MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D81CFD.2617B0A0" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D81CFD.2617B0A0 Content-Location: file:///C:/D8A83E54/1290-Textodoartigo-PT.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
ASSOCIATION BETWEEN CARDIOVASCULAR RISK FACTORS AND
ANTHROPOMETRIC INDICATORS IN MILITARY POLICE OFFICERS
ASOCIACIÓN ENTRE FACTORES DE RIESGO CARDIOVASCULAR=
E
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS EN POLICÍAS MILITARES
Karleandro Pe=
reira
do Nascimento1
Huana Carolina
Cândido Morais2
Samia Jardelle
Costa de Freitas Maniva3
Regina Kelly
Guimarães Gomes Campos4
Ana Carolina =
Matias
Dinelly Pinto5
Thecia Lariss=
a da
Silva Ribeiro6
[1]=
Residente (R=
2) de
Enfermagem em Cardiopneumologia pela Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo
Martins Rodrigues (ESP/CE). Especialista em Enfermagem em Unidade de Terapia
Intensiva pelo Centro Universitário Estácio do Ceará (ESTÁCIO). Fortaleza, =
CE,
Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2621-6566
² Mestrado e Doutorado em Enferm=
agem
pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Docente do Instituto de Ciências =
da
Saúde da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasile=
ira
(UNILAB). Redenção, CE, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6435-1457
³ Doutora em Enfermagem pela
Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde p=
ela
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Docente do Curso de Enfermagem da
Universidade Federal do Ceará (UFC). Fortaleza, CE, Brasil. https://orc=
id.org/0000-0002-3350-3195
4 Doutoranda em
Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Saúde Pública
pela Faculdade de Medicina/Departamento de Saúde Comunitária/ Universidade =
Federal
do Ceará (UFC). Fortaleza, CE, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2863-1002
5 Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade
Federal do Ceará (UFC). Mestrado em Microbiologia Médica pela Universidade
Federal do Ceará (UFC). Fortaleza, CE, Brasil.=
https://orcid.org/0000-0002-2411-6708
6 Especialista=
em
Saúde Mental e Atenção Psicossocial pelo Centro Universitário Estácio
(ESTÁCIO). Atua como Enfermeira no Centro de Atenção Psicossocial da modali=
dade
Álcool e Outras Drogas Norte III (CAPS AD III NORTE), no município de Natal=
/RN.
Natal, RN, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8794-9117
Autor
Correspondente:
Karleandro Pereira do
Nascimento
Endereço: Rua Silvei=
ra
da Mota, 67, apartamento 104. Messejana, Fortaleza-CE. CEP 60841-555. Tel. =
+55
(88) 9 9276-9625 - E-mail: karleandropn@gmail.com
RESUMO
Objetivo: Avaliar a
associação entre fatores de risco cardiovascular e indicadores antropométri=
cos
em Policiais Militares. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, =
com
abordagem quantitativa, realizado em dois municípios do Estado do Ceará,
Brasil. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevista para obtenç=
ão
de variáveis sociodemográficas, exercício policial, dados clínicos e aspect=
os
comportamentais; e exame físico para obtenção dos indicadores antropométric=
os.
Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. Resu=
ltados:
Participaram do estudo 107 policiais militares. Predominaram homens, com id=
ade
média de 37,17 anos, que exerciam atividades operacionais. Foi verificada
associação e significância estatística entre dois indicadores antropométric=
os e
quatro fatores de risco cardiovascular, a saber: índice de conicidade com
alcoolismo, hipertensão arterial, diabetes mellitus e função exercida na
polícia; relação cintura-quadril com alcoolismo, hipertensão arterial, diab=
etes
mellitus e antecedente familiar de doença cardiovascular. Cada um dos demais
índices antropométricos avaliados (peso, circunferência da cintura,
circunferência do quadril, circunferência abdominal, índice de massa corpor=
al,
razão cintura-estatura) possuíam significância estatística com somente dois
fatores de risco cardiovascular. A presença de hipertensão arterial apresen=
tou
associação estatisticamente significante com todos os indicadores
antropométricos avaliados, enquanto sedentarismo não teve associação
significante com nenhum deles. O escore de Framingham simplificado descreveu
baixo risco cardíaco entre os participantes e só apresentou significância
estatística com hipertensão arterial e diabetes mellitus. Conclusão:
indicadores antropométricos, especialmente o índice de conicidade e a relaç=
ão
cintura-quadril, podem ser empregados para rastrear fatores de risco
cardiovascular em policiais militares.
Palavras-chave: Fatores de Risco de Doenças Cardíacas; Antropometria; Enfermagem
Cardiovascular; Polícia; Doença Crônica.
ABSTRACT
Objective: To evaluate the association between cardiovascular risk factors and
anthropometric indicators in Military Police officers. Methods: This=
is
a cross-sectional study, with a quantitative approach, carried out in two
municipalities in the State of Ceará, Brazil. Data collection was performed=
by
means of interviews to obtain sociodemographic variables, police practice,
clinical data and behavioral aspects; and physical examination to obtain
anthropometric indicators. Data were analyzed by descriptive and inferential
statistics. Results: 107 military police participated in the study.
There was a predominance of men, with an average age of 37.17 years, who
performed operational activities. An association and statistical significan=
ce
were verified between two anthropometric indicators and four cardiovascular
risk factors, namely: conicity index with alcoholism, arterial hypertension,
diabetes mellitus and role in the police; waist-hip ratio with alcoholism,
arterial hypertension, diabetes mellitus and family history of cardiovascul=
ar
disease. Each of the other anthropometric indices evaluated (weight, waist
circumference, hip circumference, abdominal circumference, body mass index,=
waist-to-height
ratio) had statistical significance with only two cardiovascular risk facto=
rs.
The presence of arterial hypertension showed a statistically significant
association with all anthropometric indicators evaluated, while a sedentary
lifestyle had no significant association with any of them. The simplified
Framingham score described low cardiac risk among the participants and only
showed statistical significance with arterial hypertension and diabetes
mellitus. Conclusion: Anthropometric indicators, especially the coni=
city
index and waist-hip ratio, can be used to track cardiovascular risk factors=
in
military police officers.
Keywords: Heart Diseas=
e Risk
Factors; Anthropometry; Cardiovascular Nursing; Police; Chronic Disease.
RESUM=
EN
Objetivo: Evaluar la asociación entre factores de riesgo
cardiovascular e indicadores antropométricos en Policías Militares. Métodos: Se trata de un estudio
transversal, con abordaje cuantitativa, realizado en dos municipios del Est=
ado
del Ceará, Brasil. La recolección de datos fue realizada a través de entrev=
ista
para obtención de variables sociodemográficas, ejercicio policial, datos
clínicos y aspectos conductuales; y examen físico para obtención de los
indicadores antropométricos. Los datos fueron analizados por estadística
descriptiva e inferencial. Resulta=
dos:
Participaron del estudio 107 policías militares. Predomininaron los hombres=
con
edad media de 37,17 años, que realizaban actividades operacionales. Se veri=
ficó
asociación y significancia estadística entre dos indicadores antropométrico=
s y
cuatro factores de riesgo cardiovascular, a saber: índice de conicidad con alcoholismo, hipertensión arterial,
diabetes mellitus y función ejercida en la policía; relación cintura-cadera=
con
alcoholismo, hipertensión arterial, diabetes mellitus y antecedente familia=
r de
enfermedad cardiovascular.
Cada uno de los demás índices
antropométricos evaluados (peso, circunferencia de cintura, circunferencia =
de
cadera, circunferencia abdominal, índice de masa corporal, razón cintura-es=
tatura)
tuvieron significación estadística con sólo dos factores de riesgo
cardiovascular. La presencia de hipertensión arterial mostró asociación
estadísticamente significativa con todos los indicadores antropométricos
evaluados, mientras que el sedentarismo no tuvo asociación significativa con
ninguno de ellos. La puntuación de Framingham simplificado describió bajo
riesgo cardíaco entre los participantes y solo mostró significación estadís=
tica
con hipertensión arterial y diabetes mellitus. Conclusión: indicadores antropométricos, especialmente el índic=
e de
conicidad y la relación cintura-cadera, pueden ser empleados para rastrear
factores de riesgo cardiovascular en policías militares.
Palabras-chave: Factores de =
Riesgo
del Enfermedades del Corazón; Antropometría; Enfermería Cardiovascular;
Policia; Enfermedad Crónica.
INTRODUÇÃO
Policiais militares possuem fatores de
risco para doenças cardiovasculares associados ao exercício profissional
Os Policiais Militares apresentam vári=
os
fatores desencadeadores de estresse, que são reações de impacto negativo à
saúde física e mental, dentre estes a exposição constante ao perigo e à agr=
essão,
além da ameaça de violência e do risco de vida em zonas de conflito(1)=
.
Para mais o caráter inerente à profissão, a natureza das atividades
desempenhadas, a sobrecarga de trabalho, as relações internas e externas à
corporação, são algumas das características peculiares do ofício, que
contribuem para a exposição dos policiais militares aos fatores de risco
cardíaco, o que afeta sua vida pessoal e a realização das atividades labora=
is(2).
Além de estarem expostos aos mais variados tipos de agravos à saúde, esses
profissionais apresentam índices elevados de falta de assiduidade no trabal=
ho
ocasionado por alguma enfermidade(1).
Nesse contexto, destacam-se as Doenças
Cardiovasculares (DCV) (cardiopatia isquêmica, doença cerebrovascular,
cardiopatia hipertensiva e outras doenças cardíacas), as quais são multicau=
sais
tendo influência de fatores genéticos e biológicos, tais como idade, sexo,
histórico familiar de DCV, raça e comorbidades crônicas, como hipertensão a=
rterial
e diabetes mellitus(3). Soma-se a isso condições socioeconômicas=
, ambientais
e comportamentais à saúde cardiovascular, a saber: escolaridade, renda,
sobrepeso, obesidade, acúmulo de gordura na região abdominal, estresse,
tabagismo, alcoolismo(4).
O enfermeiro enquanto agente promotor =
de saúde,
desenvolve um papel indispensável na prestação de cuidados às pessoas com D=
CV
ou com risco elevado para tais doenças. Atuando no manejo clínico, na promo=
ção,
na prevenção e na reabilitação desses indivíduos, além de ser responsável p=
or
educá-los sobre a importância em adotar um estilo de vida saudável (que inc=
lui
dieta saudável, atividade física adequada e abandono de comportamentos
prejudiciais à saúde). Ademais, no contexto das DCV a enfermagem pode atuar
sinergicamente com outros profissionais da saúde(5).
Diante desse cenário, um dos métodos
utilizados para avaliação do risco cardiovascular são os indicadores
antropométricos, tais medidas compõem um conjunto de procedimentos simples,
apresentam alta confiabilidade e baixo custo(6). Os indicadores
antropométricos que apresentam boa capacidade preditora para classificar o
risco cardíaco são: relação cintura-quadril (RCQ), índice de conicidade (IC=
),
peso, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA),
circunferência da cintura (CC) e razão cintura-estatura (RCEst)(7-10)<=
/sup>.
Contudo, ainda permanece incerto qual variável antropométrica está mais
associada com os fatores de risco cardiovascular em policiais militares.
Assim, estudos que investiguem a relaç=
ão
dos indicadores antropométricos com os fatores de risco cardiovascular neste
público, e que levem em consideração as atividades ocupacionais e os hábitos
comportamentais são necessários. Logo, o objetivo do estudo foi avaliar a
associação entre os fatores de risco cardiovascular e os indicadores antrop=
ométricos
em policiais militares. Espera-se que os resultados possam auxiliar os
enfermeiros na escolha dos melhores métodos para esse rastreio contínuo.
MÉTODO
Estudo transversal, com abordagem
quantitativa, realizado em duas cidades do Sertão Central Cearense, Estado =
do
Ceará, no Brasil durante os meses de julho e agosto de 2019. Foram selecion=
ados
policiais militares que exercem efetivamente suas atividades nos municípios
selecionados para o estudo, totalizando 166 policiais militares.
Participaram do estudo policiais de am=
bos
os sexos, ativos nos municípios selecionados. O convite para participar do
estudo foi feito pelos pesquisadores no local de trabalho dos profissionais=
, e
aqueles que concordassem em participar, assinavam o Termo de Consentimento =
Livre
e Esclarecido, respondiam a entrevista e realizavam o exame físico,
caracterizando a amostragem por conveniência. Foram excluídos aqueles afast=
ados
do trabalho por motivo de doença, período de férias e/ou de licença.
A coleta de dados foi realizada empreg=
ando-se
um formulário estruturado, elaborado pelos pesquisadores a partir dos fator=
es
de risco para as doenças cardiovasculares em policiais militares apontados =
na
literatura(1-2). As variáveis analisadas foram divididas por
categorias, a saber: dados sociodemográficos (sexo, idade, nível de instruç=
ão,
raça/cor, renda pessoal e estado civil), exercício policial [função na polí=
cia (operacional
ou administrativa) e tempo de exercício], dados clínicos (presença de
comorbidades e antecedentes familiares de DCV), aspectos comportamentais [s=
edentarismo,
etilismo, tabagismo, atividade física regular (frequência de três a cinco
sessões por semana, com duração de 30 a 40 minutos), alimentação saudável
(ingesta diária de uma porção de feijão, duas de frutas e três de legumes e
verduras), consumo de carne vermelha e sono (média adequada de 7 a 8 horas =
por
noite)].
Ademais, acrescentou-se no formulário
questões sobre os fatores de risco cardiovascular utilizados no escore de
Framingham Simplificado, a saber: pressão arterial sistólica (PAS), uso de
medicação anti-hipertensiva e status de diabetes(11). A pressão
arterial foi aferida utilizando o método indireto, ou seja, através de um
estetoscópio da marca Littmann Classic III® e um esfigmomanômetro
aneroide Premium®. Cumpre ressaltar que nesta pesquisa não foram
utilizados instrumentos específicos para a verificação do nível etilismo e
tabagismo, essas categorias foram avaliadas a partir do autorrelato dos pol=
iciais.
Os indicadores antropométricos mensura=
dos foram:
circunferência abdominal (CA), índice de conicidade (IC), razão
cintura-estatura (RCEst), circunferência da cintura (CC), circunferência do
quadril (CQ), relação cintura-quadril (RCQ), peso, altura e o índice de mas=
sa
corporal (IMC). Todas as mensurações antropométricas foram realizadas pelo
mesmo examinador em todos os participantes deste estudo para reduzir o viés=
. A
coleta dos dados do exame físico foi feita em uma sala reservada do Batalhã=
o.
A CA foi mensurada do ponto de maior
diâmetro da região abdominal que pode coincidir ou não com a altura do umbi=
go(7).
O IC foi determinado pela medição da CC em metros, peso corporal e estatura=
(8).
Para obter a mensuração da RCEst foi dividido a CC (cm) pela medida da esta=
tura
(cm)(9). A RCQ foi calculada utilizando a medida da CC entre o p=
onto
médio da última costela e a crista ilíaca e a CQ no nível de protrusão máxi=
ma
do glúteo sendo posteriormente divididos os valores obtidos(10).=
Para a aferição do peso, os indivíduos
foram instruídos a ficar em pé, descalços e com o mínimo de roupa possível,
utilizamos a balança digital corporal de vidro do modelo Dubai Magazine®
que suporta até 180 kg para tal aferição. Para avaliar a altura, os
participantes foram orientados a ficarem descalços, o mais ereto possível e=
com
as costas contra a fita métrica inelástica de dois metros da marca Corporal=
®
que foi colocada verticalmente na parede. Com base nas medidas de pes=
o e
altura foi calculado o IMC utilizando a fórmula kg/altura². A classificação
pondero-postural obedeceu às diretrizes e protocolos vigentes(10).
Os dados obtidos foram organizados e a=
nalisados
pelo programa Statistical Package for the Social Sciences versão 20.=
0,
mediante análise estatística descritiva (frequências absolutas e relativas,
média, mediana e desvio padrão). Para variáveis quantitativas, aplicou-se o
teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a aderência dos dados à distribu=
ição
normal. Na análise inferencial, o nível de significância adotado foi de p&l=
t;0,05.
Foi empregado o teste U de Mann-Whitney para verificar a associação entre os
fatores de risco e os indicadores antropométricos.
O estudo respeitou as exigências forma=
is
contidas nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras de pesquisas
com seres humanos, sendo submetido para apreciação ética (CAAE
14715419.1.0000.5046) e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro
Universitário Católica de Quixadá (Protocolo de Aprovação 3.372.879).
RESULTADOS
Participaram do estudo 107 policiais
militares, representando 64,4% da população pretendida. Destaca-se que da
população elegível (166 policiais militares), 23 estavam de férias; 5 se
recusaram a responder o formulário; 4 foram transferidos para outra companh=
ia;
25 estavam em ocorrência no dia destinado a coleta dos dados; 1 estava afas=
tado
do trabalho por motivo de doença e 1 exercia suas atividades no fórum.
Dentre os participantes predominavam h=
omens
(95,3%), pardos (72,8%), casados ou em união estável (70,1%), com renda pes=
soal
média maior que três salários mínimos (76,7%) e nível superior (37,4%). Qua=
nto
à função policial, a maioria exercia atividades operacionais (77,6%), eram
soldados (38,4%), atuavam no policiamento ostensivo (42,9%) e trabalhavam em
plantões de 24 horas com uma folga de 72 horas (46,7%) (Tabela 1).
Em relação aos hábitos alimentares, po=
ucos
afirmaram seguir uma dieta saudável (24,2%), de forma que o consumo de feij=
ão,
frutas, legumes, verduras e carne vermelha esteve presente, mas não em uma =
quantidade
adequada. A maioria praticava exercício físico de forma regular (81,3%), ma=
ntinham
sono e repouso preservados (54,2%), possuíam algum antecedente familiar de =
DCV (62,6%)
e negaram tabagismo (97,3%) e etilismo (65,4%) (Tabela 1).
Tabela
1 –
Distribuição dos participantes quanto aos dados sociodemográficos, de exerc=
ício
profissional na polícia e fatores de risco dependentes e não dependentes do
estilo de vida. Quixadá-CE, Brasil, 2019.
Variáveis |
n (%) |
Sexo |
|
=
Masculino |
102 (95,3) |
=
Feminino |
5 (4,7) |
Estado
Civil |
|
=
Com
companheiro |
75 (70,1) |
=
Sem
companheiro |
32 (29,9) |
Função
na Polícia |
|
Operacional |
83 (77,6) |
Administrativo |
24 (22,4) |
Possui
Antecedente Familiar para DCV |
67 (62,6) |
Etilista |
37 (34,6) |
Não
Tabagista |
104 (97,3) |
Realiza
Atividade Física |
87 (81,3) |
Considera
sua Alimentação Saudável |
26 (24,2) |
Consumo
de Feijão adequado |
100 (93,4) |
Consumo
de Frutas adequado |
76 (71,0) |
Consumo
de Legumes e Verduras adequado |
70 (65,4) |
Consumo
de Carne Vermelha |
58 (54,2) |
Sono/
Repouso preservado |
58 (54,2) |
Fonte:
Os autores.
A média de idade foi de 37,17 (± 8,83)=
anos,
com tempo médio de serviço na corporação de 13,46 (± 10,06) anos. Sobre
comorbidades, a hipertensão arterial sistêmica foi a condição crônica mais
prevalente (14%), seguida pelo diabetes mellitus (3,7%). Os valores médios =
de pressão
arterial foram: 125,83 mmHg para a PAS e 112,00 mmHg para a PAD. Quanto aos
valores antropométricos, constatou-se média de peso e altura de 83,5 kg e 1=
,71
m, respectivamente. O IMC médio obtido foi de 28,4 kg/m², situando-se na fa=
ixa
de sobrepeso, e o escore de Framingham Simplificado médio foi de 7,2%,
considerado como de baixo risco cardíaco (Tabela 2).
Tabela
2 – Distribuição das medidas de tendê=
ncia
central e de dispersão da idade, tempo de serviço na polícia militar, press=
ão
arterial e dados antropométricos dos participantes (n=3D107). Quixadá-CE, Brasil, 2019.
Variáveis |
Média |
DP¹ |
Mediana |
Valor p² |
Idade
(anos) |
37,17 |
8,83 |
35,0 |
0,017 |
Tempo
de serviço na polícia militar (anos) |
13,46 |
10,06 |
10,0 |
0,004 |
Pressão
arterial sistólica (mmHg) |
125,83 |
11,55 |
130,0 |
0,003 |
Pressão
arterial diastólica (mmHg) |
112,00 |
84,63 |
80,0 |
0,005 |
Peso
(Kg) |
83,5 |
11,93 |
82,0 |
0,196 |
Altura
(m) |
1,71 |
0,06 |
1,70 |
0,006 |
CC
(cm) |
93,9 |
9,85 |
91,0 |
0,000 |
CQ
(cm) |
105,2 |
6,58 |
105,0 |
0,014 |
CA
(cm) |
97,6 |
10,19 |
95,0 |
0,000 |
IMC
(Kg/m²) |
28,4 |
3,72 |
27,8 |
0,153 |
RCQ
|
0,8 |
0,11 |
0,8 |
0,000 |
RCEst
|
0,5 |
0,06 |
0,5 |
0,002 |
IC |
1,2 |
0,06 |
1,2 |
0,000 |
Escore
de Framingham Simplificado (%) |
7,2 |
6,01 |
5,5 |
0,000 |
¹DP: Desvio Padrão. CC: circunferência da cintur=
a;
CQ: circunferência do quadril; CA: circunferência abdominal; IMC: índice de
massa corporal; RCQ: relação cintura-quadril; RCEst: razão cintura-estatura;
IC: índice de conicidade; ²Teste de Kolmogorov-Smirnov.
Fonte:
Os autores.
A partir da análise inferencial perceb=
e-se
que os fatores de risco cardiovascular que apresentaram associação e
significância estatística com os indicadores antropométricos foram a hipert=
ensão
arterial sistêmica e o diabetes mellitus. Importante ressaltar que o IC e a=
RCQ
apresentaram associação estatisticamente significante com quatro fatores de
risco cardíaco (Tabela 3).
Tabela 3 –=
Análise inferencial entre fatores de risco
cardiovascular e indicadores antropométricos. Quixadá-CE, Brasil, 2019.
Variáveis |
Sexo |
Sedentarismo |
Alcoolismo |
Antecedentes familiares |
HAS |
DM |
Função na polícia |
Peso
(Kg) |
0,04 |
0,78 |
0,69 |
0,06 |
0,00 |
0,14 |
0,21 |
CC
(cm) |
0,33 |
0,61 |
0,06 |
0,95 |
0,00 |
0,01 |
0,82 |
CQ
(cm) |
0,95 |
0,29 |
0,77 |
0,02 |
0,00 |
0,15 |
0,26 |
CA
(cm) |
0,53 |
0,36 |
0,08 |
0,96 |
0,00 |
0,04 |
0,31 |
IMC
(Kg/m²) |
0,35 |
0,28 |
0,88 |
0,36 |
0,00 |
0,06 |
0,46 |
RCQ
|
0,13 |
0,20 |
0,00 |
0,04 |
0,00 |
0,00 |
0,25 |
RCEst
|
0,99 |
0,26 |
0,16 |
0,49 |
0,00 |
0,01 |
0,43 |
IC |
0,95 |
0,11 |
0,01 |
0,05 |
0,00 |
0,00 |
0,04 |
Escore
de Framingham Simplificado (%) |
0,64 |
0,11 |
0,28 |
0,14 |
0,00 |
0,00 |
0,71 |
CC: circunferência da cintura; CQ:
circunferência do quadril; CA: circunferência abdominal; IMC: índice de mas=
sa
corporal; RCQ: relação cintura-quadril; RCEst: razão
cintura-estatura; IC: índice de conicidade.
Fonte:
Os autores.
DISCUSSÃO
Apesar
do recorte proposto, as características sociodemográficas da amostra estuda=
da
se assemelham a estudos nacionais, especialmente quanto ao sexo, idade, raç=
a,
estado civil, nível de instrução e renda pessoal(12-13).
Além de tudo, o tempo de serviço na polícia apresenta associação com o risco
cardiovascular e para a síndrome metabólica, apresentando os piores índices=
de
porcentagem de gordura corporal em policiais com mais de 10 anos na profiss=
ão(13).
Na presente investigação, a maioria dos
participantes atuava na área operacional.
A
literatura aponta que policiais militares que atuam nesta área tendem a
apresentar menores níveis de atividade física, em decorrência da jornada de
trabalho, de compromissos familiares, e falta de energia ao fim do turno
policial(14). Sedentarismo e falta de momentos de lazer são
apontados como fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Somando-se a isso uma escala de trabal=
ho
que implique em alteração do padrão de sono pode ser prejudicial, pois conf=
orme
a Sociedade Brasileira de Cardiologia o sono inadequado representa um fator=
de
risco cardiovascular(15). Desse modo, a orientação e o
acompanhamento desses profissionais dentro e fora da corporação militar para
modificar hábitos prejudiciais à saúde, merece destaque, uma vez que, essa
categoria constitui um grupo distinto da população geral, devido à natureza=
de
suas atividades.
Dentre esses hábitos prejudiciais que podem ser modificados est=
á a
alimentação inadequada. Entre os relatos obtidos, destaca-se o consumo diár=
io
de feijão, frutas, legumes e carne vermelha, porém foi visto que a ingestão=
não
era feita de maneira apropriada. Dessa forma, esses profissionais devem construir estratégias para melhorar a inge=
sta
diária de alimentos saudáveis e adoção de uma dieta equilibrada, respeitand=
o o
contexto laboral e as particularidades do ofício, pois o excesso de peso e risco cardiovascu=
lar
alto estão relacionados com a inadequação do consumo alimentar saudável(12).
Excesso de peso e alimentação não saudável implicam em alteração
dos valores pressóricos, onde a amostra investigada foi classificada em est=
ágio
3 da hipertensão arterial. Diante desse cenário, são orientadas medidas de
educação em saúde, adoção de estilo de vida saudável e prática de atividade
física, identificando conjuntamente com o indivíduo os diversos obstáculos e
barreiras presentes no cotidiano e os determinantes que influenciam o
autocuidado. Nesse contexto, as ações do enfermeiro, como o rastreio do ris=
co
cardiovascular, podem contribuir para melhoria da qualidade de vida e contr=
ole
dos fatores de risco para as DCV, favorecendo uma prática assistencial
qualificada, assertiva e segura baseada em evidências científicas(16)<=
/sup>.
Na análise do rastreio realizado,
obtiveram-se diferentes níveis de risco cardiovascular, a partir de cada me=
dida
investigada. De acordo com o escore de Framingham Simplificado os participa=
ntes
apresentaram baixo risco cardiovascular, porém a partir da análise individu=
al
dos indicadores antropométricos esse risco elevou-se, como apontam os dados=
de
peso, IMC, CA e RCEst, Resultado semelhante foi evidenciado em estudos que
avaliaram a composição corporal de policiais militares, tendo sido observado
prevalência de sobrepeso e obesidade(7,17).
Quanto a CA obteve-se média de 97,6 cm,
classificando-os em risco cardiovascular médio. Outros estudos também
verificaram predominância do aumento da CA em policiais militares, dado que
merece atenção, tendo em vista que a gordura visceral pode aumentar o risco
para as doenças cardíacas e outras comorbidades(12,18). No que c=
oncerne
a RCEst, observou-se uma média de 0,50 na população investigada, apresentan=
do
risco médio para as DCV. Este dado é preocupante, tendo em vista que esse
indicador antropométrico está associado a diferentes fatores de risco
cardiovascular, fato que pode comprometer a atividade policial, que exige
higidez e excelente forma física(9,19).
De acordo com a avaliação do IC o risc=
o para
eventos cardiovasculares pode ser considerado baixo (normal), sendo o único
indicador antropométrico que esteve associado à variável função na polícia,
podendo ser empregado para o rastreio do risco cardiovascular em policiais
militares. Ressalta-se que o IC é um importante indicador de risco
cardiovascular por considerar o total da massa corporal. Tal parâmetro
antropométrico pode ser facilmente aplicado na avaliação do indivíduo,
sobretudo pelo profissional enfermeiro na estratégia de saúde da família na=
atenção
primária à saúde para acompanhamento longitudinal de pessoas com risco médi=
o ou
alto para doenças cardiovasculares, auxiliando no prognóstico e em medidas
preventivas para essas doenças(20).
A partir da análise dos fatores de ris=
co
cardiovascular presentes em policiais militares, recomenda-se que políticas
públicas institucionais de enfrentamento sejam implementadas nesses serviço=
s,
como programas de intervenção alimentar, controle do estresse e adequação de
sono/repouso, com o objetivo de diminuir os problemas de saúde provocados p=
elo
estilo de vida dos policias militares. Ressalta-se=
que
parte dos fatores de risco apontados neste estudo são ambientais e
comportamentais, passíveis de modificação.
Novos estudos sobre a temática são
esperados, especialmente, com inserção de intervenções que desenvolvam maior
ligação entre enfermeiros da atenção primária e policiais militares, além de
estratégias de fortalecimento do autocuidado, a fim de compreender as
dificuldades da prevenção do risco cardiovascular.
Indicadores antropométricos, especialm=
ente
o índice de conicidade e a relação cintura-quadril estiveram associados com=
uma
maior quantidade de fatores de risco cardiovascular. Porém, peso,
circunferência da cintura, circunferência do quadril, circunferência abdomi=
nal,
índice de massa corporal e razão cintura-estatura, também podem ser emprega=
dos
para rastrear fatores de risco cardíaco em policiais militares. Nesse sentido, recomenda-se o emprego d=
esses
indicadores para o rastreio e acompanhamento deste público.
Dentre as limitações do estudo,
destacou-se a indisponibilidade ou falta de tempo citada por alguns policia=
is
militares, uma vez que, o formulário era aplicado no ambiente de trabalho. =
Além
disso, pesquisas com amostras mais representativas, com recorte longitudina=
l,
utilização de exames laboratoriais e em outras regiões do Brasil são
necessárias para a compreensão dos fatores de risco cardiovascular em polic=
iais
militares e sua associação com os indicadores antropométricos.
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Aprovado: 2022-02-04
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