MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D81D9F.6F4F6770" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D81D9F.6F4F6770 Content-Location: file:///C:/1507CAAE/1268-Textodoartigo-PT..htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIEN=
TE
EM TRABALHO DE PARTO PREMATURO
SYSTEMATIZATION OF NURSING CARE TO A PATIENT IN PREMATURE LABOR
SISTEMATIZACIÓN DE LA ASISTENCIA DE ENFERMERÍA A LA PACIENTE EN PARTO
PREMATURO
Vitória Costa Oliveira1
Isabelle e Silva Sousa2
Raphaella Castro Jansen3
Maria Rayssa do Nascimento Nogueira=
4
Iorana Candido da Silva5
Leidiane Minervina Moraes de
Sabino6
1Acadêmica de Enfermagem na Universidade da Integração Internacional =
da
Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, Brasil.
ORCID: https://orc=
id.org/0000-0001-7341-8596
2Acadêmica de Enfermagem na Universidade da Integração Internacional =
da
Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, Brasil.
ORCID: https://orc=
id.org/0000-0003-3387-6722
3Acadêmica de Enfermagem na Universidade da Integração Internacional =
da
Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, Brasil.
ORCID: https://orc=
id.org/0000-0002-4032-5825
4Acadêmica de Enfermagem na Universidade da Integração Internacional =
da
Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, Brasil.
ORCID: https://orc=
id.org/0000-0003-0355-5901
5Acadêmica de Enfermagem na Universidade da Integração Internacional =
da
Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, Brasil.
ORCID: https://orc=
id.org/0000-0003-0815-1703
6Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará e docente do
curso de Enfermagem na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira, Redenção, Brasil.
ORCID: https://orc=
id.org/0000-0003-2938-870X
Autor correspondente
Vitór=
ia
Costa Oliveira. Av. da Abolição, nº 3, Centro, Redenção - CE, 62790-000.
E-mail: vitoriaoliverebj@gmai=
l.com.
RESUM=
O
Objet=
ivo: Relatar a experiência da
elaboração da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a uma pacie=
nte
com diagnóstico de Trabalho de Parto Prematuro (TPP). Método: Trata-=
se
de um relato de experiência, realizado em janeiro de 2020 em um hospital
terciário localizado no Estado do Ceará. Para coleta dos dados seguiu-se as
etapas do processo de enfermagem. Na primeira etapa (histórico de enfermage=
m)
foi realizada consulta ao prontuário, anamnese e exame físico. Para as dema=
is
etapas do processo (diagnósticos, planejamento, implementação e avaliação),
utilizou-se as taxonomias NANDA-I, NIC e NOC, respeitando os aspectos ético=
s. Resultados:
Gestante com idade gestacional de 34 semanas, internada por TPP, com vagino=
se
bacteriana e infecção do trato urinário. Elencaram-se os diagnósticos
(resultados) de Enfermagem: Dor aguda (Administração de analgésico conforme
prescrição); Risco binômio mãe-feto perturbado (Monitorização fetal); Ansie=
dade
(Promoção de conforto e redução da ansiedade). Considerações finais:=
A
experiência permitiu o aprimoramento das habilidades de raciocínio clínico e
implementação da SAE.
Palav=
ras-chaves: Enfermagem Obstétrica; Cuida=
dos
de Enfermagem; Trabalho de Parto Prematuro.
ABSTRACT
Objective: To report =
the
experience of elaborating the Systematization of
Nursing Care (SNC) to a patient diagnosed with
Premature Labor (PPS). Method: Th=
is is
an experience report, carried out in January 2020 in a tertiary
hospital located in the State of Ceará. For dat=
a collection, the steps of =
the
nursing process were follo=
wed.
In the first stage (nursing history),
medical records, anamnesis=
and physical examination=
span> were consulted. For the o=
ther stages of the process (diagnoses, planning,
implementation and evaluat=
ion),
the NANDA-I, NIC and NOC taxonomies were used, respecting mother-fetus binomial risk (fetal
monitoring); Anxiety (Promotion of comfort and reduction of
anxiety). Final considerations: The expe=
rience
allowed the improvement of
clinical reasoning skills and SAE implementation.
Keywo=
rds: Obstetric Nursing; Nursing
Process; Obstetric Labor, Premature.
RESUM=
EN
Objet=
ivo: Relatar la experiencia de elaboración de la Sistematizació=
n
de la Atención de Enfermería (SAE) a una pacien=
te
diagnosticada con Trabajo de Parto Prematuro (PPS). Método: Se trata=
de
un relato de experiencia, realizado en enero de=
2020 en
un hospital de tercer nive=
l
ubicado en el Estado de Ceará. Para la recolección de datos, se =
siguieron los pasos del <=
span
class=3DSpellE>proceso de enfermería. En la pri=
mera
etapa (historia de <=
span
class=3DSpellE>enfermería), se consultaron
historias clínicas, anamnesis y examen
físico. Para las demás etapas del proceso
(diagnóstico, planificación, implementación
y evaluación) se utilizaro=
n
las taxonomías NANDA-I, NIC y NOC, respetando los aspectos éticos. Resultados: Embarazada con edad gesta=
cional
de 34 semanas, hospitalizada por TPP, con vaginosis
bacteriana e infección de =
vías
urinarias. Fueron listados los diagnósticos de
enfermería (resultados): Dolor agudo (Administración de analgésicos se=
gún
prescripción); Riesgo binomio madre-feto perturbado (m=
onitoreo
fetal); Ansiedad (Promoción del confort
y reducción de la ansiedad). Consideraciones
finales: La experiencia permitió
la mejora de las habilidades de razonamiento
clínico y la implementación de SAE.
Palabras clave: Enfermería Obstétrica; Proce=
so
de Enfermería; Trabajo de Parto Prematuro.
INTRODUÇÃO
A gestaç=
ão é
um processo fisiológico que normalmente dura entre 37 semanas completas a 42
semanas incompletas. Nesse período a mulher sofre transformações físicas e
psicológicas e pode apresentar algumas intercorrências ou complicações, sen=
do
necessário encaminhamento para atendimento especializado à gestante de alto
risco.(1) Dentre essas intercorrências destaca-se o Trabalho de
Parto Prematuro (TPP) ou parto pré-termo, definido como uma síndrome que oc=
orre
entre 22 a 37 semanas de gestação, estando associada a maior morbidade
neonatal.(2)
Anualmen=
te
nascem aproximadamente 15 milhões de crianças pré-termo a nível mundial.
Embora a
etiologia do TPP não seja totalmente esclarecida, pode-se associá-la a vári=
os
fatores de risco, tais como o antecedente de parto prematuro, a anemia, o
tabagismo, a ruptura prematura de membranas, a hipertensão arterial, o
sangramento transvaginal, a ausência do controle pré-natal, o controle
pré-natal inadequado, idade materna superior a 35 anos, a infecção do trato
urinário (ITU), o oligodrâmnio, entre outros.(2,6)
Logo,
ressalta-se que uma infecção materna, qualquer que seja sua origem ou
localização, influencia de forma decisiva o parto pré-termo, sobretudo aque=
las
que acometem os órgãos genitais. Salienta-se também que a maioria dos partos
pré-termos pode estar relacionada a infecções.(7)
Nesse
contexto, devido à sua intrínseca relação com a mortalidade materno-infanti=
l, o
TPP é considerado uma das principais preocupações mundiais e um desafio par=
a a
saúde pública. A redução desse índice depende do preparo do serviço de saúd=
e e
de profissionais qualificados para realizar a assistência pré-natal adequad=
a,
com identificação precoce de sinais e sintomas indicativos de TPP, bem como=
da
tomada de decisões eficazes diante de situações de emer=
gência.(8)
Dentre os
profissionais que realizam o cuidado a pacientes com TPP, destaca-se o
enfermeiro, em razão de sua competência para identificar precocemente os si=
nais
de TPP e gerenciar a equipe de enfermagem para a realização de condutas
terapêuticas baseadas em evidências. Com a assistência realizada tem-se o
objetivo de realizar cuidados e promover uma assistência integral à gestant=
e e
ao feto, e assim contribuir com a redução da incidência de morbimortalidade=
perinatal.(9)
Consider=
ando
a organização do trabalho profissional de Enfermagem, o Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN) estabeleceu a Resolução Nº 358/2009, que dispõe sobre a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a implementação do Proc=
esso
de Enfermagem (PE). A SAE refere-se à organização da atuação profissio=
nal
no que diz respeito ao método, pessoal e instrumentos, aspectos estes que
possibilitam a operacionalização do PE, um instrumento metodológico que ori=
enta
a assistência e a documentação das ações de enfermagem. Logo a SAE e PE
direcionam o cuidado de enfermagem de acordo com as necessidades do pacient=
e,
seja em ambientes públicos ou privados, garantindo visibilidade e
reconhecimento profissional.(10)=
Nesse
sentido, a SAE é uma importante ferramenta utilizada por enfermeiros para
promover ao paciente uma assistência holística, segura e sistematizada, à
medida que disponibiliza os recursos científicos, técnicos e humanos para a
operacionalização do PE. Levando em consideração o contexto ora exposto, es=
te
estudo objetiva relatar a experiência de elaboração da SAE a uma paciente c=
om
diagnóstico de TPP.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitat=
iva,
do tipo relato de experiência, a partir da elaboração da SAE para uma pacie=
nte
com quadro clínico de TPP. Foi realizado em janeiro de 2020 em um Hospital =
do
Estado do Ceará, por acadêmicas de enfermagem, durante o estágio curricular=
da
disciplina Processo de Cuidar na Saúde Sexual e Reprodutiva do curso de
Enfermagem da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira.
Para a coleta e análise dos dados, optou-se por seguir as
etapas do PE, que de acordo com a Resolução nº 358/2009 do COFEN, é composto
por cinco etapas: Histórico de enfermagem, que engloba coleta de dados e ex=
ame
físico; Diagnóstico de Enfermagem, formulados a partir dos problemas
identificados durante a anamnese; Planejamento de Enfermagem, embasado a pa=
rtir
das necessidades observadas na fase anterior; Implementação de Enfermagem,
etapa que consiste na execução dos cuidados elencados; e Avaliação de
Enfermagem, que se baseia na análise da evolução do paciente após a assistê=
ncia
prestada.(10)
A coleta de dados ocorreu com o auxílio de um instrumento
semiestruturado organizado em três componentes, sendo eles: 1. coleta de
informações do prontuário da paciente, com intuito de conhecer o histórico =
de
doença atual, os resultados dos exames laboratoriais realizados e evolução
clínica; 2. anamnese, que permitiu identificar a história de saúde atual,
possíveis queixas e o perfil da paciente; e o exame físico cefalocaudal, co=
m vistas
a avaliar o funcionamento dos sistemas fisiológicos e detectar eventuais
alterações.
Em posse das informações, o plano de cuidados foi
estabelecido. Foram utilizadas as taxonomias Diagnósticos de Enfermagem da
NANDA-I para definir os diagnósticos de enfermagem, Classificação das
intervenções de enfermagem (NIC) para as intervenções a serem feitas pela
equipe e Classificação dos resultados de enfermagem (NOC) para os resultados
esperados e avaliação da assistência.(11-13)
Após isso, o planejamento da assistência foi anexado ao
prontuário da paciente, para que os cuidados estabelecidos fossem implement=
ados
de acordo com a necessidade da paciente e com a rotina da instituição de sa=
úde.
Por fim, a avaliação da assistência foi realizada a partir da observação da
evolução da paciente de acordo com os cuidados prestados.
Respeitou-se os aspectos éticos presentes na Resolução nº
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, assim como, as condutas
dispostas no Código de Ética dos Profissionais de Enfer=
magem.(14,
15)
RESULTADOS
O processo de enfermagem foi executado no presente estud=
o,
sendo iniciado com a etapa do histórico de enfermagem, a partir da realizaç=
ão
da anamnese e do exame físico e consulta ao prontuário multiprofissional da
paciente. Destacaram-se alguns aspectos relevantes durante a anamnese, tais
como: paciente com 34 semanas de gestação; relatou prematuridade em gestação
anterior e baixa adesão ao acompanhamento pré-natal na gestação atual; busc=
ou
por assistência à saúde ao sentir fortes dores na região lombar, irradiando
para o abdômen e baixo ventre, com pródomos do TPP, contrações rítmicas, si=
nais
de iminência, perda de líquidos, náuseas e vômito.
De acordo com os dados do prontuário, ao exame de toque
vaginal foi observado colo posterior, em apagamento, com bolsa íntegra e
dilatação de 2 a 3 cm, sendo realizada tocólise e administrado corticoide e
antibiótico. Ademais, os exames realizados identificaram ITU e Vaginose
Bacteriana, e a ultrassonografia obstétrica evidenciou crescimento fetal
adequado. Com relação ao quadro clínico, a paciente evoluiu em bom estado
geral, entretanto, queixou-se de dor pontiaguda em quadrantes inferiores
direito e esquerdo do abdome, que cessava com o tempo. Referiu perda de tam=
pão
mucoso, sem outras perdas por via vaginal. Apresentou ansiedade e inquietaç=
ão
perante a sua condição de saúde e do feto.
Assim, foram estabelecidos os Diagnósticos de Enfermagem=
e o
Planejamento de Enfermagem, que envolve as intervenções necessárias e seus
respectivos resultados esperados, seguindo com os passos do PE, conforme
exposto no quadro 1.
Quadro 1- Sistematização da Assistência de Enfermagem elaborada p=
ara
a paciente. Ceará, Brasil, 2020.
Diagnóstico |
Resultados Esperados |
Intervenções realizadas |
Dor
aguda, relacionada a contrações uter=
inas,
evidenciada por autorrelato da intensidade e expressão de dor. |
Controle dos níveis de dor e desconforto. |
Administração de analgésicos
conforme prescrição médica; banho; apoio emocional; melhora do posicionam=
ento
no leito; escuta ativa. |
Risco
do binômio mãe-feto perturbado,
relacionado a trabalho de parto prematuro. |
Manutenção da saúde da mãe e do
feto. |
Promoção de cuidados na gravid=
ez
de alto risco; monitoração eletrônica do feto; controle de medicamentos;
supervisão. |
Ansiedade
relacionada a trabalho de part=
o,
evidenciada por relato de preocupação com as condições do parto. |
Redução dos níveis de ansiedad=
e,
manutenção do enfrentamento e aumento do autocontrole e da concentração em
outras atividades. |
Promoção de conforto; redução =
da
ansiedade; controle da dor e do ambiente. |
Fonte:
Autoras.
Os cuidados elencados partiram da necessidade de executa=
r um
plano de assistência holístico e alinhado às particularidades da paciente. =
Com
a Implementação dos cuidados de Enfermagem a paciente relatou estar mais co=
nfortável
e com diminuição da dor, apresentou-se mais tranquila e confiante quanto à =
sua
segurança e de seu bebê. Além disso, foram realizadas orientações sobre
amamentação e cuidados com o recém-nascido. Destaca-se que esses resultados
foram analisados imediatamente após a aplicação das intervenções, na fase de
Avaliação de Enfermagem, momento em que o profissional investiga a evolução=
do
quadro clínico da paciente de acordo com o cuidado prestado.
A operacionalização do PE através da SAE propiciou uma a=
ssistência
coordenada, holística e humanizada. A experiência foi exitosa, visto que o
plano de cuidados elaborado pelas acadêmicas resultou em melhorias no quadro
clínico da paciente, alcançando assim o objetivo proposto com a implementaç=
ão
da SAE. Além disso, a experiência proporcionou às acadêmicas o aprimorament=
o do
olhar clínico e integral diante do processo saúde-doença, bem como vivência=
na
construção de estratégia coesa e individualizada a ser adotada pela equipe =
de
enfermagem no decorrer do acompanhamento da paciente.
A atividade ainda possibilitou a aquisição de novos
conhecimentos e o alinhamento teórico-prático dessa metodologia, que gera v=
alor
e cientificidade à prática profissional, em virtude da proximidade do acadê=
mico
com o ambiente de atuação. O trabalho em equipe também foi um dos aspectos
aperfeiçoados, pois a elaboração do plano de cuidados permitiu a discussão =
do
caso clínico com outros estagiários e com profissionais da equipe
multiprofissional, o que contribuiu com a ampliação de saberes a respeito da
condição de saúde apresentada pela paciente. Todavia, o melhor benefício
adquirido com a experiência foi a oportunidade de observar intimamente quai=
s as
atividade desenvolvidas pelo Enfermeiro a partir da aplicação do PE , para posteriormente reproduzi-las, principalmente
diante de uma situação crítica, como o TPP.
=
=
DISCUSSÃO
A atuação da enfermagem é fundamentada na SAE, sendo pau=
tada
em métodos técnico-científicos. Esse processo se configura como um instrume=
nto
de trabalho cuja finalidade é guiar os profissionais da enfermagem a execut=
arem
uma assistência de forma metódica, organizada, planejada e holística.(16)
A execução desse fluxo proporcio=
na
ao processo de trabalho em enfermagem um alicerce para uma assistência
humanizada, capaz de promover inúmeros benefícios, como: planejamento efica=
z,
implementação e avaliação das ações de enfermagem, assistência individualiz=
ada
e redução do período de internação, o que propicia economia de recursos hum=
anos
e materiais, além de gerar visibilidade e autonomia para a classe.(16)=
Dessa forma, implementar a SAE é
adotar a enfermagem científica capaz de direcionar o cuidado às principais
necessidades do paciente, esteja este com quadro clínico crítico ou estável=
.(17)
Nessa perspectiva, a implementação da SAE a uma paciente em TPP é de suma
importância, visto que esta intercorrência é uma das principais complicações
gestacionais que causa a mortalidade em recém-nascidos.
O enfermeiro está habilitado a identificar um quadro de =
TPP,
a medida que é capaz de reconhecer que a presença de contrações uterinas
dolorosas (1-2/10 minutos), presença de dilatação cervical igual ou acima d=
e 2
cm, apagamento cervical de 80% ou mais e idade gestacional maior ou igual a=
20
semanas e menor que 37 semanas fundamentam-se como sinais clínicos dessa
complicação gestacional.(18, 19)
Além disso, o profissional deve conhecer as diversas cau=
sas
dessa intercorrência. A paciente deste estudo apresentava sinais de ITU,
vaginose bacteriana e perda de líquidos por via vaginal. As mudanças anatôm=
icas
e fisiológicas impostas ao trato urinário pela gravidez predispõem a
proliferação de bactérias, podendo causar infecções sintomáticas ou
assintomáticas. A ITU é uma relevante complicação do período gestacional, q=
ue
pode agravar tanto o prognóstico materno quanto o perinatal. Entre as
complicações mais comuns decorrentes desta infecção durante a gestação, est=
ão a
restrição de crescimento intrauterino, baixo peso do recém-nascido, ruptura
prematura de membranas amnióticas, paralisia cerebral, TPP, óbito perinatal=
e
mortalidade fetal.(20)
Destaca-=
se,
ainda, que durante a gravidez a mulher sofre alterações hormonais que acarr=
etam
o desequilíbrio da microbiota vaginal, favorecendo o aparecimento de sinais=
e
sintomas característicos da vaginose, como corrimento branco, esverdeado ou
acinzentado, com cheiro forte e sensação de queimação ao urinar. Assim como=
a
ITU, a vaginose pode causar complicações, como parto prematuro, ruptura
prematura de membranas, baixo peso ao nascer, aborto e morte neonatal.(21)
A ruptura prematura das membranas (RPM) é considerada co=
mo a
perda de líquido amniótico de forma antecedente ao início do trabalho de pa=
rto,
independentemente da idade gestacional. Quando acontece antes da 37ª semana=
de
gestação é classificada como Ruptura Prematura das Membranas Pré-termo (RPM=
PT).(22)
Com isso,
observa-se que a ITU e a vaginose bacteriana podem ter contribuído com o TP=
P da
paciente deste estudo, ademais, a associação das duas condições podem ter
causado a RPMPT. Desse modo, infere-se que a ocorrência do TPP assistido pe=
las
pesquisadoras resultou da relação entre diversas complicações clínicas, com=
uns
na gestação, mas que não receberam atenção necessária devido à baixa adesão=
ao
acompanhamento pré-natal e assim culminaram em um TPP.
Ressalta=
-se
que embora o TPP não seja considerado uma patologia, é uma condição em que o
enfermeiro deve manter estado de alerta, pois esse quadro pode ocasionar uma
morbimortalidade materno-fetal. Portanto, o enfermeiro desempenha um papel
essencial, cujo principal objetivo é desenvolver um plano de cuidados
direcionado ao bem estar desse binômio.(23)
Diante do quadro clínico apresentado pela paciente do presente estudo, foram
elencados três diagnósticos prioritários: Dor aguda; Risco do binômio mãe-f=
eto
perturbado; Ansiedade.
Sabe-se que o trabalho de parto é um processo fisiológic=
o,
de caráter subjetivo, sujeito a influência de inúmeros estímulos sensoriais=
e
se relaciona intrinsecamente a elementos físicos e fatores ambientais. Dent=
re
os estímulos sensoriais presentes nesse processo, a dor aguda se destaca por
ser uma experiência, por vezes, relatada como inexplicável, horrível ou até
insuportável pelas parturientes. Por isso, a partir do relato de dor aguda =
pela
paciente do presente estudo, pautou-se esse diagnóstico, uma vez que suas
características definidoras são: alteração na pressão sanguínea, mudança na
frequência cardíaca, modificações na dinâmica uterina e relatos verbais de =
dor.(24, 25)
Os recém-nascidos pré-termos (RN=
PT)
são sujeitos às mais variadas intercorrências neonatais devido a sua exposi=
ção
prematura a um ambiente, ao qual não estava preparado para interagir.(=
26)
Dentre as possibilidades de complicações intrauterina que o feto pode
desenvolver, destaca-se menor tolerância à acidose, maior frequência de
apresentações anômalas, risco de trauma fetal, risco de hemorragia
intracraniana e risco de sepse. Após o nascimento, podem apresentar
dificuldades na sucção, no ganho de peso, no controle da temperatura, bem c=
omo
problemas respiratórios.(27)
Diante do exposto, a monitorizaç=
ão
do feto durante o trabalho de parto se torna essencial, pois a constante
verificação dos padrões fisiológicos pode apontar possíveis complicações. A partir desse contexto, elencou-se o
diagnóstico de risco do binômio mãe-feto perturbado, a fim de executar cuid=
ados
que atendessem de forma segura as necessidades da mãe e do bebê durante o
trabalho de parto, na tentativa de prevenir outras complicações.
Estudo realizado em um hospital =
da
cidade de São Paulo observou que 52,1% das parturientes que passaram pela
experiência de um parto de risco, relataram preocupação consigo e com a saú=
de
do seu bebê durante o processo de parto, mencionando ansiedade decorrente d=
e um
perigo real, percebido ou imaginário.(28) À vista disso, o diagn=
óstico
de ansiedade foi listado a partir do relato de preocupação da parturiente c=
om
as condições do parto, sendo elencados cuidados com o intuito de promover
conforto à paciente.
Com base nesta experiência, percebeu-se através da aplic=
ação
da SAE, que o enfermeiro participa de maneira integral no cuidado prestado à
parturiente, o qual é de extrema relevância, pois permite organizar e
direcionar a tomada de decisão do profissional frente às reais necessidades=
da
paciente, colaborando para promoção, prevenção, recuperação e reabilitação =
da
saúde individual e coletiva. Além disso, o enfermeiro tem a possibilidade de
fortalecer vínculos com a gestante, prestando um cuidado qualificado, acolh=
edor
e holístico.(29-31)
Observar a atuação do enfermeiro proporcionou às acadêmi=
cas
experiências práticas no cuidado durante o trabalho de parto, contribuindo =
para
a aquisição de habilidades e competências profissionais, visto que a realiz=
ação
de estágios durante a graduação de Enfermagem propicia ao discente a oportu=
nidade
de praticar o conteúdo obtido de forma teórica.(32) Entretanto,
apesar das vivências significativas obtidas durante o estágio com a
implementação da SAE, as discentes não conseguiram avaliar se os resultados
esperados foram alcançados de forma satisfatória, devido o curto período de
tempo que as acadêmicas permaneceram na unidade de saúde.
Esse estudo trouxe resultados importantes para serem
discutidos no âmbito acadêmico e profissional. Os achados evidenciam que é
preciso desenvolver pesquisas que forneçam melhores subsídios para a atuaçã=
o do
enfermeiro, assim como sinaliza que a utilização da SAE potencializa a
qualidade do cuidado prestado, principalmente diante de uma intercorrência =
como
o TPP, que impacta diretamente na incidência de morbimortalidade materna e
neonatal.
Dessa forma, os resultados apresentam que é necessário q=
ue o
enfermeiro e a equipe multiprofissional de saúde tenham conhecimento sobre a
temática e estejam capacitados para prestar uma assistência de qualidade fr=
ente
ao quadro de TPP. As limitações deste estudo envolvem a dificuldade de um
acompanhamento prolongado da evolução clínica da paciente até a sua alta da
internação hospitalar, devido a rotatividade das acadêmicas no campo de
estágio.
=
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Conclui-se que o estudo possibilitou discutir e ampliar o
conhecimento teórico das acadêmicas acerca de complicações obstétricas
importantes, como o TPP. Desse modo, a experiência vivenciada possibilitou =
que
as acadêmicas aprimorassem suas habilidades de raciocínio clínico necessári=
as
para a elaboração da SAE. A assistência prestada permitiu ainda refletir ac=
erca
da prática do enfermeiro quanto aos cuidados individualizados a paciente,
favorecendo uma melhor visualização sobre a importância de se trabalhar
embasado em conhecimento técnico-científico.
A aplicação da SAE por acadêmicos propiciou a ampliação =
do
seu entendimento sobre a relevância de um cuidado sistematizado, tanto no
aspecto assistencial como no gerencial, a fim de obter os melhores resultad=
os
para a paciente e também proporcionar a otimização do trabalho da equipe de
enfermagem. Através da aplicação prática da SAE foi possível prestar uma
assistência de enfermagem de qualidade, que forneceu à paciente um cuidado
eficiente, holístico e humanizado.
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