VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER SURDA: ANÁLISE DA CONDUTA DO ENFERMEIRO FRENTE AOS DESAFIOS DE COMUNICAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.31011/reaid-2023-v.97-n.4-art.1962Palavras-chave:
Surdez, Violência contra a mulher, Acessibilidade, Língua Brasileira de Sinais, EnfermagemResumo
Os casos de violência contra a mulher continuam crescendo e a mulher surda não consegue se comunicar e/ou apresenta limitações de comunicação na rede de apoio as vítimas. O estudo objetivou analisar a abordagem do enfermeiro frente os desafios da comunicação com mulheres surdas vítimas de violência. Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo exploratória, com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado com profissionais enfermeiros das equipes de Estratégia Saúde da Família da zona urbana e rural, do município de Iguatu, Ceará. A coleta foi realizada com 14 enfermeiros por intermédio de um link, que disponibilizava um questionário eletrônico no Google Forms, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Foram seguidas as normatizações éticas das pesquisas envolvendo seres humanos. Diante dos achados percebeu-se que não é algo comum a realização de ações voltadas a esse público. A vítima muitas vezes procura o serviço de saúde acompanhada do próprio agressor, fazendo com que os profissionais temam algum tipo de represálias, dificultando ainda mais o atendimento da mulher surda. Observou-se que os profissionais não estão preparados para atender a comunidade surda, por falta de conhecimento sobre Língua Brasileira de Sinais, e essa fragilidade favorece a reprodução de violências significativas em seus atendimentos.
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