INTRODUÇÃO

O estoma é uma abertura cirúrgica realizada na parede abdominal para a exteriorização do sistema digestivo, criando um orifício externo, denominad= o de estomia. A estomia intestinal que pode ser uma colostomia ou ileostomia, são intervenções cirúrgicas realizadas, tanto no cólon (intestino grosso), quanto no intestino delgado, e consiste na exteriorização de um segmento intestinal, através da parede abdominal, criando uma abertura artificial pa= ra a saída do conteúdo fecal⁽¹⁾.

De acordo com a United Ostomy Associations of America⁽²⁾, uma estom= ia pode ser inevitável quando se trata de uma malformação congênita, câncer, doença inflamatória intestinal, como a doença de Crohn= e a retocolite ulcerativa, diverticulite, incontinência e muitas outras condições clínicas. Eles também são considerá= veis nos casos de trauma abdominal ou pélvico grave, resultante de acidentes ou ferimentos. A cirurgia de estomia ou desvio de continente, pode ocorrer em qualquer idade e não diminui a expectativa de v= ida.

Entre as situações clínicas que podem incentivar a necessidade de uma realização cirúrgica da estomia, o câncer de cólon e de re= to parecem ser os mais prevalentes. É o segundo tipo de câncer de maior prevalência no mundo, que ocupa o terceiro lugar em termos de incidência, s= endo mais elevado nos países desenvolvidos. No Brasil, os cânceres de cólon e de reto estão entre os cinco primeiros tipos mais frequentes e ocupam o tercei= ro lugar, em termos de incidência para homens, e o segundo para mulheres^(=
3).

Considera-se que para reduzir as dificuldades enfrentadas pelo indivíduo ao receber o diagnóstico, o uso das estomias deve ser trabal= hada no pré, trans e pós-operatório, pelas transformações acerca da imagem corpo= ral e autoimagem de difícil aceitação. Portanto, os cuidados devem ser iniciado= s no momento do diagnóstico da condição clínica, que indique a necessidade de um= a estomia, a fim de minimizar o sofrimento, a ansiedade, evitar complicações no pós-operatório e obter melhor reabilitação^(4).

Diante disso, a pessoa estomizada precisa adaptar uma = bolsa coletora no abdome para fezes, tornando-se dependente de seu uso. Isso pode trazer medo de que o odor exale, que ocorram vazamentos e ruídos, além de possíveis restrições de alguns hábitos de vida, podendo ser um processo doloroso⁽⁵⁾. Independentemente de suas características, a concl= usão do estoma é sempre traumática, uma vez que causa alterações que terão repercussões em todos os níveis da vida: necessidade de autocuidado, materi= al apropriado, adequação da dieta, convivência com a perda do controle da continência intestinal, odores, mudanças na imagem corporal, nas atividades= sociais, sexual e vida cotidiana⁽⁶⁾.

Não existe um modo específico de cuidar, mas sim os princípios de ideias teóric= as e filosóficas que o guiam. Os cuidados de enfermagem devem ser dotados de sensibilidade, com relação à singularidade de cada indivíduo⁽⁷⁾.= A equipe de enfermagem, portanto, constitui um elo importante na educação em saúde e na capacitação dos indivíduos em relação ao autocuidado. Nessa orientação, o enfermeiro deve esclarecer como manusear a bolsa coletora e atender todas as necessidades envolvidas, que exigem mudanças e como realizá-las, trazendo benefícios e conforto à vida da pessoa, incentivando a autonomia do paciente com base na promoção de um novo conhecimento^(8)<=
/sup>.

Uma maneira eficaz de promover o cuidado de enfermagem é através da aplicação da Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem, respeitando seus aspectos essenciai= s, pois, dessa forma, a assistência passa a ser direcionada às necessidades do paciente, além de abordar os aspectos holísticos do atendimento. De maneira simplificada, o autocuidado pode ser considerado como a capacidade do indiv= íduo de realizar todas as atividades indispensáveis para viver e sobreviver^=
(9).

Diante desse contexto, pode-se fazer a seguinte indagação: Quais aspectos estão relacionados ao processo de adaptação e autocuidado da pessoa com estomia intestinal?

O estudo da adaptação de pacientes com estomia se= torna relevante pelo fato de que os aspectos do autocuidado parecem estar comprometidos nesses pacientes, pelas repercussões que tal cirurgia traz pa= ra sua vida pessoal, emocional e profissional. Sendo esses fatos de fundamental importância para o cuidado de enfermagem, haja vista que aprofundar os conhecimentos acerca do autocuidado pode ser um norte para a assistência de enfermagem e para o próprio paciente com estomia.

Considerando o exposto, e com base na difícil aceitação de uma colostomia e nas dificuld= ades diárias para realizar o autocuidado, além do impacto na vida desses pacient= es após a estomia, fica clara a importância do desenvolvimento deste estudo, com o propósito de contribuir para a melhoria= na qualidade de vida e do autocuidado dos estomizados. O papel do enfermeiro na assistência ao paciente colosto= mizado é indispensável, pois se percebe que o paciente e a família após a cirurgia, tem dificuldades em implementar os cuidados de maneira adequada, sendo necessário prepará-los para desenvolver ações de cuidado, independentes da supervisão de enfermagem.

Dessa forma, o objetivo desse estudo foi investigar os aspectos envolvidos no processo de adaptação e autocuidado do paciente com es= tomia intestinal.

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Para a realização deste estudo, utilizou-se a revisão integrativa da literatura, p= or ser um método de pesquisa utilizado na Prática Baseada em Evidências, que permite a utilização dos resultados na prática assistencial⁽¹⁰⁾.=

A revisão integrativa consiste em um método que oportuniza a síntese de conhecimento através de processo sistemático e rigoroso. A conduta da revis= ão integrativa deve ser guiada pelos mesmos princípios de rigor metodológico adotados no desenvolvimento de pesquisas. Seis etapas norteiam a realização= da revisão integrativa, sendo elas: seleção de tema, estabelecimento de critér= ios de inclusão e exclusão para estudos, busca na literatura, organização dos achados, análise dos achados dos artigos incluídos na revisão, síntese do conhecimento e apresentação da revisão⁽¹¹⁾.

Para formulação da pergunta norteadora e seleção dos descritores adequados a este estudo, foi utilizado à estratégia = Population ou Problem= , Variables e Outcomes (PVO). Sendo P: estomia; V: adaptação e O: autocuidado.

Para a seleção do material bibliográfico utilizou-se as seguintes bases de dados= : MEDLINE (Medical Literature Analysi= s and Retrieval Sistem on-line), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e BDENF (Base de dados de enfermagem).

Foram utilizadas as seguintes combinações de Descritores em Ciências da Saúde (De= CS): estomia, enfermagem, autocuidado, adaptação. Os critérios de inclusão foram os seguintes, a saber: artigos publicados em português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra, com acesso on-line nas bases de dados pesquisadas, publicados no período compreendido entre 2015 e 2020, cuja temática principal estivesse relacionada à adaptação e o autocui= dado de pessoas com estoma intestinal. Por sua vez, foram excluídos: artigos pag= os, repetidos, os que estavam disponíveis apenas em resumo e àqueles que não atendiam ao tema e objetivos propostos.

As publicações foram organizadas e selecionadas por intermédio do fluxograma Preferred Reporting Itens For Systemat= ic Reviws End Meta-Analysis<= /i> (PRISMA) (Figura 1), a fim de obter informações essenciais e condizentes com a pergu= nta da pesquisa abordada inicialmente.

Os artigos foram avaliados criteriosamente, apresentados em um quadro contendo= os seguintes tópicos: título da obra, autores e ano de publicação, objetivo e principais achados. A análise dos dados foi realizada por intermédio da Teo= ria do Autocuidado de Dorothea Orem ou Teoria de Orem.=

Quadro 1 - Descrição dos estudos incluídos na Revisão Inte= grativa. Juazeiro do Norte, Ceará. Brasil. 2020.

Título da obra<= /b>	Autores/Ano=	Objetivos	Principais achados
Represe= ntação social da qualidade de vida após o estoma intestinal pelo paciente com neoplasia colorretal=	Batista et al. (2018)⁽¹²⁾	Analisar a representação social da qualidade de vida após a confecção de um estoma intestinal pelos pacientes oncológicos, além de identificar a estrutura das representações sociais da qualidade de vida após a confecção de um estoma intestinal pelos pacientes oncológicos e discutir as possíveis repercussões dessas representações no planejamento da assistência de enfermagem nesse grupo social.	A Representação Social da qualida= de de vida após a confecção de um estoma mostrou elementos negativos, assim = como a qualidade de vida antes do estoma, mostrou elementos positivos. Fazendo= uma breve comparação, foi claramente possível ver suas diferenças, principalm= ente em relação aos sentimentos, suas limitações, seus hábitos alimentares, se= us medos e estigmas.
Importâ= ncia das orientações de enfermagem para pacientes portadores de ostomia.	Braz et al. (2017)⁽⁹⁾	Identificar por meio de literatura científica a importância das orientações de Enfermagem para o desenvolvim= ento do autocuidado do paciente ostomizado.	De acordo com o levantamento, emergiram sete categorias que evidenciaram que dentro do contexto do autocuidado é imprescindível compreender a subjetividade de cada ser, poi= s o nível de compreensão sobre o problema, de instrução e de condição socioeconômica sempre deve ser visto com atenção pela enfermagem.
Constru= ção de tecnologia educacional para estomizados: e= nfoque no cuidado da pele periestoma.<= /b>	Carvalho et al. (2019)⁽¹³⁾	Descrever a construção de uma tecnologia educacional para mediar à orientação sobre os cuidados com a p= ele periestoma de pessoas estomiza= das.	A análise originou quatro categor= ias: o material educativo como fonte de conhecimento; dificuldades para o cuid= ado com a pele periestoma; autocuidado com a pele= periestoma; e tecnologia educacional para estomizados. A partir desses dados foi possível a construção da Tecnologia Educacional, que após sua validação contribuirá = na prevenção da dermatite periestoma.=
Caracte= rização clínica e sociodemográfica de pessoas estomizadas atendidas em um centro de referência.	Cerqueira et<= /span> al. (2020)¹⁴⁾	Caracterizar o perfil socio clíni= co epidemiológico da população com estomia atend= ida em um centro de referência.	54,1% eram homens, 56,5% idosos, 50,2% brancos, 46,7% tinham companheiro, 59,2% com até o ensino fundament= al e 34,5% aposentados. Pessoas com colostomia, 71,4%, sendo 33,7% temporárias, 69,4% por neoplasias e 17,3% apresentaram dermatite. Somente uma correlaç= ão entre presença de complicações e sexo dos pacientes foi observada (p=3D0,= 037).
Assistê= ncia de enferma-gem ao paciente estomizado baseado na teoria de Dorothea Orem.	Couto et al. (2018)⁽¹⁵⁾	Aplicar a teoria de enfermagem do Autocuidado de Dorothea Orem a fim de proporcionar a melhoria na qualidad= e de vida a uma paciente estomizada.	No primeiro atendimento, observou= -se dependência para o cuidado com a colostomia, ao final do processo de orientação a paciente já se encontrava adaptada à nova situação de vida, realizando o autocuidado.
Dificul= dades encontradas em pacientes estomizados intestin= ais: uma revisão integrativa da literatura.	Dias (2016)(¹⁶⁾	Identificar as dificuldades de estomizados em relação a seu cotidiano e sua imagem= após o procedimento de estomia, e como objetivos específicos descrever os cuidados ao portador de est= omia e descrever as atividades do enfermeiro em relação ao paciente estomizado.	O enfermeiro deve atuar desde o princípio onde é constatada a necessidade da confecção de uma estomia, tirando dúvidas, explicando como será depo= is da estomia e o apoiando de maneira que ele perceba que= é possível viver com uma estomia, acompanhando-= o até o momento da alta e ainda depois, o ensinado sobre o autocuidado para uma melhor recuperação e adaptação, além do encorajamento para retorno às atividades habituais.
Avaliaç= ão da qualidade de vida em pacientes com estomia intestinal.	Faria et al. (2018)⁽¹⁷⁾	Avaliar a qualidade de vida de pacientes com estomia intestinal atendidos em ambulatório de um hospital.	A média do escore geral da qualid= ade de vida foi 3,7±0,5. Os domínios apresentaram escores indicando boa quali= dade de vida. Identificou-se que não ter religião, ter filhos e maior renda são preditores relacionados a um melhor escore no domínio meio ambiente. Os q= ue referiram melhor autoavaliação da qualidade de vida também tiveram melhor= es escores em satisfação com a saúde e domínios físico e psicológico.
Autoima= gem e autocuidado na vivência de pacientes estomizados: o olhar da enfermagem.	Freire et al. (2017)⁽⁸⁾	Analisar a percepção de pacientes= estomizados sobre a sua autoimagem e autocuidado.	Foi possível perceber que a autoimagem e o autocuidado dos pacientes estão ligados a sentimentos de vergonha, medo, insegurança, invasão e sofrimento, os quais refletem diretamente na vida social, amorosa e laboral, sendo identificadas ainda dificuldades acerca da adaptação e aceitação da colostomia, refletindo no isolamento social.
Caracte= rização da clientela e avaliação de serviço de atenção à saúde da pessoa com estomia de eliminação.	Freitas et al. (2018)⁽¹⁸⁾	Caracterizar a clientela com estomia de eliminação e analisar o grau de implanta= ção da Política de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada de Diamantina/MG.	Constatou-se que a maioria dos participantes era composta de homens, idosos, com es= tomia recente, de raça branca, casados, com profissão de lavrador e ocupação de aposentado, escolaridade de 1 a 5 anos e faixa salarial de 1 a 2 salários mínimos. A doença precursora das estomias foi= o câncer colorretal. O Serviço de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada de Diamantina pode ser caracterizado como nível II, com implantação satisfatória, porém não plena.
A Pesso= a Estomizada: análise das Práticas Educativas de Enfe= rmagem	Gomes et al. (2016)⁽¹⁹⁾	Analisar as evidências disponíveis quanto às orientações de enfermagem fornecidas a pessoa estomizada.	O conteúdo das orientações é vari= ável entre os artigos, não havendo nenhuma padronização / preconização específ= ica de consensos e diretrizes para o assunto a ser abordado.
Viver com es= tomia intestinal: autocuidado, sexualidade, convívio Social e aceitação	Jacon et al. (2018)⁽²⁰⁾	Identificar o autocuidado, aceita= ção, convívio social e sexualidade no estomizado intestinal.	Participaram da pesquisa 20 estomizados com igual distribuição entre sexo e méd= ia de idade de 65 anos; a neoplasia configurou-se como a principal causa para a confecção do estoma. A maioria convive com o estoma há mais de dois anos, alterou o estilo do vestuário, reajustou a alimentação e reduziu significativamente o estilo de vida sexual.
Cuidado= s e orientações prestadas pela equipe de enfermagem aos pacientes ostomizados no meio oeste SC.	Melo (2016)(²¹⁾	Contribuir para o desenvolvimento= de atividades e ações mais eficientes e consequentemente a melhora do atendimento prestado aos pacientes e familiares.	A maioria dos pacientes afirmaram que receberam acompanhamento adequado dos profissionais. Ao questioná-los sob= re o que na opinião deles deve ter em uma cartilha para o= stomizados, eles responderam: como cuidar de uma ostomia, como lavar, o que pode pass= ar e como é a aparência normal do estoma. E como segundo cuidado o tempo adequ= ado de troca da bolsa.
Aplicab= ilidade da teoria de Callista Roy no cuidado de enfer= magem ao estomizado	Monteiro et al. (2016)⁽⁷⁾	Refletir sobre a aplicabilidade da teoria da adaptação de Callista Roy no cuidad= o de enfermagem ao estomizado.	O estomizado= ao passar por alteração na sua integridade física decorrente do ato cirúr= gico precisa adaptar-se a novos estímulos. O planejamento do cuidado de enferm= agem auxilia no processo de adaptação ao elaborar estratégias que possibilitem= o retorno dos indivíduos às suas atividades de vida diária e reinserção soc= ial.
Repercu= ssões no processo de viver da pessoa com estoma.	Mota et al., (2016)⁽⁵⁾	Conhecer as repercussões da estomização no processo de viver de pessoas com est= oma.	Evidenciou-se que a cirurgia ocor= reu, geralmente, para evitar sua morte. Os pacientes apresentavam-se abatidos, revoltados, tristes e com dúvidas, buscando manter a estomização em segredo. Preocupavam-se com a aquisição dos recursos para seu autocuid= ado. Podiam apresentar complicações e vivenciar situações constrangedoras rela= tivas ao estoma. No entanto, após adaptados, percebiam que era possível viver c= om o estoma, recuperando a alegria.
Cuidado= e saúde em pacientes estomizados.=	Oliveira et al. (2018)⁽²²⁾	Descrever os aspectos epidemiológicos, as complicações e as hospitalizações relacionadas à estomia.	51,2% dos pacientes eram do sexo masculino e houve predominância do tipo de colostomia terminal (n=3D68;57,6%), enquanto 24,5% era do tipo em alça e 17% = do tipo dupla boca. Quanto à etiologia da estomia, 40,5% ocorreu por neoplasia, 17,3% por doença inflamatória intestinal e 9% por trauma. O desenvolvimento de complicações esteve presente em 30,89% pacientes, sendo a dermatite periestomal a principal delas, e 7% pacientes necessitaram de internação hospitalar relacionada à estomia.
Caracte= rização de pacientes ileostomizados atendidos em serv= iço de referência para ostomia.	Queiroz et al. (2017)⁽²³⁾	Caracterizar os pacientes ileostomizados cadastrados na Associação de Ostomizados do Rio Grande do Norte.	Predominaram pacientes do sexo fe= minino, com média de idade de 57,08 anos, brancos, pardos, casados, procedentes do litoral leste, ensino fundamental incompleto, aposentados e com um salário mínimo. Em relação à duração e ao motivo da origem da ileostomia, tumor retal neoplasia retal / câncer retal foi a principal causa e a maio= ria temporária.
Qualida= de de vida nos ostomizados.	Real (2017)(²⁴⁾	Definir os diferentes tipos de ostomia, a sua fisiologia, indicação, construção e complicações; conceitualizar e identificar formas de avaliação da Qualidade de vida; identificar e analisar os fatores determinantes da qualidade de vida da pessoa ostomizada; Anali= sar o impacto da estomaterapia na adaptação ao esto= ma; Avaliar a percepção que a pessoa ostomizada t= em sobre a sua qualidade de vida; Caracterizar o ostomi= zado do CHCB.	Constatou-se, que a criação de uma ostomia, leva sempre a uma perda na função física, a uma alteração na ima= gem corporal e a uma diminuição na qualidade de vida. As alterações mais evidenciadas prendem-se com a forma de vestir, atividades de lazer, ativi= dade sexual, problemas físicos associadas ao estoma (irritação da pele periostomal, odores, extravasamento de conteúdo fecal, gases) e consequente diminuição da autoestima, podendo esta ser prejudicial no processo de recuperação.
Adaptaç= ão social do paciente colostomizado: desafios na assistência de enfermagem.	Ribeiro et al. (2016)⁽⁴⁾	Analisar as contribuições da assistência de enfermagem a indivíduos com colostomia em sua adaptação social.	A enfermagem assume papel fundame= ntal na promoção do cuidado aos estomizados devendo oferecer-lhes o apoio e conhecimentos necessários para que desenvolvam su= as potencialidades e sua autonomia, no desempenho das atividades cotidianas,= das quais se afastaram pelas limitações impostas pela colostomia.<= /span>
Cuidado= s de enfermagem em pacientes ostomi-zados: uma rev= isão integrativa de literatura.	Rodrigues et<= /span> al. (2019)⁽²⁵⁾	Analisar as publicações relaciona= das aos cuidados de enfermagem em pacientes com colostomia.=	O papel do enfermeiro nos cuidado= s do paciente ostomizado é de grande importância, = uma vez que este profissional se encontra capacitado para atender as singularidades dos pacientes no contexto biopsicossocial.
Aplicab= ilidade da Teoria de Wanda Horta no Autocuidado a Pacientes O= stomizados.	Santos et al. (2017)⁽²⁶⁾	Discutir as necessidades humanas básicas mais afetadas e as mudanças secundárias à confecção do estoma, na visão da Teoria de Wanda Horta.	Em se tratando do convívio social, pode-se observar uma diferença significativa no padrão de respostas das pessoas que relataram uma aceitação social por parte dos amigos e familia= res, tendo a resposta ruim uma frequência de 9% antes da cirurgia e 19% após a mesma. A pesquisa destacou ainda que os padrões de alimentação, sono, excreção, autoestima, segurança e espiritualidade não apresentaram mudanças significativas, que dificultass= em a realização do autocuidado ou produzissem complicações posteriores à colostomia.
Tecnolo= gia do cuidado à pessoa com colostomia: diagnósticos e intervenções de enferm= agem.	Silva et al. (2016)⁽²⁷⁾	Elaborar diagnósticos/ resultados= e intervenções de enfermagem relacionados à pessoa com colostomia.	Os termos identificados na revisão foram mapeados com a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem, para compor os 77 diagnósticos/resultados= e 172 intervenções de enfermagem, agrupados por necessidades humanas bási= cas. A avaliação das necessidades alteradas na pessoa com colostomia facilita a identificação dos diagnósticos e a elaboração das intervenções de enferma= gem, padronizando o cuidado prestado pelo enfermeiro e melhorando a qualidade = da assistência.
Competê= ncia para o autocuidado na fase pré-operatória da pessoa com estoma de elimina= ção intestinal.	Silva et al. (2018)⁽²⁸⁾	Identificar a competência para o = autocuidado ao estoma da pessoa na fase pré-operatória, especificamente no dia anteri= or à cirurgia com confecção de uma ostomia de eliminação intestinal.	O conhecimento representa a competência para o autocuidado ao estoma que a pessoa apresenta na fase p= ré-operatória de cirurgia, com construção de uma ostomia de eliminação intestinal.=
Quality of Life (QoL) Among Ostomized Patients – a Cross- sectional study using Stoma-care QoL Questionnaire about the influence of some clin= ical And demographic data on patients QoL.<= /o:p>	Sil= va et al. (2019)⁽²⁹⁾	Avaliar a qualidade de vida de doentes ostomizados de acordo como sexo, idad= e, tipo de cirurgia, doença primária, duração e tipo de estoma.	Doentes com = urostomia apresentaram Scores Total, SeSi<= /span> e FF, significativamente superior a doentes com colostomia e ileostomia. Relativamente ao score SeSi, os doentes com idade igual ou superior = a 70 anos e doença maligna apresentaram scores significativamente maiores que = os mais jovens e com doenças benignas. Quanto ao Score FF verificou-se que doentes com causas malignas apresentaram scores sign= ifica-tivamente superiores aos com causas benignas.
Cuidado= s de enfermagem ao paciente ostomizado: revisão de literatura.	Souza et al. (2020)⁽³⁰⁾	Identificar, na literatura, as intervenções da assistência de enfermagem ao colosto= mizado, a fim de conscientizar o papel fundamental dos profissionais de enfermage= m, da importância do acompanhamento desses pacientes, destacando quais cuida= dos são mais citados nos estudos utilizados.	As intervenções consideram as necessidades biopsicossociais do indivíduo de forma singular, proporciona= ndo melhor adaptação à condição do ostomizado, estimulando o enfrentamento da condição atual, potencializando seu autocuidado de forma qualitativa. O enfermeiro é o profissional mais capacitado para executar os cuidados a pacientes ostomizados devido sua habilidade de observa= r toda singularidade. O conhecimento do enfermeiro possibilita o desenvolvimento= de estratégias de intervenção que minimizam os transtornos decorrentes do ostoma, contribuindo para melhora da qualidade de v= ida.

Fonte: Elaborado pelos autores.

DISCUSSÃO

Mediante o levantamento dos artigos científicos encontrados na literatura, elaborou-se quatro categorias para serem discutidas neste trabalho, a saber: Análise dos tipos= e epidemiologia das estomias; b) A qualidade de v= ida do paciente com estomia; c) Adaptação do paciente = com estomia em sua nova condição de vida; d) A assistênci= a de enfermagem ao paciente estomizado.

Análise dos tipos e epidemiologia das estomias

Ao lo= ngo dos anos, as mudanças sociodemográficas afetaram o progresso de saúde-doenç= a, como urbanização, mudanças de hábitos, globalização do conhecimento e progr= esso tecnológico, o que levou a um aumento da expectativa de vida e, ao mesmo te= mpo, aumentou o número de doenças crônicas não transmissíveis. Ainda existem pou= cos dados epidemiológicos sobre pacientes com estomia no país. Nesse caso, existem estudos locais isolados para caracterizar essa população. A falta de dados epidemiológicos nos níveis nacional e estadual, pode interferir diretamente na implementação de medidas destinadas a fornec= er assistência direcionada e de alta qualidade aos pacientes estomizados⁽¹⁴⁾.

O ter= mo estomia é derivado do grego e significa abertura de u= ma víscera no corpo em situações diversas, recebendo nomeações específicas, de acordo com o segmento a ser exteriorizado⁽¹⁹⁾. Por sua vez, a construção de uma estomia de eliminação, dá-se = em decorrência de um procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização de parte do sistema digestório ou urinário, através de uma abertura na parede abdominal⁽¹⁸⁾.

Por s= ua vez, o estoma intestinal situa-se no segmento do intestino grosso ou delgado. No intestino grosso é designado de colostomia e pode ser feito no cólon ascendente, transverso, descendente ou sigmoide, podendo ser nomeado de cecostomia, colostomia direita, colostomia transversa, colostomia esquerda, sigmoidostomia. No intesti= no delgado é executada em um segmento do íleo, sendo chamada de ileostomia⁽²⁵⁾.

De ac= ordo com a causa da doença, os estomas intestinais são classificados quanto ao t= empo de permanência, em definitivos ou temporários. Os estomas temporários são realizados para proteger uma anastomose e seu fechamento ocorre em um curto período, quando a doença que levou a sua realização for corrigida. Nas estomias definitivas, um segmento do intestino é reti= rado e são produzidos quando não existe a possibilidade do reestabelecimento do trânsito intestinal normal, geralmente em casos de câncer⁽²³⁾. <= o:p>

A qualidade de vida do paciente com estomia

Segun= do a Organização Mundial de Saúde⁽³⁵⁾, a qualidade de vida é a compreensão de um indivíduo de sua vida com base na cultura e no sistema de valores em que ele vive, e em seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Envolve não apenas relações sociais, como família e amigos, m= as também bem-estar espiritual, físico, psicológico e emocional, saúde, educaç= ão, moradia, condições sanitárias básicas e outras condições de vida.

Para = os pacientes que usam uma bolsa de colostomia, ter qualidade de vida se torna = algo mais complicado, considerando suas condições e limitações exigidas pelo uso= do equipamento coletor. Após a realização da cirurgia, o paciente geralmente altera seus hábitos de vida normal, adaptando-se a roupas mais largas para impedir que reconheçam o uso de bolsas coletoras, mudanças alimentares e, às vezes, afastando-se do trabalho, relações sexuais e atividades de lazer, co= m a finalidade de obter o isolamento social⁽¹⁶⁾. <= /p>

As pessoas que têm colostomia precisam apreender novos hábitos alimentares, de= vido à incontinência fecal, porque certos alimentos podem causar amolecimento ou constipação das fezes, enquanto outros podem produzir muitos gases. O efeit= o da alimentação no corpo humano varia de pessoa para pessoa. O incômodo causado pela eliminação de gases, vazamento e odor de fezes exalado pela bolsa de c= olostomia é um desafio para os colostomizados. Deve ser implementado um cuidado abrangente para garantir a qualidade de vida dessas pessoas. É importante que as famílias aprendam a viver em situações como a incontinência fecal e suas consequências, como odor e necessidade de mais roupas e higiene, para que possam fornecer apoio e suporte adequado^(27=
).

É evidente que a qualidade de vida é uma medida de resultado cada vez mais importante na cirurgia. O conhecimento do impacto de um procedimento cirúrg= ico na qualidade de vida dos indivíduos, permite ao médico e ao paciente uma decisão mais informada e adequada. A presença de um estoma tem impacto nega= tivo na qualidade de vida dos pacientes⁽²⁹⁾.

Ao lo= ngo do processo, elementos contrastantes de inferioridade e incapacidade podem interferir no processo de desenvolvimento, dificuldades, desconforto, limitações, mudanças na vida, e no cotidiano, configurando-se em isolamento social, podendo repercutir tanto no trabalho, como no lazer. A sensação de inutilidade, inferioridade, desgosto, perda da autoestima, tristeza, vergon= ha, status social, além de causarem mudanças na dinâmica familiar, causam impac= to psicológico, levando-os a expressarem sentimentos e evocações como tristeza, ódio, repulsa e medo⁽¹²⁾.

Além disso, há também uma maneira importante de se satisfazer com a saúde, é a compreensão da verdadeira importância da estomia para sua condição e para a persistência da saúde. Com isso, toda reabilitação mé= dica e psicológica deve ser realizada para garantir que o paciente se reintegre = na vida diária, o que afeta muito a melhoria de sua qualidade de vida^(17=
).

Adaptação do paciente com estomia em sua nova condição de vida

Após a cirurgia, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos pacientes colostomizados é a adaptação à vida normal. O modo de= se adaptar à nova situação é o fator que determina a satisfação e o bem-estar = do paciente, e sua reintegração em suas atividades diárias. Portanto, os cuida= dos de saúde devem levar em consideração a integralidade do cuidado, abrangendo= não somente o paciente, mas também a sua família, com todas as suas expectativa= s, angústias e necessidades⁽²²⁾.

As pessoas que têm uma colostomia compreendem a necessidade de se adaptar a no= va condição, mas relatam sofrer por ter que suportar essa situação. Portanto, a aceitação parece ser um problema sério, que eles precisam enfrentar, pois t= êm dificuldade em se adaptar às novas condições de vida, o que afeta diretamen= te a realização do autocuidado⁽²⁶⁾.

A ade= são ou não dos pacientes estomizados ao autocuidado, dependerá de fatores como faixa etária, estilo de vida, gênero, nível de educação, fatores sociais, financeiros e culturais. Estabelecer um vínculo = de confiança entre o estomizado e a enfermeiro/a é= a base para o autocuidado bem-sucedido. O autocuidado dos pacientes com estomia é sinônimo de independência e incapacidade reduzida, e o estudo do autocuidado deve estimular a autonomia do paciente lenta e continuamente⁽²⁰⁾.

Por s= ua vez, uma maneira eficiente de proporcionar o cuidado aos pacientes estomizados é por meio da aplicação da Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem, as atividades do autocuidado propostas por Or= em, são três: contato com um paciente que precisa de cuidados; a continuidade d= essa conexão para desenvolver medidas de cuidado; e a preparação para o paciente aperfeiçoar ações de cuidado independentes⁽¹⁵⁾.

A assistência de enfermagem ao paciente estomizado

A educação pré-operatória é a base do processo de reabilitação para aqueles q= ue serão submetidos à estomia de eliminação intest= inal, pois ajuda a minimizar a ansiedade e o medo, esclarecendo dúvidas. O impact= o da estomia e as alterações causadas diariamente pe= la mesma são questões comuns no pré-operatório⁽²⁸⁾.

O enfermeiro aparece como parte central no processo de capacitação da pessoa = com estomia. Dessa forma, esses profissionais precisam de conhecimentos técnicos, científicos e profissionais para prestar assistência aos pacientes com essa condição, bem como, orientar o autocuidado. Também c= abe ao profissional da saúde, a responsabilidade de adaptar as pessoas estomizadas e seus familiares, orientando nas princip= ais dúvidas sobre os cuidados com o estoma e vida diária⁽¹³⁾. <= /o:p>

Obser= var as aflições e ansiedades do cliente e da família faz parte de um atendiment= o de qualidade, humanizado, portanto, os profissionais de saúde devem saber cond= uzir situações de estresse e sofrimento, contribuindo, por meio de uma atenção cordial e responsável, diminuindo dúvidas de forma clara e respeitosa para todos⁽²¹⁾.

Por s= ua vez, o enfermeiro/a é o profissional mais qualificado para efetuar os cuida= dos com pacientes estomizados, devido sua habilidad= e de observar o ser em toda sua singularidade. O conhecimento do enfermeiro ajud= a a formular estratégias de intervenção para minimizar as doenças causadas pelo estoma, melhorando assim, a qualidade de vida biológica, psicológica e soci= al do paciente. As intervenções desse profissional auxiliam para a boa adaptaç= ão do estomizado.

Torna= -se impreterível que o enfermeiro esteja sempre atualizado quanto ao assunto, s= endo possível utilizar seu conhecimento em benefício do paciente e de capacitar outros profissionais envolvidos na assistência ao esto= mizado⁽³⁰⁾.

Consi= derando todos os problemas e complicações subjacentes à existência de uma estomia de eliminação intestinal, faz-se necessário a realização da consulta de estomaterapia, uma ve= z que nela apresentam-se informações específicas e se esclarecem dúvidas, há o en= sino e o treino para autocuidado, fornecimento de apoio físico e emocional, tratamento de complicações e encaminhamento do paciente estomizado para outras áreas, quando assim se fizer necessário⁽²⁴⁾.

C= ONCLUSÕES<= /h1>
Investigar os aspectos envolvidos no processo de adaptação e autocuidado do paciente c= om estomia, permitiu constatar que assim como todo processo de adaptação a = estomia, o mesmo tende a ocorrer de maneira gradativa. À medida que o paciente convi= ve com essa situação, ele acaba criando mecanismos para lidar com a condição d= e estomizado.

De fa= to, a colostomia gera mudanças tanto físicas como psicológicas, que podem influenciar no desenvolvimento do processo de autocuidado. De início é norm= al achar que não vai conseguir lidar com a situação, ter sentimentos negativos= com relação a qualidade de vida, sobretudo quando se pensa no fator, autoestima, afetado pela mudança da imagem corporal.

No contexto do autocuidado, por sua vez, é necessário entender que cada pessoa= é única e que cada tratamento deve ser específico e direcionado subjetivament= e. Logo, o enfermeiro entra como um dos principais protagonistas na promoção do autocuidado ao paciente, colocando em prática todas as habilidades de ensino para que se consiga para o paciente a melhoria da qualidade de vida. Contud= o, a enfermagem assume papel fundamental na promoção do cuidado aos estomizados, devendo oferecer-lhes o apoio e conhecim= entos necessários.

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FOMENTO E AGRADECIMENTOS

Não há.=

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REFER= ÊNCIAS

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Submissão:= 2021-12-04

Aprovado: = 2022-01-12