhecimento intermediário; 22,2% conhecimento pleno. Realização Teste de Allen: 3,27% não realizavam; 11,1% realizam raramente; 7,4% realizam quando há dificuldade de perfusão local; 77,8% realizam em todas as coletas. Interpretação de um exame com alteração de acidose respiratória: 74,1% acertaram o distúrbio e 25,8% erraram. |
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A2 |
100% escolheram a seringa recomendada; 93 % utilizaram a quantidade correta de heparina; 86% não avaliaram o local de escolha da punção; 71 % realizaram o Teste de Allen; 36% realizaram a angulação correta da agulha de acordo com a artéria escolhida; 29% realizaram a punção com a agulha lateralizada; 50% colocaram a quantidade recomendada de sangue; 100% pressionaram o local puncionado após a coleta; 14 % removeram as bolhas de ar presente na amostra; 14% realizaram a homogeneização da amostra rotacionando a seringa; 100% das amostras não foram enviadas imediatamente para a análise, mas foram conservadas no gelo. |
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A3 |
Queda de saturação em 46,8% dos procedimentos. Alterações de frequência cardíaca (bradicardia/taquicardia) em 58,1% dos procedimentos. Todos os RN reagiram com Choro durante e após o procedimento de punção arterial. Avaliação da dor com a utilização da escala Premature Infant Pain Profile (PIPP): ausência de dor em 30,6%. Dor leve e moderada em 24,2% e dor intensa, em 45,2%. |
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A4 |
Escolha correta da artéria de primeira escolha: 92,1% responderam artéria radial. Realização Teste de Allen: 78,1% já haviam realizado, 21,9% nunca realizaram. Angulação para a punção: 59,6% entendem que a angulação correta para a punção da artéria radial é de 45º. Tempo de compressão pós punção: 44,7% afirmaram que é 05 minutos. Interpretação de um exame: Alcalose respiratória - 38,6% responderam de forma correta e 26,3% erraram. Acidose respiratória - 44,7% acertaram e 20,2% erraram. Alcalose metabólica - 42,1% responderam de forma correta e 22,8% erraram. Acidose metabólica - 43,9% responderam corretamente e 21,0% erraram. |
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A5 |
Os valores do pH reduziram consideravelmente nos primeiros 30"; o Pco2 apresentou um aumento na sua concentração nos primeiros 30"; as concentrações de HCO3 diminuíram nos primeiros 30"; quanto menor a temperatura da amostra, mais lenta é a taxa de declínio de pO2. |
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A6 |
1. Ventilação Espontânea Prejudicada - Pressão parcial de oxigênio diminuída, Frequência cardíaca aumentada, Pressão parcial de dióxido de carbono aumentado e saturação arterial de oxigênio diminuída. 2. Padrão Respiratório Ineficaz: dispneia, padrão respiratório anormal, taquipneia e uso de musculatura acessória. 3. Troca de Gases Prejudicada: Dióxido de carbono diminuído, gases sanguíneos arteriais anormais e hipoxemia. |
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A7 |
Desconforto durante a coleta de sangue: 83% dos pacientes tiveram percepção dolorosa (e variou de um nível baixo de desconforto até dor intensa). Frequência Cardíaca e a Frequência Respiratória: foram mais elevadas imediatamente após o estímulo doloroso em comparação com os demais momentos da avaliação. Não houve diferença em relação aos níveis de SpO2 entre os diferentes momentos de avaliação. |
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A8 |
Frequência Respiratória: foi menor 05 minutos após a coleta da GA nos recém-nascidos em Ventilação Mecânica, quando comparado ao momento imediatamente depois. Frequência Cardíaca: diminuiu 05 minutos depois da coleta da GA nos recém-nascidos em Oxi-Hood, conferindo uma redução desse parâmetro em relação ao momento imediatamente depois do procedimento.
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A9 |
Muitos enfermeiros não realizam a GA, sendo esse procedimento realizado pelos técnicos de laboratório. Teste de Allen: A maioria dos enfermeiros não realizam, possivelmente devido à sua pouca participação na coleta ou à falta de conhecimento sobre sua importância. Interpretação de um exame: Não houve diferença significativa entre enfermeiros que interpretam a GA e os que não o fazem, sendo essa interpretação mais comum entre médicos e fisioterapeutas. Tempo máximo de espera da amostra: A maioria estavam cientes do tempo em temperatura ambiente. Interpretação de um exame: Embora os enfermeiros tenham conhecimento dos parâmetros da acidose respiratória, da alcalose respiratória e da alcalose metabólica, muitos têm conhecimento deficiente sobre a acidose metabólica. No entanto, a maioria reconhece a importância da GA em pacientes com alterações renais e consegue identificar o principal distúrbio associado a essas alterações |
Fonte: Os autores, 2024
Para possibilitar a análise, interpretação e discussão das informações obtidas, dividiu-se os resultados em três categorias: 1. Conhecimento do enfermeiro sobre a gasometria e a interpretação dos resultados; 2. Cuidados de enfermagem na gasometria arterial e; 3. Os efeitos da dor da punção arterial e os diagnósticos de enfermagem identificados.
DISCUSSÃO
CATEGORIA 1: Conhecimento do enfermeiro sobre a gasometria e a interpretação dos resultados.
A gasometria arterial (GA) é um exame de rotina na terapia intensiva que avalia os distúrbios ácidos-básicos, permitindo identificar alterações metabólicas, respiratórias e renais em pacientes críticos e auxiliando no diagnóstico e na evolução clínica. É indicada também no prognóstico de patologias como cetoacidose diabética, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência respiratória aguda e crônica, doença renal crônica, na ventilação mecânica invasiva, entre outras condições clínicas. O procedimento é contraindicado em situações de coagulopatias e em casos de ausência de fluxo contralateral17.
O conhecimento e habilidade do enfermeiro em realizar e interpretar a gasometria arterial são fundamentais para garantir a qualidade da assistência e a segurança dos pacientes. A análise correta desses parâmetros avaliados fornece informações cruciais sobre o equilíbrio ácido-base, níveis de oxigênio e função pulmonar, que são essenciais para aferir a condição respiratória e metabólica do paciente6.
Os estudos analisados apresentam dados importantes sobre o conhecimento e prática dos enfermeiros no procedimento de GA. Um dos estudos revela que dos participantes entrevistados apenas 22,2% afirmaram possuir um conhecimento pleno sobre o assunto, 11,1% possuíam pouco conhecimento, enquanto a maioria (66,7%) demonstrou um conhecimento intermediário9. Outro estudo identificou que 46,7% dos enfermeiros não realizavam a GA no ambiente da terapia intensiva, sendo esse procedimento realizado geralmente pelos técnicos de laboratório6.
A ausência da realização do teste de Allen entre a maioria dos enfermeiros pode ser atribuída à sua escassa participação na coleta ou à falta de compreensão sobre sua relevância6,10,12. Foi demonstrado que tais profissionais possuíam conhecimento sobre o procedimento técnico e os cuidados necessários após a punção arterial, contudo a sua participação na realização do procedimento ainda é pouco executada6. Demonstraram também fragilidades na interpretação do exame, sendo mais comum tal análise entre médicos e fisioterapeutas6,9,12.
Neste contexto, é fundamental que o enfermeiro participe dos exames de gasometria, levando em consideração as características específicas dos pacientes críticos, que na maioria das vezes são hemodinamicamente instáveis, dificultando a punção arterial que exige técnicas e cuidados específicos ao seu perfil de instabilidade.
Os enfermeiros quando confrontados com um exame de GA que apresentava uma alteração de acidose respiratória, 74,1% dos enfermeiros conseguiram identificar corretamente o distúrbio, enquanto 25,8% cometeram equívocos na interpretação9. Diante dos resultados obtidos através desta pesquisa, observou-se que os enfermeiros que atuam nas unidades de terapia intensiva ainda apresentam déficit na interpretação dos resultados da GA, o que pode acabar comprometendo o diagnóstico e as condutas profissionais realizadas ao paciente6,9,12.
Sabe-se que a mensuração dos parâmetros da análise do sangue arterial ocorre por meio do pH, pressão parcial de gás carbônico (PaCO2), pressão parcial de oxigênio (PaO2), concentração de bicarbonato (HCO3), saturação de oxigênio (SpO2) e excessos de bases. Os valores de referência para o pH variam de 7,35 a 7,45 indicando neutralidade, valores < 7,35 indicam acidez e valores > 7,45 indicam alcalose. A normalidade da PaO2 refere-se a um resultado entre 80 e 100 mmHg, sua relação identifica as trocas gasosas pulmonares relacionadas a elevação ou diminuição da pressão de oxigênio2.
A PaCo2 avalia a eficácia da ventilação alveolar e sua normalidade está entre os valores de 35 a 45 mmHg, um resultado menor que 35 mmHg indica uma hiperventilação e um valor acima de 45 mmHg indica uma hipoventilação. O HCO3 avalia a função renal e os valores de referência estão entre 22 e 26 mEq/l, valores <22 mEq/l associados a um pH <7,35 indicam uma acidose metabólica e um HCO3 >26 mEq/l associado a um pH> 7,35 indicam uma alcalose metabólica. O Base Excess (BE) sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no sangue, os valores normais são entre -2 a +2, um resultado < -2 indicam uma acidose metabólica e valores acima de +2 sugerem uma alcalose metabólica18.
A técnica de coleta consiste em várias etapas, portanto, é fundamental que a punção arterial seja feita com precisão e cuidado por profissionais qualificados, considerando sempre os possíveis riscos e benefícios para o paciente. O profissional encarregado de coletar as amostras de sangue arterial precisa passar por um treinamento adequado e ter as habilidades necessárias para realizar o procedimento, que é de responsabilidade desses profissionais1.
Dados sobre a prática dos enfermeiros na coleta desse exame nas unidades de terapia intensiva merecem destaque. Embora tenham optado pela seringa recomendada e a totalidade tenha aplicado pressão no local após a coleta, outras áreas mostraram deficiências significativas10,12.
Quanto ao preparo do material e a punção evidenciou-se que apenas 93% utilizaram a quantidade adequada de heparina na seringa, 86% não consideraram o local de punção ideal e a angulação correta da agulha, de acordo com a artéria escolhida, foi realizada em apenas 36% das punções. Além disso, apenas 29% realizaram a punção com a agulha lateralizada, e metade dos enfermeiros não coletaram a quantidade recomendada de sangue. A remoção de bolhas de ar da amostra e a homogeneização foram realizadas em apenas 14% dos casos. Ademais, embora todas as amostras tenham sido conservadas no gelo, nenhuma foi enviada imediatamente para análise10.
Um estudo investigou o conhecimento dos graduandos do curso de Enfermagem na interpretação da GA, fornecendo percepções valiosas sobre a competência dos estudantes nessa área da prática clínica. Revelou-se que uma grande maioria (92,1%) identificou corretamente a artéria de primeira escolha para a punção. No entanto, quando se trata da realização do Teste de Allen, 78,1% dos participantes já haviam realizado. Em relação à angulação adequada para a punção da artéria radial, 59,6% compreendem que é de 45º. Quanto ao tempo de compressão da artéria após a punção, apenas 44,7% dos estudantes reconheceram a necessidade de 5 minutos de compressão12.
CATEGORIA 2: Cuidados de enfermagem na gasometria arterial.
A punção arterial para a coleta da amostra de sangue é uma atribuição privativa do enfermeiro dentre a equipe de enfermagem, no entanto, é necessário preparo e conhecimento técnico-científico para a realização deste procedimento. É fundamental que o enfermeiro escolha o local mais apropriado para a punção arterial visando o êxito do procedimento e o bem-estar do cliente6.
A coleta da amostra é realizada em punção na arterial radial, braquial ou femoral, onde deve ser feita uma avaliação criteriosa, individualizada, para escolha do melhor local de punção. A artéria radial é o local mais indicado devido ao seu fácil acesso e a por possuir a artéria ulnar como uma alternativa de circulação colateral em caso de complicações vasculares. A arterial femoral é a de última escolha devido ausência de fluxo colateral, maior susceptibilidade a processos infecciosos e a dificuldade de acesso à região17.
É imprescindível que antes de puncionar o local de escolha, o profissional realize a antissepsia da pele, visando minimizar a carga microbiana do local e reduzir o risco de contaminação da coleta. A quantidade de sangue arterial coletado varia de 2mL a 3mL e após a finalização da coleta o local puncionado deverá ser pressionado entre 5 e 10 minutos1.
O teste de Allen deve ser realizado antes da punção arterial para avaliar a circulação contralateral do membro que será puncionado6,10,12. Deve ser realizado na região do antebraço pressionando-se simultaneamente a artéria radial e a artéria ulnar por no mínimo 30 segundos, após o decorrer do tempo estipulado deve-se descomprimir apenas a artéria ulnar e avaliar se o fluxo sanguíneo da mão é reestabelecido apenas pela circulação da artéria ulnar. O teste é considerado positivo quando o fluxo sanguíneo da artéria ulnar perfundir os vasos sanguíneos da mão em um tempo igual ou inferior a 10 segundos e consequentemente negativo quando o tempo de retorno da perfusão sanguínea for superior a 10 segundos, indicando que o fluxo sanguíneo ulnar não é adequado, desta forma, contraindicando a realização da punção arterial naquele membro17.
A amostra da GA se apresenta instável com rápidas variações nos valores gasométricos em decorrência do tempo de exposição. Desta forma, deve-se ficar atentos quanto as bolhas de ar na seringa, altas ou baixas temperaturas de exposição do material, excesso de heparina na seringa e o tempo de extração até o processamento e análise da amostra10,13.
Em relação ao pH, foi observado uma queda considerável nos valores dos seus resultados em um tempo de 30 minutos após a coleta, demonstrando que em um período curto entre a coleta e o processamento é suficiente para ocorrer alterações. Já o PaCO2 apresentou um aumento de sua concentração nos primeiros 30 minutos de coleta e de HCO3 reduziram, evidenciando que o ideal é que o processamento da amostra aconteça imediatamente após a coleta para que não haja interferência externa em seus resultados13.
Em termos de segurança do paciente, os incidentes iatrogênicos que ocorrem entre a equipe de saúde afetam diretamente a qualidade de vida dos pacientes. Os profissionais de enfermagem são responsáveis pela assistência direta e, portanto, são capazes de identificar e tomar medidas para minimizar a maioria dos eventos adversos. As práticas de segurança do paciente durante o atendimento podem reduzir doenças, lesões, tratamento e tempo de internação5.
Por ser um procedimento invasivo, a punção arterial para fins de gasometria arterial está sujeita a complicações. O enfermeiro responsável pela punção e coleta tem a responsabilidade de prevenir complicações e intervir quando necessário. Pode-se destacar como complicações decorrentes da punção arterial: dor pós-operatória persistente, isquemia arterial, necrose local, trombose, embolia, hematoma, vaso espasmo, neuropatia compressiva, formação de fístula arteriovenosa e aneurisma17.
CATEGORIA 3: Os efeitos da dor da punção arterial e os diagnósticos de enfermagem identificados.
Um estudo sobre a avaliação da dor durante a coleta de sangue em crianças sedadas e submetidas à ventilação mecânica revelou importantes achados sobre a experiência de dor nesse contexto clínico. Um percentual significativo, representando 83% dos pacientes, apresentaram reações dolorosas durante a coleta de sangue, variando de um nível baixo de desconforto até dor intensa, avaliados através da escala comportamental Face, Legs, Activity, Cry and Consolability (FLACC)15.
Além disso, observou-se que tanto a frequência respiratória quanto a frequência cardíaca estavam significativamente elevadas imediatamente após o estímulo doloroso em comparação aos demais momentos avaliados. Não mostrou diferenças significativas nos níveis de saturação de oxigênio entre os diferentes momentos de avaliação. Embora a pressão arterial diastólica 05 minutos após o procedimento tenha sido maior do que antes do procedimento, essa diferença não alcançou significância estatística. Esses dados destacam a importância de uma abordagem cuidadosa e sensível no manejo da dor em crianças sob ventilação mecânica, visando minimizar o desconforto durante a coleta de gases sanguíneos15.
Outro estudo realizado com recém-nascidos avaliou o nível de dor vivenciado durante a punção arterial. Os resultados indicaram que 46,8% levaram à diminuição dos níveis de saturação. Observou-se alterações na frequência cardíaca, como bradicardia ou taquicardia, em 58,1% dos casos. Todos responderam ao procedimento com choro, indicando claramente a presença de dor. A avaliação da dor pela escala Premature Infant Pain Profile (PIPP) revelou que 30,6% dos bebês não sentiram dor, enquanto 45,2% sentiram dor intensa. A punção arterial foi percebida como mais dolorosa e não houve diferença estatisticamente significativa na intensidade da dor entre a primeira e a segunda tentativas de punção11.
O estudo realizado a respeito das alterações dos parâmetros fisiológicos dos recém nascidos (RN), nas seguintes modalidades de oxigenoterapia: ventilação mecânica (VM), Oxi-hood e CPAP nasal durante a coleta da gasometria, evidenciou que os RN em Oxi-Hood apresentaram alterações fisiológicas nos parâmetros da Frequência cardíaca (FC), no pulso e na saturação (SpO2), já os pacientes que estavam na ventilação mecânica apresentaram alterações na frequência respiratória e no pulso16. A pesquisa corrobora que os bebês sob CPAP nasal não mostraram instabilidade imediatamente antes, depois e cinco minutos depois do procedimento, portanto apresentaram maior estabilidade do que os demais RN’s no que diz respeito aos parâmetros estudados durante a punção arterial. O estudo aponta que os neonatos em VM foram mais sensíveis à dor, haja vista que todos os RN que se encontravam nesta modalidade oxigenoterápica apresentavam gravidade clínica16.
Durante a realização da gasometria arterial, diversos diagnósticos de enfermagem podem ser identificados baseado nos indicadores clínicos observados14, tais como:
1. Ventilação Espontânea Prejudicada: Caracterizado por pressão parcial de oxigênio diminuída, frequência cardíaca aumentada, pressão parcial de dióxido de carbono aumentado e saturação arterial de oxigênio diminuída, indicando uma dificuldade no processo de ventilação pulmonar.
2. Padrão Respiratório Ineficaz: Caracterizado pela presença de dispneia, padrão respiratório anormal, taquipneia e uso de musculatura acessória, além de batimento de asa de nariz e bradipneia, sugerindo uma inadequação no ritmo e na profundidade da respiração.
3. Troca de Gases Prejudicada: Caracterizada por gases sanguíneos arteriais anormais, hipoxemia, juntamente com batimento de asa de nariz, cianose, dispneia, irritabilidade, hipercapnia, dióxido de carbono diminuído, padrão respiratório anormal, pH arterial anormal e taquicardia, indicando uma falha no processo de troca gasosa nos pulmões.
Os diagnósticos de enfermagem fornecem importantes informações sobre o sistema respiratório e cardiovascular do paciente, permitindo uma intervenção precoce visando garantir uma ventilação e oxigenação adequadas, além do acompanhamento e tratamento de possíveis complicações do sistema respiratório.
CONCLUSÃO
A análise dos artigos possibilitou identificar que muitos enfermeiros ainda demonstraram fragilidades na coleta da amostra de sangue arterial e na interpretação do resultado e a ausência da realização do teste de Allen pode estar relacionada à falta de compreensão sobre sua relevância.
Considerando a legislação, as normas técnicas e o código de ética dos profissionais de enfermagem vigentes, através dos resultados obtidos no exame de gasometria arterial, é fundamental que o enfermeiro esteja capacitado técnico e cientificamente, tendo em vista que se trata de um procedimento essencial e complexo fundamental para monitorar o estado clínico dos pacientes, principalmente na unidade de terapia intensiva, dada a instabilidade e as rápidas mudanças no quadro clínico.
O estudo tem como limitação a escassez de publicações envolvendo esta temática, sendo necessário a realização de novas pesquisas para se avaliar o nível de conhecimentos e atuação desses profissionais.
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3. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução nº 703/2022. Atualiza a norma para a execução, pelo Enfermeiro, da punção arterial para gasometria arterial e/ou instalação de cateter intra-arterial para monitorização da pressão arterial invasiva (PAI). 2022 [citado 2025 Jan 22]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-703-2022_100883
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Fomento e Agradecimento: A pesquisa não recebeu financiamento.
Critérios de autoria (contribuições dos autores)
A designação de autoria deve ser baseada nas deliberações do ICMJE, que considera autor aquele que: 1. contribui substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.
Bruna Lima dos Santos: 1, 2 e 3.
Ana Ofélia Portela Lima: 1, 2 e 3.
Cesario Rui Callou Filho: 2 e 3.
Francisca Andrea Marques de Albuquerque: 2 e 3.
Pâmela Campêlo Paiva: 2 e 3.
Lia Maristela da Silva Jacob: 2 e 3.
Declaração de conflito de interesses
“Nada a declarar”.
Editor Científico: Francisco Mayron Morais Soares. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7316-2519
Rev Enferm Atual In Derme 2025;99(4): e025135