ATENÇÃO AO ABORTAMENTO EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA NO BRASIL: RESULTADOS DE UMA PESQUISA MULTINACIONAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31011/reaid-2023-v.97-n.3-art.1903

Palavras-chave:

Aborto, Saúde Materna, Saúde pública

Resumo

OBJETIVO: Analisar o perfil das mulheres em abortamento, bem como variáveis relacionadas a esse evento. METODO: Este é uma extensão de um grande estudo de corte transversal com levantamento prospectivo de dados e foi implementado em unidades sanitárias de 30 países das regiões da organização mundial da saúde na África e América Latina. Neste estudo focou-se nos dados coletados em uma maternidade pública no leste maranhense. A população estudada foram mulheres com sinais e sintomas de abortamento que procuraram atendimento na unidade. As informações foram coletadas nos prontuários na referida maternidade, utilizando um formulário. Os dados foram analisados com base em frequências absolutas e percentuais. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas sob o parecer Nº 2.658.522. RESULTADOS: A maioria das mulheres estudadas tinham entre 20 e 29 anos; eram casadas; possuem uma fonte de renda; tinham entre 1 e 10 anos de estudo; eram multíparas, sem histórico de abortamentos e estavam no primeiro trimestre de gestação. Os abortamentos foram classificados em sua maioria como incompletos, procedimento mais realizado foi a curetagem e a maioria não tiveram complicações maternas graves com condições potencialmente ameaçadoras à vida. CONCLUSÃO: O aborto é um problema de saúde pública e a utilização desses dados se torna indispensável para fornecer dados para melhorar as políticas públicas de saúde na região principalmente as voltadas aos direitos sexuais e reprodutivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Larissa Tainara Santos Barros, Universidade Estadual do Maranhão

Enfermeira pela Universidade Estadual do Maranhão, Especialista em Enfermagem Obstétrica pelo Programa de residência da Universidade Estadual do Maranhão.

Esteffany Vaz Pierot, Universidade Federal do Piauí

Enfermeira, graduada pela Universidade Federal do Piauí - UFPI (2021). Mestranda em Enfermagem na linha Processo de Cuidar em Saúde e Enfermagem pelo PPGENF/UFPI (2022-2024). Pesquisadora no Grupo de Pesquisa em Segurança do Paciente e Sistematização da Assistência de Enfermagem GPESP - SAE/UFPI/CNPq (2018 - atual) e pesquisadora colaboradora no Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Sistematização do Cuidar em Enfermagem - UFMG/CNPq. Colaboradora na extensão Boas Práticas para Segurança do Paciente no Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital Universitário HU-UFPI. Iniciação científica voluntária ICV/UFPI (2018-2019) e vinculada ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC/CNPq (2019-2020). Atuou como extensionista voluntária no Centro Obstétrico da Maternidade Dona Evangelina Rosa (2018 -2020).

Alcimaria Silva dos Santos, Universidade Estadual do Maranhão

Possui graduação em Música pela Universidade Estadual do Maranhão (2022) e graduação em Bacharel em Enfermagem pela Faculdade Pitágoras (2019). Pós-graduada em Docência do Ensino Superior e Enfermagem pela Faculdade ÚNICA (2020). Residência em Enfermagem Obstétrica pela Universidade Estadual do Maranhão (2021-2023).

Joanne Thalita Pereira Silva, Universidade Estadual do Maranhão

Especialização em Enfermagem Neonatal - IFF/FIOCRUZ (2022), Especialista em Enfermagem Obstétrica- IESM (2016). Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA/ CCSST (2013). Atualmente Preceptora e Professora no Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica da Universidade Estadual do Maranhão- CESC/UEMA. Atua como Enfermeira Obstetra e foi Gerente Geral de Enfermagem pela Maternidade Carmosina Coutinho/ Prefeitura Municipal de Caxias- Ma. Tem experiência na área de Saúde da mulher, criança e recém-nascido, com ênfase em obstetrícia e neonatal, segurança do paciente, atuando principalmente nos seguintes temas: assistência de enfermagem, humanização, neonatologia, obstetrícia, sexualidade e reprodução, e segurança do paciente.

Herla Maria Furtado Jorge, Universidade Federal do Piauí

Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e da Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Docente do programa de residência em Enfermagem Obstétrica da UFPI (2018 a 2022). Atualmente cursa estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará sob supervisão da Profa Dra Priscila de Souza Aquino. Doutora em Tocoginecologia (Universidade Estadual de Campinas - 2017) com vinculação acadêmica na área da saúde materna e perinatal. Mestre em Saúde Coletiva (Universidade de Fortaleza - 2011) com estágio sanduíche no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UNICAMP. Especialista em Enfermagem Obstétrica (Universidade Estadual do Ceará - 2010). Graduada em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza (2010). Coordenadora do Projeto de Extensão Promoção do Parto e Nascimento Saudável no Centro obstétrico da Maternidade Dona Evangelina Rosa (2018 a 2021) e da Liga de Enfermagem Obstétrica da UFPI (atual). Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras (ABENFO-PI) gestão (2018 a 2021) e (2022 a 2024). Atuou como membro do Forúm Estadual da Rede Cegonha - Piauí (2020 a 2022) e como enfermeira assistencial da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (2011 a 2013). Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Saúde da Mulher - UFPI. Integra grupos de pesquisa interinstitucionais como pesquisador colaborador, Redes Integradas de Saúde - Universidade Estadual do Ceará e Grupo de estudos e pesquisas em gestão, atenção e formação em saúde - UFRN, ambos cadastrados no diretório de pesquisa do CNPq. Consultora ad hoc dos periódicos: Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Revista Brasileira de Enfermagem, Revista Anna Nery, Revista Aquichan e Revista Intellectus. Desenvolve pesquisas com ênfase na Saúde da Mulher, Saúde Sexual e Reprodutiva, boas práticas na gestação/parto e tecnologias em saúde.

Ana Carla Marques da Costa, Universidade Estadual do Maranhão

Possui graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Estadual do Maranhão (1998) e doutorado em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde pela Universidade Luterana do Brasil (2017). Atualmente, enfermeira da Prefeitura Municipal de Caxias - MA, do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), professor titular da Universidade Estadual do Maranhão do curso de enfermagem no Centro de Estudos Superiores de Caxias - CESC, Coordenadora da COREMU/CESC/UEMA, Coordenadora do Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica do CESC/UEMA, Chefe do Departamento de Ciências da Saúde do CESC//UEMA, membro do Comitê Técnico Científico do UNIFACEMA e membro do conselho superior ( CONSUP) da UEMA. Desenvolve atividades de docência no curso de enfermagem do Centro Universitário da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão - UniFacema, membro do Comitê de Ética e Pesquisa do UniFacema. Consultora da FAPEMA.Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem em Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: assistência de enfermagem, humanização, Aids, saúde da mulher, obstetrícia e saúde da criança e adolescente, epidemiologia e vigilância em saúde.

Referências

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Caderneta da gestante [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022 [citado 2023 Jun 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_gestante_versao_eletronica_2022.pdf.

Montenegro CAB, Filho JR. Rezende- Obstetrícia fundamental. 14ª ed. Rio de Janeiro; Gen, Guanabara Koogan; 2017.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Gestação de Alto Risco [Internet]. Brasília; Ministério da Saúde; 2022. [citado 2023 Jun 6]. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/manual-de-gestacao-de-alto-risco-ms-2022/.

Bearak J, Popinchalk A, Ganatra B, Moller AB, Tunçalp Ö, Beavin C, et al. Unintended pregnancy and abortion by income, region, and the legal status of abortion: estimates from a comprehensive model for 1990–2019. Lancet Glob Health [Internet]. 2020 [cited 2023 jun 7]; 8(9):e1152-e1161. Available from: https://www.thelancet.com/journals/langlo/article/PIIS2214-109X(20)30315-6/fulltext.

Cardoso BB, Vieira FMSB, Saraceni V. Abortion in Brazil: what do the official data say? Cad Saúde Pública [Internet]. 2020 [cited 2023 jun 7];36. Available from: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2020001305001.

Cavalari CAA, Veiga-Junior NN, Kajiura BD, Eugeni C, Tavares BVG, Baccaro LF. Factors Associated with Abortion Complications after the Implementation of a Surveillance Network (MUSA Network) in a University Hospital. Rev Bras Ginecol Obstet [Internet]. 2021 [cited 2023 Jun 6]; 43:507-12. Available from: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/dwcmSgNDLnSTqzxschQxL3J/?lang=en#.

Kim C, Barnard S, Neilson JP, Hickey M, Vazquez JC, Dou L. Medical treatments for incomplete miscarriage. The Cochrane Database of Systematic Reviews [Internet]. 2017 [cited 2023 Jun 6]31;1(1):CD007223. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28138973/.

Diniz D, Medeiros M, Madeiro A. Pesquisa Nacional de Aborto 2016. Ciên Saúde Coletiva [Internet]. 2017 [citado 2023 Jun 6];22(2):653–60. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v22n2/1413-8123-csc-22-02-0653.pdf.

Ozawa N, Ogawa K, Sasaki A, Mitsui M, Wada S, Sago H. Maternal age, history of miscarriage, and embryonic/fetal size are associated with cytogenetic results of spontaneous early miscarriages. J Assisted Reproduction Genetics. [Internet]. 2019 [cited 2023 Jun 6];9;36(4):749–57. Available from: https://link.springer.com/article/10.1007/s10815-019-01415-y.

Lima KJ, Pinto FJM, Carvalho FHC, Linard CFBM, Santos FCR, Teófilo FKS, et al. Atenção ao abortamento em instituições hospitalares da rede SUS de Fortaleza, Ceará. Cad Saúde Coletiva [Internet]. 2020 [citado 2023 Jun 6]; 28:77–86. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cadsc/a/36GcCsGmvgXbQfzPkmggXsF/?lang=pt#.

Oliveira MTS, Oliveira CNT, Marques LM, Souza CL, Oliveira MV. Factors associated with spontaneous abortion: a systematic review. Rev Bras Saúde Materno Infantil [Internet]. 2020 [cited 2023 Jun 6];20(2):361–72. Available from: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/tX8xjD4L48d5wRfPnfY6RkF/?lang=en.

Barretto RS, Figueiredo AEB. Construções científicas sobre o aborto no brasil entre 2010 e 2018. Rev Gênero [Internet]. 2021 [citado 2023 Jun 6];22(1). Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistagenero/article/view/44592/30713.

Moraes Filho OB. Aborto: classificação, diagnóstico e conduta [Internet]. São Paulo: FEBRASGO; 2016 [citado 2023 Jun 6]. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/Protocolos-assistenciais/Protocolos-assistenciais-obstetricia.pdf/Aborto-Classificao-diagnstico-e-conduta.pdf

Ávila Darcia S, Gutiérrez Gómez J, Ávila Darcia S, Gutiérrez Gómez J. Aborto recurrente. Med. leg. Costa Rica [Internet]. 2017 [citado el 2023 Jun 6];34(1):226–36. Disponible en: https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1409-00152017000100226&lang=pt.

Rodríguez BCL, Ríos PM, González RAM, Quintana BDS, Sánchez RI. Estudio sobre aspectos epidemiológicos que influyen en el aborto espontáneo. Mul Med [Internet]. 2020 [citado el 2023 Jun 6];24(6):1349-65. Disponible en: https://www.medigraphic.com/cgi-bin/new/resumen.cgi?IDARTICULO=99382.

World Health Organization. Safe abortion: technical and policy guidance for health systems [Internet]. Geneve: World Health Organization; 2012 [cited 2023 Jun 6]; Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/70914.

Webber K, Grivell RM. Cervical ripening before first trimester surgical evacuation for non-viable pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews [Internet]. 2015 [cited 2023 Jun 6]; Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9271321/#:~:text=Medications%20or%20mechanical%20dilators%20are,occur%20in%20the%20first%20trimester.

Kim CR, Tunçalp Ö, Ganatra B, Gülmezoglu AM. WHO Multi-Country Survey on Abortion-related Morbidity and Mortality in Health Facilities: study protocol. BMJ Global Health [Internet]. 2016 [cited 2023 Jun 6];1(3):e000113. Available from: https://gh.bmj.com/content/1/3/e000113.abstract.

Islam N, Furuya‐Kanamori L, Mahmood S, Thalib L. Prophylactic antibiotics for preventing genital tract infection in women undergoing surgical procedures for incomplete abortion: a systematic review and meta‐analysis of randomised controlled trials. BJOG: An International J Obstet Gynaecol [Internet]. 2021 [cited 2023 Jun 6];128(8):1273–81. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33346920/.

Romero M, Leon RGP, Baccaro LF, Carroli B, Mehrtash H, Randolino J, et al. Abortion-related morbidity in six Latin American and Caribbean countries: findings of the WHO/HRP multi-country survey on abortion (MCS-A). BMJ Global Health [Internet]. 2021 [cited 2022 Oct 28];6(8):e005618. Available from: https://gh.bmj.com/content/6/8/e005618.

Qureshi Z, Mehrtash H, Kouanda S, Griffin S, Filippi V, Govule P, et al. Understanding abortion-related complications in health facilities: results from WHO multicountry survey on abortion (MCS-A) across 11 sub-Saharan African countries. BMJ Global Health [Internet]. 2021 [cited 2022 Oct 28];6(1):e003702. Available from: https://gh.bmj.com/content/6/1/e003702.abstract

Publicado

05-09-2023

Como Citar

1.
Santos Barros LT, Mendes Santos PV, Vaz Pierot E, Silva dos Santos A, Pereira Silva JT, Furtado Jorge HM, Marques da Costa AC. ATENÇÃO AO ABORTAMENTO EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA NO BRASIL: RESULTADOS DE UMA PESQUISA MULTINACIONAL . Rev. Enferm. Atual In Derme [Internet]. 5º de setembro de 2023 [citado 26º de novembro de 2024];97(3):e023152. Disponível em: https://mail.revistaenfermagematual.com.br/index.php/revista/article/view/1903

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL