GESTAÇÃO E MATERNIDADE: COMPREENSÃO HEIDEGGERIANA DE SIGNIFICADOS E SENTIDOS DE MULHERES BOMBEIRAS MILITARES
DOI:
https://doi.org/10.31011/reaid-2025-v.99-n.supl.1-art.2479Palavras-chave:
Mulheres, Gravidez, Reprodução, Pesquisa qualitativaResumo
Introdução: A visão da maternidade atrelada à feminilidade é uma construção histórica e social, posicionando a mulher e o seu corpo destinados à gestação e ao cuidado de filhos e família, mas essa experiência é única e depende dos anseios e modos de vida dela. Objetivo: desvelar os significados e sentidos de mulheres militares profissionais de saúde do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro no vivido da gestação e da maternidade. Método: Pesquisa qualitativa fenomenológica heideggeriana realizada com 21 mulheres. Resultados: A idade delas esteve entre 31 e 50 anos. A maternidade significou: Ter amadurecido como mulher, ter se conduzido bem e ter o filho como um presente; Contar sobre a gestação: tranquila e planejada ou difícil por conta das alterações físicas e psicológicas; Precisar de apoio no dia a dia para deixar o filho e ir trabalhar. Os sentidos heideggerianos desvelados foram: ser-aí, feliz em ser mãe; falatório, na maternidade como um sonho e ambiguidade, quando o período da gravidez ora se mostrou tranquilo, ora horrível. O filho, sendo um presente evidencia o relato positivo da maternidade, mesmo diante das modificações físicas, emocionais e sociais desde a gravidez e da necessidade da rede de apoio para a nova vida. Conclusão: É importante a assistência do enfermeiro qualificado à saúde da mulher, desde o planejamento reprodutivo, o pré-natal até o puerpério, especialmente para as mulheres militares, que possuem um cotidiano não contemplado nas políticas públicas.
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