ARTIGO ORIGINAL

 

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS URGÊNCIAS CLÍNICAS PEDIÁTRICAS MASCULINAS NO ESTADO DO PIAUÍ DE 2019 A 2024

 

EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF MALE PEDIATRIC CLINICAL EMERGENCIES IN PIAUÍ STATE FROM 2019 THROUGH 2024

 

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE URGENCIAS CLÍNICAS PEDIÁTRICAS MASCULINAS EN ESTADO DE PIAUÍ DE 2019 A 2024

 

https://doi.org/10.31011/reaid-2025-v.99-n.4-art.2645

 

Isabelle Marcos Noronha Arrais¹

Ligia Maria de Sousa Arrais²

Államy Danilo Moura e Silva³

 

¹ Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Teresina, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0009-7145-0299

² Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Teresina, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-4632-1692

³ Universidade Estadual do Piauí – UESPI, Teresina, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7368-5395

 

Autor correspondente

Isabelle Marcos Noronha Arrais

Rua Simplício Mendes, 1316, Vermelha, Teresina/PI – Brasil.

CEP: 64.018-510 – contato: +55(89) 98136-8570. E-mail: isabellenoronha6@gmail.com

 

Submissão: 10-09-2025

Aprovado: 24-11-2025

 

RESUMO

Introdução: As urgências pediátricas representam um importante recorte no perfil epidemiológico do estado do Piauí, com predominância de ocorrências entre indivíduos do sexo masculino, segundo dados estatísticos regionais. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das urgências clínicas pediátricas masculinas no Estado do Piauí de 2019 a 2024. Métodos: Estudo epidemiológico, de caráter observacional e quantitativo, do tipo ecológico, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares referentes a todas as urgências masculinas da população pediátrica do estado do Piauí entre zero a 19 anos. Investigaram-se as seguintes variáveis: faixa etária, sexo, ano de internação, município de internação, macrorregiões de saúde, número de internações e número de óbitos. Resultados: Observa-se um comportamento oscilante no número total de internações, distribuídas entre as 11 regiões de saúde do estado, com uma queda significativa entre 2019 e 2020, possivelmente associada ao impacto da pandemia da COVID-19. A maior prevalência de internações registrada foi entre crianças menores de um ano, liderando os índices em todo o período analisado. Conclusão: Embora apresentem um padrão oscilante do número de internações ao longo do período analisado, as urgências pediátricas se estabelecem como um importante indicador epidemiológico para a saúde pública no Piauí, demandando estratégias contínuas de prevenção e manejo de agravos.

Palavras-chave: Urgências; Pediatria; Perfil Epidemiológico; Internação Hospitalar; Saúde Pública.

 

ABSTRACT

Introduction: Pediatric emergencies represent an important segment in the epidemiological profile of the state of Piauí, with a predominance of cases among male individuals, according to regional statistical data. Objective: To analyze the epidemiological profile of male pediatric clinical emergencies in the state of Piauí from 2019 to 2024. Methods: This is an epidemiological study with an observational and quantitative design, of the ecological type, using data from the Hospital Information System regarding all male pediatric emergencies in the state of Piauí among individuals aged zero to 19 years. The following variables were investigated: age group, sex, year of hospitalization, municipality of hospitalization, health macro-regions, number of hospitalizations, and number of deaths. Results: An oscillating trend in the total number of hospitalizations was observed, distributed across the 11 health regions of the state, with a significant decline between 2019 and 2020, possibly associated with the impact of the COVID-19 pandemic. The highest prevalence of hospitalizations occurred among children under one year of age, leading the rates throughout the analyzed period. Conclusion: Although the number of hospitalizations showed an oscillating pattern over the analyzed period, pediatric emergencies remain an important epidemiological indicator for public health in Piauí, requiring ongoing strategies for prevention and management of health issues.

 

Keywords: Emergencies; Pediatrics; Epidemiological Profile; Hospitalization; Public Health.

RESUMÉN

Introducción: Las urgencias pediátricas representan un segmento importante en el perfil epidemiológico del estado de Piauí, con predominio de casos entre individuos del sexo masculino, según datos estadísticos regionales. Objetivo: Analizar el perfil epidemiológico de las urgencias clínicas pediátricas masculinas en el estado de Piauí entre 2019 y 2024. Métodos: Se trata de un estudio epidemiológico de carácter observacional y cuantitativo, de tipo ecológico, utilizando datos del Sistema de Información Hospitalaria referentes a todas las urgencias masculinas de la población pediátrica del estado de Piauí entre cero y 19 años. Se investigaron las siguientes variables: grupo etario, sexo, año de hospitalización, municipio de hospitalización, macrorregiones de salud, número de hospitalizaciones y número de defunciones. Resultados: Se observó un comportamiento oscilante en el número total de hospitalizaciones, distribuidas entre las 11 regiones de salud del estado, con una caída significativa entre 2019 y 2020, posiblemente asociada al impacto de la pandemia de COVID-19. La mayor prevalencia de hospitalizaciones se registró entre niños menores de un año, liderando los índices durante todo el período analizado. Conclusión: Aunque el número de hospitalizaciones mostró un patrón oscilante a lo largo del período analizado, las urgencias pediátricas se mantienen como un importante indicador epidemiológico para la salud pública en Piauí, requiriendo estrategias continuas de prevención y manejo de los problemas de salud.

Palabras clave: Emergencias; Pediatría; Perfil Epidemiológico; Internación Hospitalaria; Salud Pública.

 

INTRODUÇÃO

Segundo o dicionário Aurélio, urgência é definida como algo que precisa ser feito com rapidez ou que é iminente e pode estar associada tanto a quadros agudos quanto crônicos(1). Nessa perspectiva, o serviço de urgência tem como objetivo proporcionar atendimento personalizado em condições complexas de saúde(2).

Todavia, em razão de sua imprevisibilidade, serviços de urgência vivenciam desafios que impactam diretamente a qualidade do acolhimento dos pacientes(3). Como afirma Doll et al.(4) entraves estruturais, como a insuficiência de insumos, medicamentos, exames e financiamento, comprometem a resolutividade de casos menos complexos. Esse imbróglio contribui diretamente para a sobrecarga e a saturação dos serviços de urgência e emergência.

Nessa mesma perspectiva, a população pediátrica ganha destaque nos serviços de urgência e emergência, por expressarem suas condições de forma mais sutil que os adultos, o manejo clínico torna-se mais complexo, favorecendo diagnósticos imprecisos ou tardios e comprometendo a conduta terapêutica e o prognóstico(5). Nesse cenário, o atendimento ao público pediátrico exige uma atenção específica, considerando que o Ministério da Saúde estabelece como paciente de perfil pediátrico as crianças de zero a 10 anos e adolescentes de 10 a 19 anos completos(6).

Diante dos indicadores epidemiológicos sintetizados e analisados em revisões da literatura(5,7), observa-se um aumento na procura por serviços de emergência, inclusive para casos que poderiam ser resolvidos na Atenção Básica, especialmente em crianças na primeira infância, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Nesses casos, a febre constitui um dos principais sintomas que levam os pais a buscar atendimento, devido ao receio quanto à gravidade e possíveis complicações(8).

Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), em 2013, foram registradas 75.685 mortes entre crianças e adolescentes de zero a 19 anos, das quais 28,88% ocorreram por causas externas, com maior incidência entre meninos, especialmente por acidentes(9). Enquanto isso, em países desenvolvidos como a França, o perfil das urgências pediátricas em 2022 foi liderado por doenças respiratórias infecciosas.

Filócomo et al.(10) identificaram que acidentes representaram 12,1% dos atendimentos pediátricos em hospital público no Sudeste, com maior frequência entre 10 e 13 anos. Já entre crianças de um a quatro anos, destacaram-se ingestão de corpos estranhos, intoxicações e queimaduras. Nesse viés, estudos apontam que meninos são mais vulneráveis a agravos, influenciados por fatores socioculturais(11).

Fatores como renda, escolaridade e localização influenciam diretamente o acesso à saúde, destacando a urgência de políticas públicas mais equitativas e descentralizadas(12). Enfrentar essas desigualdades é essencial para garantir equidade no atendimento e melhorar as condições de saúde de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

No atendimento pediátrico de urgência, o acolhimento deve seguir protocolos de triagem realizados por enfermeiros capacitados, que considerem não apenas aspectos técnicos, mas também uma abordagem humanizada(13-14). Nesse contexto, o enfermeiro, geralmente o primeiro contato da criança com o serviço, também oferece suporte aos familiares, promovendo um cuidado integral(15). Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar o perfil epidemiológico das urgências clínicas pediátricas masculinas no estado do Piauí de 2019 a 2024.

 

MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico, quantitativo, do tipo ecológico. Este estudo utilizou dados secundários de morbidade hospitalar provenientes do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), extraídos do site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) com recorte específico para internações hospitalares por urgência, em indivíduos do sexo masculino, na faixa etária de zero a 19 anos. O período analisado compreende os anos de 2019 a 2024, abrangendo todos os municípios do estado do Piauí, organizados por Regiões de Saúde e Territórios de Desenvolvimento (TD).

Os dados foram organizados em uma base tabular contendo a quantidade anual de internações por município, permitindo a análise comparativa temporal e territorial do perfil epidemiológico. Para fins de espacialização das informações e identificação de padrões geográficos, foi utilizada uma camada vetorial georreferenciada, contendo os limites territoriais dos TDs do Piauí.

No que diz respeito às variáveis, foram investigadas as seguintes: faixa etária, sexo, ano de internação, município de internação, região de saúde, número de internações e número de óbitos. Os dados foram organizados em uma base tabular contendo a quantidade anual de internações por município, permitindo a análise comparativa temporal e territorial do perfil epidemiológico. Para fins de espacialização das informações e identificação de padrões geográficos, foi utilizada uma camada vetorial georreferenciada, contendo os limites territoriais dos TDs do Piauí.

A construção do mapa temático foi realizada no software QGIS®, adotando-se a simbologia categorizada por ano de ocorrência. Cada categoria anual recebeu uma simbologia cromática distinta, permitindo a visualização da evolução temporal das internações por urgência. Adicionalmente, os totais de casos foram inseridos nos respectivos territórios, favorecendo a leitura direta da carga epidemiológica por local.

Quanto à representação gráfica, as cores no mapa variam conforme os valores registrados em cada ano e devem ser interpretadas exclusivamente no contexto daquele ano específico. Ou seja, a intensidade da cor reflete a comparação entre os territórios no mesmo período, e não entre diferentes anos. Por exemplo, se o Território de Desenvolvimento Entre Rios apresentou o maior número de internações em 2019, ele será representado com a cor mais escura naquele ano. Caso continue liderando em 2024, mesmo com um número absoluto menor, o tom escuro será mantido, respeitando a lógica de comparação intra-anual.

Essa abordagem metodológica contribuiu para a identificação de tendências, padrões espaciais e variações no perfil de morbidade hospitalar entre os territórios do estado, possibilitando uma análise epidemiológica mais precisa e contextualizada, essencial para o planejamento em saúde e a alocação estratégica de recursos.

Como neste estudo as informações foram agregadas e não possibilitam a identificação dos indivíduos que compõem a população da pesquisa, não foi necessária a submissão a um Comitê de Ética em Pesquisa. Contudo, ressalta-se que será respeitada a Resolução n.º 466/12, do Conselho Nacional de Saúde.

 

RESULTADOS

A Tabela 01 apresenta dados relevantes sobre a morbidade hospitalar em serviços públicos de saúde. Ao longo dos seis anos analisados, foram registradas 101.198 internações, distribuídas entre as 11 regiões de saúde do estado. Observa-se um comportamento oscilante no número total de internações, com uma queda significativa entre 2019 (18.376) e 2020 (12.916), possivelmente associada ao impacto da pandemia da COVID-19 sobre a demanda e acesso aos serviços hospitalares. A partir de 2021, os números voltaram a crescer progressivamente, atingindo o pico em 2023 (19.098), seguido por uma leve estabilidade em 2024 (19.080).

 

Tabela 01 - Distribuição das internações por urgência no Sistema Único de Saúde em crianças e adolescentes do sexo masculino nas Regiões de Saúde do estado do Piauí de 2019 a 2024.

Região de Saúde/Município

2019

2020

2021

2022

2023

2024

Total

22001 Carnaubais

932

387

317

235

363

327

2561

SÃO MIGUEL DO TAPUIO

33

8

19

18

37

32

147

CASTELO DO PIAUÍ

99

26

20

38

34

36

253

SÃO JOÃO DA SERRA

11

3

-

-

-

-

14

CAMPO MAIOR

789

350

278

179

292

259

2147

22002 Chapada das Mangabeiras

1052

560

766

991

956

907

5232

CRISTINO CASTRO

87

96

96

128

138

110

655

PARNAGUÁ

264

172

213

265

284

217

1415

AVELINO LOPES

2

-

-

-

-

7

9

BOM JESUS

441

207

361

423

362

361

2155

CURIMATÁ

198

58

71

117

105

138

687

CORRENTE

60

27

25

58

67

74

311

22003 Cocais

1173

657

885

1304

1421

1354

6794

NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS

-

-

-

-

-

12

12

PIRACURUCA

62

10

14

20

13

8

127

BATALHA

79

33

100

184

101

28

525

LUZILÂNDIA

254

98

137

167

136

178

970

ESPERANTINA

219

133

169

242

272

313

1348

PORTO

20

16

8

30

53

83

210

BARRAS

83

38

51

141

47

-

360

PEDRO II

240

141

167

207

295

359

1409

PIRIPIRI

216

188

239

313

504

373

1833

22004 Entre Rios

9128

6939

7857

8598

9260

9767

51549

AGRICOLÂNDIA

2

-

1

10

2

2

17

ÁGUA BRANCA

61

24

37

71

99

54

346

AMARANTE

171

68

71

108

116

59

593

SÃO PEDRO DO PIAUI

10

5

1

30

51

35

132

ALTO LONGÁ

9

12

4

11

41

43

120

ALTOS

160

35

48

144

187

147

721

TERESINA

8025

6495

7317

7640

8049

8745

46271

BENEDITINOS

9

4

6

7

8

4

38

MIGUEL ALVES

228

145

100

191

287

278

1229

UNIÃO

95

24

40

35

62

86

342

REGENERAÇÃO

137

65

116

142

186

211

857

JOSÉ DE FREITAS

121

47

67

150

140

95

620

DEMERVAL LOBÃO

100

15

49

59

32

8

263

22005 Planície Litorânea

1695

1212

1192

1778

2291

2216

10384

PARNAÍBA

1631

1180

1123

1677

2132

2119

9862

LUÍS CORREIA

51

32

10

12

11

1

117

BURITI DOS LOPES

7

-

-

-

-

-

7

COCAL

6

-

59

89

148

96

398

22006 Serra da Capivara

856

637

596

713

726

485

4013

SÃO JOÃO DO PIAUÍ

56

39

44

63

78

108

388

SÃO RAIMUNDO NONATO

786

598

552

650

648

377

3611

CARACOL

14

-

-

-

-

-

14

22007 Tabuleiros do Alto Parnaíba

186

89

138

163

219

223

1018

URUÇUÍ

166

78

125

154

200

173

896

RIBEIRO GONÇALVES

20

11

13

9

19

50

122

22008 Vale do Canindé

342

194

208

339

365

318

1766

OEIRAS

299

179

185

287

304

262

1516

SIMPLÍCIO MENDES

43

15

23

52

61

56

250

22009 Vale do Rio Guaribas

844

664

626

955

1235

1130

5454

PICOS

475

424

386

682

955

812

3734

WALL FERRAZ

34

27

19

28

16

-

124

ALAGOINHA DO PIAUÍ

20

5

3

2

-

-

30

FRONTEIRAS

280

171

201

215

236

274

1377

IPIRANGA DO PIAUÍ

2

8

-

2

5

5

22

BOCAINA

1

9

5

4

-

10

29

SÃO JULIÃO

11

-

-

-

-

-

11

MONSENHOR HIPÓLITO

21

20

12

22

23

29

127

22010 Vale do Sambito

399

168

144

289

313

336

1649

PIMENTEIRAS

11

7

11

7

22

14

72

VALENÇA DO PIAUÍ

221

110

75

209

179

202

996

INHUMA

2

1

11

8

29

14

65

SÃO FÉLIX DO PIAUÍ

7

1

-

-

1

-

9

ELESBÃO VELOSO

149

43

47

65

76

102

482

FRANCINÓPOLIS

9

6

-

-

6

4

25

22011 Vale dos Rios Piauí e Itaueiras

1358

1158

1232

1624

1621

1684

8677

GUADALUPE

47

16

46

116

130

129

484

FLORIANO

1104

1019

1032

1244

1227

1338

6964

ITAUEIRA

18

12

4

18

41

21

114

MANOEL EMÍDIO

1

-

-

1

-

-

2

PAES LANDIM

-

-

3

6

8

4

21

CANTO DO BURITI

185

107

139

230

207

185

1053

ARRAIAL

3

4

8

9

8

7

39

22012 Chapada Vale do Rio Itaim

411

251

385

393

328

333

2101

SIMÕES

167

131

142

186

147

108

881

JAICÓS

137

59

177

131

132

170

806

PAULISTANA

107

61

66

76

49

55

414

Total

18376

12916

14346

17382

19098

19080

101198

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).

 

Dentre as regiões analisadas, destaca-se Entre Rios, responsável por 51.549 internações, o que corresponde a mais de 50% do total estadual. Isso se deve, principalmente, à concentração de atendimentos em Teresina, que sozinha contabilizou 46.271 internações, evidenciando o papel central da capital no atendimento hospitalar de urgência pediátrica masculina no estado. Essa concentração pode refletir tanto a maior oferta de serviços de saúde especializados quanto a centralização da demanda oriunda de outros municípios.

Outras regiões com números expressivos incluem Cocais (6.794 internações), Vale do Rio Guaribas (5.454), Chapada das Mangabeiras (5.232) e Vale dos Rios Piauí e Itaueiras (8.677). Essas cinco regiões, somadas, correspondem a aproximadamente 77% das internações do período, reforçando a distribuição desigual da demanda hospitalar entre as regiões do estado. Por outro lado, regiões como Tabuleiros do Alto Parnaíba (1.018), Serra da Capivara (4.013) e Vale do Sambito (1.649) apresentaram menores quantidades de internações, o que pode indicar menor densidade populacional, menor acesso aos serviços de saúde ou subnotificação.

Ainda é possível observar variações expressivas entre os municípios dentro de cada região. Municípios-polo, como Picos, Floriano, Parnaíba, Campo Maior e Piripiri, também aparecem com valores elevados, reforçando sua importância como centros regionais de atendimento. Em contrapartida, vários municípios registraram valores nulos ou muito baixos ao longo de todo o período, como São Julião, Manoel Emídio, Paes Landim e Avelino Lopes, sugerindo limitações na oferta local de atendimento de urgência pediátrica ou deslocamento dos pacientes para municípios vizinhos.

Com base na Tabela 02, é possível identificar padrões importantes no perfil etário dos usuários do sistema hospitalar público por urgência no estado.

 

Tabela 02 - Distribuição por faixa etária das internações por urgência no Sistema Único de Saúde em crianças e adolescentes do sexo masculino nas Regiões de Saúde do estado do Piauí de 2019 a 2024.

Faixa Etária

2019

2020

2021

2022

2023

2024

Menor 1 ano

5131

4064

4364

4922

5747

6541

1 a 4 anos

4352

2434

3042

4149

4492

3943

5 a 9 anos

3043

2076

2189

2973

3466

3214

10 a 14 anos

2581

1840

2090

2517

2624

2456

15 a 19 anos

3269

2502

2661

2821

2769

2926

Total

18376

12916

14346

17382

19098

19080

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

 

No período analisado, observa-se que as crianças menores de um ano concentraram o maior número de internações em todos os anos, totalizando 30.769 internações entre 2019 e 2024. Esse grupo etário representou aproximadamente 30% do total de internações no período, destacando-se como o mais vulnerável, possivelmente em razão da imaturidade imunológica, maior suscetibilidade a infecções e complicações neonatais.

A segunda faixa com maior número acumulado de internações foi a de crianças de 1 a 4 anos, com 22.412 internações, seguida pela faixa de 15 a 19 anos (16.948 internações), 5 a 9 anos (16.961) e 10 a 14 anos (14.108). Embora os adolescentes entre 15 e 19 anos mantenham uma média constante ao longo dos anos, o volume é inferior ao dos grupos mais jovens, indicando uma demanda mais intensa por cuidados de urgência em idades iniciais da infância.

Ao analisar a evolução temporal, nota-se uma queda generalizada nas internações de todas as faixas etárias no ano de 2020, o que pode estar associado aos efeitos diretos e indiretos da pandemia da COVID-19, com mudanças no comportamento de busca por serviços de saúde, adiamento de atendimentos não relacionados à COVID e maior controle sanitário. A partir de 2021, os números voltam a crescer, principalmente entre os menores de 1 ano, cuja curva ascendente é mais evidente, saltando de 4.364 internações (2021) para 6.541 (2024), um aumento de cerca de 50%.

Com base na Tabela 03, é possível identificar os principais grupos de causas que motivaram internações hospitalares por urgência nesse público, com base na Classificação Internacional de Doenças (CID-10).

 

Tabela 03 - Distribuição das internações por urgência no Sistema Único de Saúde, segundo CID-10, em crianças e adolescentes do sexo masculino nas Regiões de Saúde do estado do Piauí de 2019 a 2024.

Capítulo CID-10

2019

2020

2021

2022

2023

2024

I.   Algumas doenças infecciosas e parasitárias

3819

2536

3033

3276

2764

2886

II.  Neoplasias (tumores)

573

500

381

430

424

459

III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár

255

146

181

267

324

267

IV.  Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

253

154

168

227

204

244

V Transtornos mentais e comportamentais

115

71

74

80

72

36

VI.  Doenças do sistema nervoso

247

280

284

360

398

390

VII. Doenças do olho e anexos

29

26

21

28

50

55

VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastóide

24

9

16

37

58

63

IX.  Doenças do aparelho circulatório

110

101

100

132

152

146

X.   Doenças do aparelho respiratório

4737

1962

1990

4199

5524

4382

XI.  Doenças do aparelho digestivo

1091

829

920

998

1180

1107

XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo

301

243

263

376

391

427

XIII. Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo

145

72

138

106

147

657

XIV. Doenças do aparelho geniturinário

488

353

440

525

514

571

XV.  Gravidez parto e puerpério

-

-

-

-

-

4

XVI. Algumas afec originadas no período perinatal

2306

2389

2403

2555

2940

3415

XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas

195

171

206

228

237

234

XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat

268

174

289

278

216

198

XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas

3211

2710

3208

3078

3305

3398

XXI. Contatos com serviços de saúde

208

190

230

199

198

141

Total

18375

12916

14345

17379

19098

19080

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).

 

Ao longo do período analisado, destaca-se que as doenças do aparelho respiratório (Capítulo X) foram a principal causa de internação, com 22.794 registros, representando aproximadamente 22,5% do total de internações no período. Houve variação significativa nesses números, com queda acentuada em 2020 (1.962 casos), possivelmente relacionada às medidas de distanciamento social e uso de máscaras durante a pandemia, seguida por forte elevação nos anos seguintes, alcançando o pico em 2023 com 5.524 internações. Isso evidencia a alta vulnerabilidade de crianças e adolescentes a doenças respiratórias, especialmente após o relaxamento das medidas sanitárias.

Outro grupo de destaque é o das lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (Capítulo XIX), com 18.910 internações. Essas causas, predominantemente associadas a acidentes e traumas, foram a segunda principal motivação de internações. Ao contrário das doenças respiratórias, esse grupo apresentou números relativamente constantes ao longo dos anos, o que aponta para a necessidade de políticas contínuas de prevenção de acidentes na infância e adolescência, especialmente no ambiente doméstico e escolar.

Em seguida, as afecções originadas no período perinatal (Capítulo XVI) ocupam o terceiro lugar em volume, totalizando 16.008 internações. Isso reflete a elevada taxa de hospitalizações entre recém-nascidos, especialmente nos primeiros dias de vida, reafirmando os dados observados na Tabela 02 sobre a concentração de internações entre menores de 1 ano.

As doenças infecciosas e parasitárias (Capítulo I) também apresentam um volume expressivo, com 18.314 casos no total, com maior incidência em 2019 (3.819) e tendência de oscilação nos anos seguintes. Esse grupo é composto por agravos como gastroenterites, dengue e outras infecções endêmicas, que impactam de forma importante a população pediátrica em áreas com infraestrutura sanitária deficiente.

Outros grupos relevantes, embora com menor proporção, incluem as doenças do aparelho digestivo (6.125 casos), doenças do sistema nervoso (1.959 casos) e doenças do aparelho geniturinário (2.891 casos). As neoplasias (Capítulo II), embora menos frequentes (2.767 casos), merecem atenção por sua gravidade e complexidade no tratamento em faixas etárias jovens.

Grupos com menor incidência incluem transtornos mentais e comportamentais (448 internações) e doenças do ouvido e da apófise mastoide (207 internações), ainda que esses dados possam refletir subnotificação ou encaminhamentos diretos para atenção ambulatorial.

Com base na Figura 1, observa-se uma representação espacial e temporal da distribuição das internações por urgência entre crianças e adolescentes do sexo masculino nas diversas Regiões de Saúde do estado. O conjunto de mapas por ano evidencia tanto a concentração geográfica quanto a evolução do número de internações ao longo do período.

Figura 1 - Distribuição das internações por urgência no Sistema Único de Saúde em crianças e adolescentes do sexo masculino nas Regiões de Saúde do estado do Piauí de 2019 a 2024.

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).

 

Ao longo dos seis anos, destaca-se a Região de Saúde Entre Rios, com predominância da capital Teresina, como o principal polo de internações em todos os anos analisados. Em 2019, essa região apresentou 9.128 internações, valor que caiu em 2020 (6.939), seguindo a tendência de queda geral relacionada à pandemia da COVID-19, mas retomou crescimento até atingir 9.767 internações em 2024. Essa persistente concentração demonstra o papel central da capital na rede hospitalar pediátrica do estado, sugerindo tanto maior oferta de serviços especializados quanto possível centralização da demanda de outras regiões.

Além de Entre Rios, outras regiões com destaque ao longo do tempo incluem Cocais, com aumentos expressivos nos últimos anos (de 1.132 em 2021 para 2.210 em 2024), e Vale do Rio Guaribas, que também apresentou crescimento contínuo (de 1.232 em 2021 para 1.684 em 2024). Essas tendências reforçam a importância dessas regiões como polos de atendimento, possivelmente ligados à expansão da infraestrutura de saúde ou ao aumento populacional.

Regiões como Serra da Capivara, Chapada das Mangabeiras e Vale do Canindé mantiveram números relativamente baixos ou estáveis ao longo do período, o que pode refletir menor densidade populacional, subutilização dos serviços ou até dificuldades de acesso. Em contraste, nota-se que em regiões como Planície Litorânea e Vale dos Rios Piauí e Itaueiras, os números oscilaram, mas mantiveram certa estabilidade relativa, sem picos acentuados.

A espacialização apresentada nos mapas é útil para evidenciar desigualdades regionais no acesso aos serviços hospitalares de urgência, ao mesmo tempo em que permite visualizar áreas prioritárias para o reforço das políticas de saúde. A análise geográfica integrada à série temporal destaca a necessidade de descentralizar o atendimento especializado, promovendo uma melhor distribuição dos recursos hospitalares, de forma a reduzir a sobrecarga nas regiões centrais e aumentar a resolutividade da rede de saúde em regiões periféricas.

 

DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo evidenciam um comportamento oscilante nas internações pediátricas no Piauí, com destaque para a maior concentração de hospitalizações em crianças menores de um ano, predominância de causas externas e afecções perinatais, além da centralização do atendimento na capital. Esses achados são relevantes para compreender a dinâmica das demandas hospitalares e orientar estratégias no SUS.

Diante dos resultados, houve uma queda significativa no número de internações entre 2019 e 2020, tendo relação provável com impactos da pandemia de COVID-19 na demanda e acesso aos hospitais. O estudo de Albuquerque et al.(16) apresenta um comportamento semelhante a nível nacional, no qual houve redução importante e súbita nas internações por doenças respiratórias não-COVID-19, explicada por mudanças na busca por cuidados, receio de contágio e barreiras de acesso aos serviços de saúde.

A retomada das internações após 2020, com pico em 2023, reflete a reabertura dos serviços de saúde, o retorno das atividades escolares e o aumento da circulação viral. Padrão semelhante observado em Ontário, Canadá, onde as hospitalizações pediátricas por infecções respiratórias agudas apresentaram forte declínio em 2020 e 2021, seguido por aumento expressivo em 2022 e 2023(17). No contexto nacional, Santos et al.(18) também demonstraram que as medidas de distanciamento social implementadas no Brasil tiveram relação direta com a redução dos casos no período analisado.

Uma investigação realizada no Estado do Tocantins sobre o perfil epidemiológico das internações pediátricas apontou maior exposição do sexo masculino, refletida na maior prevalência de atendimentos(19). No Piauí, observou-se padrão semelhante, sugerindo uma tendência nacional de maior vulnerabilidade desse grupo. Esse achado pode estar associado a fatores socioculturais, uma vez que meninas costumam ser vistas como mais frágeis e, portanto, recebem maior cuidado, enquanto os meninos tendem a ser mais expostos a atividades e agentes patogênicos desde a infância(20).

Outro achado relevante foi a predominância de internações em crianças menores de um ano, configurando-as como o grupo mais vulnerável no estado do Piauí. Estudo realizado por Leão e Caldeira(21) confirma essa tendência, destacando que, ao longo de uma década, a frequência e as taxas de internações em menores de cinco anos diminuíram, mas a proporção de hospitalizações nos menores de um ano permaneceu estável. Além disso, a pesquisa identificou que fatores como a cobertura da Estratégia Saúde da Família e a melhoria das condições sociais atuam como fatores de proteção contra hospitalizações evitáveis nessa faixa etária.

Estudo nacional reforça esse padrão, Silva et al.(22), em uma coorte de nascimentos, evidenciaram que 19% das crianças foram hospitalizadas no primeiro ano de vida, este percentual é consideravelmente superior em comparação a idades posteriores. De modo semelhante, uma pesquisa internacional também confirmou esse cenário: na África do Sul, um estudo de coorte mostrou taxas de hospitalização muito mais elevadas nos primeiros seis meses de vida, sobretudo por infecções respiratórias graves(23).

Ainda no que se refere às causas de internações, lesões, causas externas e envenenamentos destacaram-se como a segunda maior categoria. O estudo de Werner e Platt(24) evidenciou que cerca de 38,7% dos atendimentos por ingestão de substâncias nocivas resultaram em internação, especialmente entre crianças menores de um ano. Isso mostra a relevância dessa classificação para entender o perfil epidemiológico das internações hospitalares.

Outro aspecto que ganhou destaque foi a centralização do atendimento hospitalar de urgência pediátrica masculina na capital do estado, referenciada como polo de saúde regional, evidenciando a sua expansão do setor de saúde em baixa e média complexidade(25). Reflexo de um processo de urbanização, que facilitou a concentração de poder e infraestrutura em determinados lugares. Essa dinâmica contribuiu para acentuar as desigualdades e dificultar a efetivação dos princípios do SUS no que se refere ao acesso universal e equitativo aos serviços de saúde(26).

 

CONCLUSÕES

O estudo analisou o perfil epidemiológico das urgências clínicas pediátricas masculinas no estado do Piauí, no período de 2019 a 2024. Os resultados indicaram uma oscilação no número de atendimentos por urgência pediátrica ao longo dos anos, havendo uma redução considerável entre 2019 e 2020, seguida por um aumento entre 2022 e 2023. Como principal causa destacam-se doenças do aparelho respiratório. A maior ocorrência registrada foi em menores de um ano, com predominância do sexo masculino.

Entre os achados, a elevada taxa de internações entre menores de um ano evidencia a fragilidade imunológica desse grupo etário, destacando a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção de complicações nos primeiros anos de vida. Além disso, a segunda maior causa de internações correspondeu ao grupo de lesões, envenenamentos e causas externas, mantendo-se constantes durante todo o período, o que implica estratégias mais eficazes de prevenção de acidentes na infância e adolescência.

Os resultados do presente estudo contribuíram para a compreensão da dinâmica de internações pediátricas, tornando possível identificar os principais perfis de morbidade, das faixas etárias mais vulneráveis e das causas predominantes por internações. A análise também revelou uma desigualdade na distribuição de internações no estado, mostrando a fragilidade dos serviços de saúde, especialmente em municípios do interior, e a maior centralização da assistência hospitalar na capital, Teresina.

 Portanto, o estudo torna-se importante para subsidiar gestores e profissionais a desenvolver estratégias e políticas públicas mais efetivas e equitativas, destacando a importância da regionalização e da capacidade de resolução dos serviços locais. A relevância dos dados poderá contribuir significativamente para o desenvolvimento e melhoria da gestão e assistência pediátrica no estado do Piauí.

 

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Fomento e Agradecimento: a pesquisa não recebeu financiamento.

Critérios de autoria (contribuições dos autores)

Isabelle Marcos Noronha Arrais: concepção e/ou planejamento do estudo; obtenção, análise e/ou interpretação dos dados; redação e/ou revisão crítica do manuscrito; aprovação final da versão publicada.

Ligia Maria de Sousa Arrais: concepção e/ou planejamento do estudo; obtenção, análise e/ou interpretação dos dados; redação e/ou revisão crítica do manuscrito; aprovação final da versão publicada.

Államy Danilo Moura e Silva: concepção e/ou planejamento do estudo; obtenção, análise e/ou interpretação dos dados; aprovação final da versão publicada.

Declaração de conflito de interesses

Nada a declarar.

Editor Científico: Ítalo Arão Pereira Ribeiro. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0778-1447

Rev Enferm Atual In Derme 2025;99(4): e025160            

Atribuição CCBY