ARTIGO ORIGINAL

 

INTERVENÇÕES NA ASSISTÊNCIA AO PARTO POR RESIDENTES DE ENFERMAGEM DE UMA MATERNIDADE NORDESTINA: ESTUDO TRANSVERSAL

 

INTERVENTIONS IN CHILDBIRTH CARE BY NURSING RESIDENTS OF A NORTHEASTERN MATERNITY HOSPITAL: A CROSS-SECTIONAL STUDY

 

INTERVENCIONES EN LA ATENCIÓN AL PARTO POR RESIDENTES DE ENFERMERÍA DE UNA MATERNIDAD DEL NORESTE: UN ESTUDIO TRANSVERSAL

 

https://doi.org/10.31011/reaid-2025-v.99-n.4-art.2517

 

1Pablo Nascimento Cruz

2Rivaldo Lira Filho

3Kassya Fernanda Freire Lima

4Raylene Frazão Lindoso

5Teresa Costa Soeiro

6Thaynara Pinheiro Araújo

7Janete Brasil Torres

8Bruno Luciano Carneiro Alves de Oliveira

9Marcelino Santos Neto

10Poliana Pereira Costa Rabelo

 

1Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1010-0817.

2Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Caxias, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3673-210X.

3Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0009-0005-0032-3525.

4Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7921-3380.

5Secretaria de Estado da Saúde (SES), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0009-0000-1202-6249.

6Secretaria de Estado da Saúde (SES), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5256-5738.

7Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9054-3065.

8Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8053-7972.

9Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6105-1886.

10Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, Maranhão, Brasil; ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0161-1359.

 

Autor correspondente

Pablo Nascimento Cruz

R. Viana Vaz, 238 - Centro, São Luís - MA, Brasil. 65020-660 – contato: +55(98) 98287-5322. E-mail: pablonascimentocruz@gmail.com

 

Submissão: 10-03-2025

Aprovado:  22-08-2025

 

RESUMO

Introdução: A assistência ao parto passou por grandes modificações na atualidade, embora as intervenções desnecessárias continuem sendo aplicadas. É essencial estudar as características que estão associadas às intervenções, a fim de buscar melhorias na prática. Objetivo: Analisar os fatores associados às intervenções na assistência ao parto em uma maternidade pública do nordeste brasileiro, entre novembro de 2022 e março de 2023. Método: Estudo transversal realizado com gestantes assistidas por residentes de enfermagem obstétrica durante o trabalho de parto em uma maternidade pública do nordeste brasileiro. Os dados foram obtidos de fichas de parto, livros do recém-nascido e prontuários. Calcularam-se frequências relativas e absolutas para variáveis categóricas, que foram associadas às intervenções no parto mediante o teste exato de Fisher e a Razão de Prevalência (RP). Resultados: O estudo incluiu 132 gestantes, com intervenções ocorrendo em 90,9% dos partos, a maior parte das parturientes tinha entre 20 e 30 anos (52,3%), era solteira (85,6%), parda (53,4%) e sem vínculo empregatício (75,0%). A variável escolaridade apresentou associação significativa com intervenções (p-valor=0,022). A presença do acesso venoso periférico teve forte associação com o desfecho (p-valor<0,001; RP=2,5). Conclusão: A maioria das gestantes sofreram intervenção obstétricas, que estiveram associadas principalmente à menor escolaridade e à presença de cateter venoso, ressaltando a necessidade de melhorias contínuas nas práticas obstétricas.

Palavras-chave: Parto Humanizado; Trabalho de Parto; Procedimentos Desnecessários; Enfermeiro Obstetra.

 

ABSTRACT

Introduction: Childbirth care has undergone significant changes in recent times, although unnecessary interventions continue to be applied. It is essential to study the characteristics associated with these interventions to seek improvements in practice. Objective: To analyze the factors associated with childbirth care interventions in a public maternity hospital in northeastern Brazil, between November 2022 and March 2023. Method: A cross-sectional study conducted with pregnant women assisted by obstetric nursing residents during labor in a public maternity hospital in northeastern Brazil. Data were obtained from delivery records, newborn books, and medical charts. Relative and absolute frequencies were calculated for categorical variables, which were associated with childbirth interventions using Fisher's exact test and Prevalence Ratio (PR). Results: The study included 132 pregnant women, with interventions occurring in 90.9% of births. Most of the parturients were between 20 and 30 years old (52.3%), single (85.6%), of mixed race (53.4%), and without formal employment (75.0%). The variable education level showed a significant association with interventions (p-value=0.022). The presence of peripheral venous access had a strong association with the outcome (p-value<0.001; PR=2.5). Conclusion: Most pregnant women underwent obstetric interventions, which were mainly associated with lower education levels and the presence of venous catheters, highlighting the need for continuous improvements in obstetric practices.

Keywords: Humanized Childbirth; Labor; Unnecessary Procedures; Obstetric Nurse.

 

RESUMEN

Introducción: La atención al parto ha experimentado cambios significativos en la actualidad, aunque se siguen aplicando intervenciones innecesarias. Es esencial estudiar las características asociadas a estas intervenciones para buscar mejoras en la práctica. Objetivo: Analizar los factores asociados a las intervenciones en la atención al parto en una maternidad pública del noreste de Brasil, entre noviembre de 2022 y marzo de 2023. Método: Estudio transversal realizado con gestantes atendidas por residentes de enfermería obstétrica durante el trabajo de parto en una maternidad pública del noreste de Brasil. Los datos se obtuvieron de registros de parto, libros del recién nacido e historias clínicas. Se calcularon frecuencias relativas y absolutas para variables categóricas, que se asociaron a las intervenciones en el parto mediante la prueba exacta de Fisher y la Razón de Prevalencia (RP). Resultados: El estudio incluyó a 132 gestantes, con intervenciones en el 90,9% de los partos. La mayoría de las parturientas tenían entre 20 y 30 años (52,3%), eran solteras (85,6%), mestizas (53,4%) y sin empleo formal (75,0%). La variable nivel educativo mostró una asociación significativa con las intervenciones (p-valor=0,022). La presencia de acceso venoso periférico tuvo una fuerte asociación con el desenlace (p-valor<0,001; RP=2,5). Conclusión: La mayoría de las gestantes fueron sometidas a intervenciones obstétricas, las cuales estuvieron asociadas principalmente con un menor nivel educativo y la presencia de catéter venoso, destacando la necesidad de mejoras continuas en las prácticas obstétricas.

Palabras clave: Parto Humanizado; Trabajo de Parto; Procedimientos Innecesarios; Enfermera Obstétrica.

 

INTRODUÇÃO

No contexto internacional, observa-se grande variação no uso de intervenções obstétricas. Muitos países acabam enfrentando excessos, mesmo após ajuste de características específicas da população, como Finlândia, Estados Unidos da América e Bélgica(1).

A inserção do Enfermeiro Obstétrico nas maternidades tem se mostrado eficaz na mudança de práticas assistenciais. Um estudo avaliou mais de 9 mil nascimentos e evidenciou que a presença desses profissionais está associada a um aumento no uso do partograma e a uma redução significativa do uso de ocitocina, realização de episiotomia, taxas de cesariana, e adoção de posições litotômicas(2).

Nos Estados Unidos, um estudo indicou que a assistência ao parto por obstetrizes poderia gerar uma economia de 627 milhões de dólares americanos, reduzindo o número de partos prematuros (167.259 vs 219.427) e as taxas de episiotomia (170.504 vs 415.686) (3). Na Espanha, partos assistidos por parteiras resultaram em menores taxas de cesárea (10,4% vs 32,2%) e lacerações perineais graves (1,7% vs 23,5%), sem aumentar os riscos materno-fetais(4).

No Brasil, desde meados do século XX, a assistência ao parto passou de um modelo domiciliar para um modelo hospitalar, com um aumento no número de intervenções(5). Embora o cenário assistencial tenha evoluído ao longo dos anos, desafios persistem, como a baixa adesão aos métodos não farmacológicos para alívio da dor, a limitação na liberdade de escolha da posição de parto e a manutenção do uso do cateter venoso periférico, que ainda predominam tanto no setor público quanto no privado(6).

O Ministério da Saúde recomenda a inclusão de enfermeiros nas equipes de assistência ao parto como estratégia para transformar o modelo assistencial(7). Essa recomendação alinha-se às iniciativas globais Nursing Now e às Recomendações para um Parto Positivo, que promovem o papel dos enfermeiros e uma abordagem centrada na mulher, com intervenções mínimas e um ambiente humanizado(8-9).

A residência em enfermagem obstétrica pode contribuir para melhores práticas de atenção ao parto. Em uma maternidade do nordeste brasileiro a presença dos residentes, juntamente com seus preceptores, facilitou o uso de métodos não farmacológicos (100,0%), contato pele a pele imediato após o parto (96,7%) e presença de acompanhantes (88,3%). Isso resultou em um aumento nos partos normais e melhores desfechos neonatais. Intervenções como a administração de ocitocina (10,6%) e a analgesia farmacológica (5,6%), ocorreram com baixa frequência(10).

Apesar dos benefícios comprovados da atuação da enfermagem obstétrica, sua presença no contexto assistencial permanece limitada, especialmente no setor privado. Essa realidade é agravada por questões relacionadas à formação adequada e à valorização profissional, restringindo o acesso das mulheres a esse modelo de assistência(6). Assim, as diretrizes têm sido incipientes, pois em alguns contextos ainda prevalece o modelo biomédico tradicional, com uso de intervenções desnecessárias e baixa adesão às evidências(11).

Diante desse cenário, é essencial realizar mais pesquisas para identificar cenários obstétricos específicos e seu processo formativo, visando contribuir para práticas mais humanizadas e para promoção de políticas de saúde de intervenção. Objetiva-se analisar os fatores associados às intervenções na assistência ao parto assistidos por residentes de enfermagem obstétrica em uma maternidade pública do nordeste brasileiro, entre 2022 e 2023.

 

MÉTODOS

Desenho do estudo

Estudo transversal que investiga as intervenções adotadas durante o trabalho de parto e suas associações com aspectos sociodemográficos, obstétricos e assistenciais das parturientes atendidas por residentes de enfermagem obstétrica. Utilizou-se o instrumento STROBE para pesquisas observacionais(12).

Intervenções no parto são os procedimentos obstétricos utilizados para auxiliar no progresso do trabalho de parto, que devem ser aplicados com cautela e restritos às situações em que são realmente necessários(7).

Contexto

A pesquisa foi realizada em uma maternidade pública situada no leste maranhense, sendo a única unidade obstétrica do município, que atende também cidades adjacentes, conforme pactuação local. Sua estrutura conta com leitos para internação de gestantes de risco habitual e alto risco, bem como leitos de pré-parto e de alojamento conjunto. O setor de estudo compreende o pré-parto, que conta com uma equipe composta por enfermeiros obstetras, residentes de enfermagem e equipe multiprofissional.

O público-alvo da pesquisa foi composto por gestantes acompanhadas no pré-parto da maternidade pelos residentes de enfermagem, no período de novembro de 2022 a março de 2023. A coleta dos dados foi realizada entre dezembro de 2022 a março de 2023.

Participantes

Os participantes do estudo consistiram em parturientes acompanhadas pelos residentes durante o período estudado, cujas informações estavam registradas de maneira completa. Excluíram-se pacientes com dados incompletos ou rasurados nos prontuários, partos ocorridos fora da instituição, fora do período elencado ou assistidos por outros profissionais de saúde.

Fonte de dados/mensuração

Os dados foram obtidos das fichas de parto dos residentes preenchidas e disponíveis na unidade, a qual consta o registro assistencial de cada parto realizado, bem como, livro de recém-nascidos e prontuários.

A variável dependente foi a presença de intervenções no parto (sim/não), considerando acesso venoso periférico, infusão de ocitocina, amniotomia, manobra de Kristeller, episiotomia e clampeamento precoce do cordão umbilical.

As variáveis sociodemográficas incluíram faixa etária (14-19 anos, 20-30 anos, 31 ou mais), estado conjugal (casada, solteira, união estável), raça/cor da pele (branca, parda e preta), escolaridade (ensino fundamental, ensino médio, ensino superior) e ocupação (não trabalha, trabalho formal, trabalho informal).

Acerca dos dados obstétricos, coletaram-se a paridade (G1, G2, G3 ou mais), idade gestacional (<37 semanas, 37-39 semanas e 6 dias, 40-41 semanas e 6 dias), classificação do risco pré-natal (risco habitual, alto risco, não classificada) e número de consultas pré-natal (6 ou mais, menos de 6, não realizou). Os dados assistenciais foram: lacerações perineais (sim/não), doenças maternas prévias (sim/não), cesárea anterior (sim/não) e necessidade de reanimação neonatal (sim/não).

Viés

Criou-se uma variável dependente adicional sobre intervenções no parto (sim/não), que excluía os casos de pacientes que portavam acesso venoso para indução/condução com ocitocina, a fim de possibilitar visualizar uma associação direta do cateter com a presença de intervenções.

Para evitar conflitos de interesse, a coleta de dados foi realizada fora dos plantões do pesquisador, que manteve uma postura neutra durante a interação com os dados e os demais residentes.

Tamanho do estudo

Adotou-se amostra não probabilística, na qual o cálculo amostral foi baseado na estimativa de 200 partos normais ao mês, conforme contagem realizada no livro de partos da instituição. Dessa forma, considerou-se um ‘n’ de 132 para uma margem de confiança de 95% e erro amostral de 5%.

Métodos estatísticos

As informações foram transferidas para um banco de dados no Microsoft Excel (versão 365) e analisadas utilizando o software Jamovi, versão 2.3.28 e BioEstat 5.0.

Foram calculadas frequências absolutas e relativas das variarias categóricas e aplicado o Teste Exato de Fisher e a Razão de Prevalência (RP) para avaliar as associações. Adotou-se o nível de significância de p-valor<0,05.

Aspectos éticos

Este estudo foi realizado com observância da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466/2012 e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 5.830.352.

 

RESULTADOS

O estudo contou com 132 participantes incluídas, com a maioria tendo a presença de intervenções em seu parto (90,9% n=120). Quando se excluíram os casos de pacientes que portavam acesso venoso para indução/condução com ocitocina, as intervenções se mantiveram ocorrendo (61,4% n=81), conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1 - Análise da realização de intervenções na assistência ao parto por residentes de enfermagem obstétrica (n=132), Maranhão, Brasil, 2022-2023

Nota: a) acesso endovenoso, infusão de ocitocina, amniotomia, manobra de Kristeller, episiotomia e clampeamento precoce do cordão umbilical.

Fonte: Autores (2025).

Em relação especificamente às condutas adotadas durante a assistência ao parto pelos residentes, observou-se que a amniotomia foi realizada em 48 pacientes (36,4%), e a episiotomia em 2 (1,5%). A manobra de Kristeller não foi realizada na assistência. A laqueadura do cordão umbilical se manteve de sobremaneira em tempo tardio (98,5% n=130), e a presença de cateter venoso ocorreu em 91,7% (n=121) das parturientes, dentre as quais 34,1% (n=45) utilizaram ocitocina endovenosa. Os partos induzidos representaram 45,5% (n=60) da amostra, logo, a maioria teve início espontâneo (54,6% n=72), conforme demonstrado abaixo (Tabela 1).

Tabela 1 - Frequência das intervenções na assistência ao parto por residentes de enfermagem obstétrica (n=132), Maranhão, Brasil, 2022-2023

VARIÁVEL

                    n

                     %

Realização de amniotomia

   Sim

48

36,4

   Não

84

63,6

Realização de episiotomia

   Sim

2

1,5

   Não

130

98,5

Manobra de Kristeller

   Sim

0

0,0

   Não

132

100,0

Tempo de clampeamento do cordão umbilical

   Oportuno/tardio

130

98,5

   Imediato

2

1,5

Acesso venoso durante o trabalho de parto

   Sim

121

91,7

   Não

11

8,3

Parto induzido

 

   Sim

60

45,5

   Não

72

54,6

Uso de medicações

   Ocitocina para condução

45

34,1

   Misoprostol

24

18,2

   Sem uso de medicação

63

47,7

TOTAL

132

100,0

Fonte: Autores (2025).

Acerca das variáveis sociodemográficas e sua relação com intervenções no parto, 52,3% das gestantes encontravam-se na faixa etária de 20 a 30 anos (n=69; RP=0,91; p-valor=0,479) e 34,8% na faixa de 14 a 19 anos (n=46; RP=0,87). Em relação à situação conjugal, 85,6% (n=113; p-valor=0,783) eram solteiras e 9,8% casadas (n=13; RP=1,13), enquanto 4,5% estavam em união estável (n=6; RP=1,12).

A distribuição por raça/cor da pele identificou 53,4% como pardas (n=71; RP=1,20), 39,4% (n=52; RP=1,16) como pretas e 6,8% (n=9) como brancas (p-valor=0,280). Quanto à ocupação, 75,0% (n=99; RP= 1,02) das participantes não trabalhavam (p-valor=1,000), conforme demonstrado na Tabela 2.

No quesito escolaridade, 58,3% (n=77) das mulheres tinham ensino médio e 31,1% (n=41) ensino fundamental. Mulheres com menor escolaridade apresentaram maior probabilidade de sofrer intervenções durante o parto em comparação com aquelas com mais anos de estudo (p-valor=0,022), com RP de 1,18 (p-valor=0,167) para o ensino fundamental e 1,17 (p-valor=0,138) para o ensino médio, tomando o nível superior como grupo de referência (Tabela 2).

Tabela 2 - Razões de prevalência (RP) e associação de variáveis sociodemográficas com intervenções obstétricas (n=132), Maranhão, Brasil, 2022-2023

Variável

 

 

Sofreu intervenção no parto?

 

 

 

n

%

   Sim

 

Não

 

p-valora

RP e p-valorb

 

 

 

n

%

n

%

 

 

Faixa etária (anos)

 

 

 

 

 

 

0,479

 

14-19

46

34,8

40

30,3 

6

4,5

 

0,87(0,139)

20-30

69

52,3

63

47,7 

6

4,5

 

0,91(0,239)

31 ou mais

17

12,9

17

12,1 

0

0,0 

 

1,00

Situação conjugal

 

 

 

 

 

0,783

 

Casada

13

9,8

13

9,8

0

0,0

 

1,12(0,230)

Solteira

113

85,6

101

76,5

12

9,1

 

1,00

União estável

6

4,5

6

4,5

0

0,0

 

1,12(0,441)

Raça/cor da pele

 

 

 

 

 

 

0,280

 

Branca

9

6,8

7

5,3

2

1,5

 

1,00

Parda

71

53,8

66

50,0

5

3,8

 

1,20(0,186)

Preta

52

39,4

47

35,6

5

3,8

 

1,16(0,298)

Escolaridade

 

 

 

 

 

 

0,022

 

Fundamental ou menos

41

31,1

38

28,8

3

2,3

 

1,18(0,167)

Médio

77

58,3

71

53,8

6

4,5

 

1,17(0,138)

Superior

14

10,6 

11

8,3

3

2,3

 

1,00

Ocupação

 

 

 

 

 

 

1,000

 

Não trabalha

99

75,0

90

68,2

9

6,8

 

1,02(0,344)

Trabalho informal

24

17,9

22

16,7

2

1,5

 

1,03(0,332)

Trabalho formal

9

6,9

8

6,1

1

0,8

 

1,00

Fonte: Autores (2025).

As variáveis obstétricas revelaram que 47,7% (n=63; RP=1,01) das participantes eram primíparas (G1) e 34,8% (n=46) multíparas (G3 ou mais), com uma distribuição semelhante entre aquelas que sofreram intervenções no parto e as que não sofreram (p-valor=0,788). Em relação à idade gestacional, 65,9% (n=87; RP=0,89) dos partos ocorreram entre 37-39 semanas e 6 dias, e 32,6% (n=43; RP=0,95) entre 40-41 semanas e 6 dias (p-valor=0,451). A classificação de risco pré-natal predominante foi risco habitual (97,0% n=128; p-valor=1,000), conforme consta na Tabela 3.

Tabela 3 - Razões de prevalência (RP) e associação de variáveis obstétricas com intervenções no parto (n=132), Maranhão, Brasil, 2022-2023

Variável

 

 

Sofreu intervenção no parto?

 

 

 

n

%

Sim

 

Não

 

p-valora

RP e p-valorb

 

 

 

n

%

n

%

 

 

Paridade

 

 

 

 

 

 

0,788

 

G1

63

47,7

56

42,4

7

5,3

 

1,01(0,455)

G2

23

17,4

21

15,9

2

1,5

 

1,04(0,482)

G3 ou mais

46

34,9

43

32,6

3

2,3

 

1,00

Idade gestacional

 

 

 

 

 

 

0,451

 

<37 semanas

2

1,5

2

1,5

0

0,0

 

1,00

37-39 semanas e 6 dias

87

65,9

77

58,3

10

7,6

 

0,89(0,266)

40- 41 semanas e 6 dias

43

32,6

41

31,1

2

1,5

 

0,95(0,074)

Classificação do risco pré-natal

 

 

 

 

 

 

1,000

 

Não classificada

1

0,8

1

0,8

0

0,0

 

1,10(0,079)

 Risco habitual

128

97,0

116

87,9

12

9,1

 

1,00

Alto Risco

3

2,3

3

2,3

0

0,0

 

1,10(0,324)

Número de consultas:

 

 

 

 

 

 

0,349

 

Não realizou

1

0,8

1

0,8

0

0,0

 

1,08(0,055)

Menos de 6

28

21,2

24

18,2

4

3,0

 

0,93(0,244)

6 ou mais

103

78,0 

95

72,0

8

6,1

 

1,00

 

Quanto ao número de consultas pré-natal, 78,0% (n=103) das participantes tiveram 6 ou mais consultas, enquanto 21,2% (n=28; RP=0,93) tiveram menos de 6 (p-valor=0,349), segundo consta na Tabela 3.

A assistência ao trabalho de parto não apresentou associação significativa com intervenções obstétricas nas seguintes variáveis: lacerações perineais (p-valor=0,228), doenças maternas prévias (p-valor=0,544), cesárea anterior (p-valor=1,000) e necessidade de reanimação neonatal (p-valor=1,000). Ao avaliar intervenções excluindo pacientes com acesso endovenoso para indução/condução com ocitocina, observou-se que as mulheres que não tinham o cateter venoso durante o trabalho de parto, não sofreram intervenções (100% n=11), em detrimento das 67,8% (n=82) que portavam esse dispositivo (p-valor<0,001), tendo uma RP de 2,5 (p-valor<0,001), conforme indicado na Tabela 4.

Tabela 4 - Razões de prevalência (RP) e associação da presença de acesso venoso com intervenções no parto, excluindo os casos de indução/condução com ocitocina (n = 132), Maranhão, Brasil, 2022-2023

Variável

 

Sofreu intervenção no parto?

 

 

n

%

Sim

Não

RP e p-valora

Acesso venoso durante o parto

n

%

n

%

 

Sim

121

91,7

82

67,8

39

32,2

2,5 (<0,001)

Não

11

8,3

0

0

11

100,0

1,00

Total

132

100,0

82

62,1

50

37,9

-

 

 

 

 

 

 

p-valor

<0,001b

Nota: a) RP e sua respectiva significância; b) Teste exato de fisher

Fonte: Autores (2025).

 

DISCUSSÃO

Os resultados revelaram alta frequência de intervenções durante a assistência ao parto realizada por residentes de enfermagem obstétrica, mesmo ao excluir os casos de condução/indução com ocitocina endovenosa. Estudos anteriores(13-14) demonstram que procedimentos como venóclise, amniotomia, manobra de Kristeller e uso de ocitocina para acelerar o parto podem tornar essa experiência mais dolorosa e traumática para as mulheres, aumentado complicações e reduzindo as chances de sucesso no parto vaginal.

Elevadas frequências de intervenções são preocupantes se considerarmos que o Brasil é um dos países com maiores taxas de cesarianas no mundo, com baixa adesão às boas práticas recomendadas e excesso de procedimentos intervencionistas na assistência ao parto. Poucas mulheres no país conseguem dar à luz sem ao menos uma intervenção, embora cada prática devesse ser cuidadosamente ponderada quanto ao risco-benefício para a parturiente e o bebê. Esse cenário reforça a necessidade de reavaliar as condutas e de fortalecer o cuidado humanizado, promovendo uma assistência mais centrada nas evidências e no protagonismo da mulher(15).

Entre as intervenções mais realizadas nesta pesquisa, destacaram-se a amniotomia, o uso de ocitocina para indução/condução do parto e a instalação de venóclise. Observou-se uma baixa taxa de episiotomia e a ausência de realização da manobra de Kristeller.

Ao comparar os indicadores obtidos nesta amostra com outros programas de residência, observam-se variações consideráveis. Em estudo com residentes de uma maternidade pública de Salvador-BA(16), a taxa de amniotomia foi de 5,1%, enquanto em uma unidade estadual de Goiás-GO(17) foi 28,9%, vs 36,4% desta pesquisa. Quanto ao cateter venoso, os resultados também foram superiores (91,7%), em detrimento de 20,4%(16) e 68,8%(17). No uso de ocitocina endovenosa, as taxas obtidas (34,1%) situam-se entre os valores relatados, de 18,4%(16) e 65,2%(17). A episiotomia, por outro lado, apresentou uma frequência inferior (1,5%), posicionando-se entre os valores de 0%(16) e 4,8%(17). Não foi relatada a realização da manobra de Kristeller(16-17), o que corrobora achados encontrados e a tendência atual de evitar essa prática.

As mulheres atendidas por outras categorias profissionais e contextos, também enfrentam a heterogeneidade das práticas obstétricas. Uma revisão de escopo evidenciou variações significativas nas taxas de amniotomia, ocitocina e episiotomia entre diferentes centros de parto normais brasileiros(2).

A amniotomia é uma intervenção comumente realizada em mulheres admitidas na fase ativa do trabalho de parto, em comparação àquelas admitidas na fase latente. Quando aplicada na fase ativa, pode acelerar o progresso do parto, reduzindo as taxas de cesariana e a duração do processo. É necessário cautela ao utilizar essa intervenção, que deve ser aplicada de forma seletiva e em casos apropriados, a fim de evitar riscos desnecessários e promover uma experiência de parto mais fisiológica(18).

A ocitocina, por sua vez, é um hormônio natural sintetizado no hipotálamo e liberado pela hipófise posterior que desempenha um papel essencial nas contrações uterinas. Clinicamente, é indicada para induzir o parto ou em casos de lentidão na progressão das contrações. O uso deve ser criterioso, pois pode causar sérias complicações, entre elas: taquissistolia uterina, alterações na frequência cardíaca fetal, hemorragia pós-parto e intoxicação hídrica. Assim, requer monitoramento rigoroso da mãe e do feto e doses ajustadas conforme a resposta clínica, a fim de adotar um uso seguro(19).

A prática da episiotomia traz consequências significativas para as atividades diárias das puérperas, como caminhar, sentar-se e descansar. Afeta também a qualidade do sono, higiene íntima e funções fisiológicas, incluindo a retomada da vida sexual(20).

Um estudo que analisou 216 parturientes encontrou alta frequência de episiotomia em primíparas. As justificativas para a intervenção incluíram períneo curto, pouca distensibilidade, interrupção do período expulsivo e prevenção de lacerações. Essas indicações parecem questionáveis, pois mais da metade das pacientes não apresentou lacerações perineais e, entre aquelas submetidas à episiotomia, apenas 16,9% desenvolveram lacerações. Esses dados sugerem que evitar o uso rotineiro da episiotomia pode, na verdade, reduzir a ocorrência de traumas perineais(21).

Uma revisão de literatura destacou que muitas mulheres não conseguem explicar sequer a finalidade do procedimento, reforçando sua realização sem consentimento informado(22). As diretrizes atuais recomendam aplicação seletiva de intervenções como amniotomia, episiotomia e ocitocina, limitando-as a casos clinicamente indicados, enquanto a manobra de Kristeller é explicitamente proscrita. O modelo assistencial preconizado deve focar na redução de intervenções desnecessárias, promovendo uma assistência mais humanizada que respeite o curso fisiológico do parto e os aspectos individuais da gestante(7).

Em relação aos dados sociodemográficos, as participantes desta pesquisa eram predominantemente solteiras, com idades entre 20 e 30 anos, de raça/cor da pele parda e sem ocupação formal. Essas características não apresentaram significância estatística em relação ao desfecho.

Uma pesquisa realizada em um hospital universitário no Sul do Brasil, incluiu 140 puérperas com idade média de 24,9 anos, brancas (66,4%), em união estável (89,3%), com mais de 8 anos de escolaridade (68,6%) e com emprego (65,7%)(23). Outra pesquisa com parturientes assistidas por residentes de enfermagem no Amazonas, identificou que as parturientes tinham entre 20 e 29 anos (59%), eram casadas (37%) e possuíam ensino médio completo (55%), com vínculo laboral não especificado(24). A principal diferença quanto à amostra encontrada neste estudo está na situação conjugal e raça/cor da pele, enquanto escolaridade, faixa etária e ausência de emprego remunerado foram semelhantes.

Destacou-se, na presente pesquisa, que mulheres com menor escolaridade foram submetidas a mais intervenções obstétricas do que as com ensino superior. Mulheres com ensino fundamental e ensino médio apresentaram maiores Razões de Prevalência (RP) em detrimento das que possuíam ensino superior.

Em investigação similar, escolaridade (p-valor=0,008) e situação conjugal (p-valor= 0,043) mostraram associações significativas com intervenções obstétricas. No modelo multivariado, essas relações não se mantiveram, indicando possível falta de efeito quando analisadas em conjunto, em detrimento de doença materna prévia (p-valor=0,005) e mecônio intraparto (p-valor=0,022). Vale destacar que se considerou apenas ocitocina, amniotomia, episiotomia e parto instrumental no desfecho(11), enquanto este estudo incluiu variáveis adicionais.

A associação entre menor escolaridade e intervenções no parto pode ser explicada pelo acesso limitado à informação e compreensão dos direitos reprodutivos. Em Sergipe, uma pesquisa com 373 puérperas de uma maternidade pública, revelou que a menor escolaridade estava associada a um menor nível de informação sobre a evolução do trabalho de parto. Esse fato dificultou a participação ativa e autônoma da mulher durante o parto, afetando o exercício de seus direitos e a qualidade da experiência de parir(25). Em Montes Claros, Minas Gerais, reforçou-se essa relação, ao demonstrar que gestantes com maior escolaridade aderiram mais às ações de educação em saúde, compreendendo e aplicando melhor as orientações(26).

Sob outra ótica, práticas que desrespeitem a autonomia da mulher e promovam intervenções desnecessárias são classificadas como violência obstétrica, o que inclui ações ou omissões que desumanizam ou causam sofrimento físico e emocional durante o ciclo gravídico-puerperal. Mulheres com baixa escolaridade, em situação de pobreza ou pertencentes a grupos mais desfavorecidos socioeconomicamente são mais vulneráveis(27).

A falta de conhecimento sobre os próprios direitos e a limitada autonomia nas decisões sobre o parto aumentam a vulnerabilidade dessas mulheres, expondo-as a práticas mais intervencionistas. Esses achados reforçam a necessidade de fortalecer políticas de educação em saúde e garantir maior autonomia às gestantes, especialmente aquelas em contextos de vulnerabilidade(6).

Não foi encontrada significância estatística entre intervenções e raça/cor da pele. No entanto, uma pesquisa observou que mulheres pretas tinham menor probabilidade de ter o partograma preenchido em comparação às brancas. Destacou-se que, apesar dos avanços na redução das desigualdades raciais na assistência ao parto no Brasil, a discriminação racial ainda persiste em vários aspectos do cuidado(28).

Quanto aos dados gestacionais encontrados, predominaram primigestas, com idade gestacional entre 37 e 39 semanas e 6 dias, classificadas como risco habitual, com 6 ou mais consultas realizadas. Esses grupos apresentaram maior frequência de intervenções, embora sem significância estatística.

O perfil das pacientes atendidas por residentes em Salvador revelou predomínio de mulheres multíparas (55,1%) com idade gestacional média de 38 semanas e 4 dias, e com realização de pré-natal (99,0%). A pesquisa também identificou intervenções não recomendadas, como a instalação de cateter endovenoso (20,4%), administração de ocitocina (18,4%), principalmente em nulíparas, e realização de amniotomia (5,1%) nas multíparas(16).

Em um Centro de Parto Normal no Mato Grosso, foram avaliadas 1.442 assistências ao parto, revelando características distintas de parturientes, com idade média de 24,2 anos e uma prevalência de multigestas (36,23%). Embora todas as pacientes tenham recebido alguma boa prática de atenção, o uso rotineiro de práticas não recomendadas ainda foi observado, como venóclise (36,0%), ocitocina (19,5%) e amniotomia (10,1%)(29). Os dados relatados complementam os resultados deste estudo, levantando preocupações sobre a adesão às boas práticas na assistência obstétrica, mesmo em contextos que deveriam priorizar o parto natural e humanizado.

Ademais, observou-se uma associação significativa entre a presença de acesso venoso e a maior ocorrência de intervenções no parto. As parturientes com esse dispositivo foram mais submetidas a procedimentos desnecessários do que mulheres sem o cateter.

O acesso endovenoso é uma das intervenções mais comuns durante o trabalho de parto, mesmo em mulheres com risco obstétrico habitual. No Brasil, ao analisarem-se 23.894 mulheres em uma amostra representativa de hospitais com 500 ou mais partos ao ano no, perceberam que mais de 70% das participantes receberam venóclise. Essa alta taxa sugere uma prática potencialmente rotineira, mesmo na ausência de necessidade clínica evidente, facilitando outras intervenções(6).

Salienta-se que este estudo possui algumas limitações, pois seu delineamento transversal impede a determinação de causalidade entre os fatores avaliados e as intervenções durante o parto. Sendo documental, pode haver imprecisões nos registros e subnotificações das intervenções, embora forneça dados não disponíveis nos sistemas oficiais de informação em saúde. A amostra, composta apenas por mulheres atendidas em uma maternidade específica e pelos residentes, pode não refletir a realidade de outras instituições, limitando a generalização dos achados.

 

CONCLUSÕES

Os resultados indicaram alta taxa de realização de intervenções, e que a maioria das variáveis sociodemográficas, como faixa etária, situação conjugal, raça/cor e ocupação, não apresentaram associações estatisticamente significativas com a presença de intervenções no parto. No entanto, a escolaridade revelou-se um fator importante, com mulheres com nível educacional médio e fundamental apresentando maior frequência de procedimentos desnecessários nesta amostra.

A presença de AVP esteve fortemente associada à presença de intervenções, mesmo quando não utilizado para indução com ocitocina. Em contrapartida, outras variáveis como lacerações perineais, doenças maternas prévias, cesárea anterior e necessidade de reanimação neonatal não mostraram significância.

É importante destacar que as intervenções observadas não refletem apenas as práticas dos residentes, mas também as orientações dos preceptores e da equipe assistencial que os acompanham durante a formação. Assim, as decisões clínicas são moldadas por um contexto educacional que pode impactar a assistência ao parto. Esses achados têm implicações significativas para a prática clínica e para a formulação de políticas públicas de saúde e formação profissional. É fundamental considerar a educação das gestantes e suas necessidades individuais, promovendo práticas que respeitem o processo fisiológico do nascimento.

 

REFERÊNCIAS

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 Fomento e Agradecimento:

Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001, à Universidade Estadual do Maranhão e à Universidade Federal do Maranhão, pelo custeio de bolsas de pós-graduação e fomento aos pesquisadores.

 

Critérios de autoria (contribuições dos autores)

 

Cruz PNC, Filho RL: 1. contribui substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

Lima KFFL, Lindoso RF, Soeiro TC, Araújo TP, Torres JB: 1. contribui substancialmente na análise e/ou interpretação dos dados.

Oliveira BLCA, Neto MS, Rabelo PPC: 1. contribui substancialmente na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Declaração de conflito de interesses

Nada a declarar.

 

Editor Científico: Francisco Mayron Morais Soares. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7316-2519

Rev Enferm Atual In Derme 2025;99(4): e025136                 

 Atribuição CCBY